A falácia sobre a poupança

[s2If !current_user_can(access_s2member_level1) OR current_user_can(access_s2member_level1)]Análise Diária de Conjuntura – Tarde – 04/02/2016

“Aparentemente ninguém está mais preocupado com um provável rebaixamento do rating também pela Moody’s”, avalia o diretor da corretora Mirae, Pablo Spyer, em entrevista para o Valor, comentando a disparada no Ibovespa hoje, o qual, por sua vez, foi puxado pelo aumento de investimentos estrangeiros ingressando no país.[/s2If]

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O mundo, pelo jeito, não está dando bola para o noticiário apocalíptico da imprensa brasileira. O Ibovespa subiu 3% hoje. O dólar caiu para R$ 3,89.

O Banco Central divulgou hoje o relatório de poupança. A mídia fez a festinha apocalíptica de praxe, com manchetes escandalosas que mais escondem do que revelam a realidade.

Reproduzo abaixo o primeiro parágrafo do Valor:

Comparações da poupança de hoje com a década de 90 criam falácias, em função da diferença brutal de magnitude. Para se ter uma ideia, em janeiro de 1995, a entrada na poupança totalizou R$ 13,8 bilhões. Em janeiro deste ano, este número foi de R$ 149,56 bilhões… E também foi, aliás, o “maior número da série histórica”.

De maneira geral, os cinco primeiros anos do governo Dilma registraram o melhor desempenho histórico da poupança no Brasil. Em cinco anos, o total de captação líquida (entrada menos saída) totalizou R$ 105,4 bilhões. Nos oito anos do governo FHC, a captação líquida total ficou em R$ 2,29 bilhões. Na média anual, o governo Dilma teve desempenho muitas vezes superior tanto em relação à gestão Lula. A comparação com FHC é até covardia: a média anual da captação líquida no governo FHC foi de R$ 286,3 milhões. A média anual de Dilma foi de R$ 21,0 bilhões, já incluindo o desempenho ruim de 2015.

 


O desempenho ruim de janeiro reflete uma tendência bastante clara do capital. Com o aumento dos juros e a redução brutal do crédito, as pessoas estão usando a poupança, por várias razões: pagar dívidas, adquirir imóveis, migrar para investimentos mais lucrativos.

A magnitude do patrimônio da poupança hoje, porém, torna ridícula qualquer  comparação com a década de 90, mesmo considerando a inflação, que aliás não foi tão grande assim de 1995 até hoje.

Essa é a diferença fundamental, aliás, da atual crise econômica para outras enfrentadas pelo Brasil, no passado. Antes, o Brasil não tinha reservas internacionais, o saldo final da poupança era muito baixo. Todos os indicadores eram extremamente frágeis.

Hoje, não.

Passemos para o front político. A tarde foi movimentada. O TSE acelerou as ações em curso no tribunal para julgar as contas de campanha de Dilma Rousseff. Trata-se de ação proposta pelo PSDB para cassar a chapa vencedora. Dilma tem alguns dias para responder. A notícia é positiva, porque abre a possibilidade do problema ser resolvido em poucos meses. Os trâmites permitem que tudo seja resolvido ainda em março, embora os próprios ministros admitam que, em virtude da complexidade da operação, é provável que ela se estenda por mais alguns meses.

Com a permanência de Eduardo Cunha na presidência da Câmara, a cassação da chapa de Dilma/Temer daria a presidência a ele, Cunha, ao menos por uns seis meses, antes de ser realizada novas eleições.

Para viabilizar um golpe assim, haverá terrível pressão para renúncia de Cunha e eleição de um membro mais palatável da Câmara junto à opinião pública.

O país, porém, ficaria ingovernável, porque instalar-se-ia a completa anarquia, haja vista que nenhuma força política teria legitimidade, hoje, para administrar o país sem ter passado por um processo eleitoral.

Outro assunto que agitou o mundo da política hoje foram notícias sobre uma nova etapa da Lava Jato, aparentemente feita às pressas (assim como foi a Triplo X) para criar manchetes e factoides no final de semana.  A nova etapa teria como foco investigações sobre o sitio frequentado por Lula em Atibaia.

O boato cresceu e tomou corpo por causa do afluxo de equipes jornalísticas da Globo ao local.

Os conspiradores da Lava Jato, ressentidos com a ridicularização a que foram expostos nos últimos dias, com toda essa xaropada sobre um apartamento que não é de Lula e sobre um sítio que igualmente não pertence ao presidente, demonstram, mais uma vez, afobação e desespero.

Evidentemente, esse noticiário negativo afeta a imagem de Lula, e o objetivo parece ser exatamente este: neutralizá-lo, para que não exerça influência importante em 2016, além de minar o seu caminho para 2018.

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Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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