Gilmar Mendes dá jeitinho para absolver Temer e condenar Dilma no TSE

Charge: Latuff

TSE “separa” contas de Dilma e Temer. Mendes, Fux e Toffoli decretam: ela é culpada; ele inocente

Por Fernando Brito, no Tijolaço

Existe um princípio jurídico que, se fosse seguido à risca, economizaria muito tempo nas nossas cortes superiores.

O da economia processual me manda simplificar e objetivar as questões postas em julgamento.

Ficaria assim: se é da esquerda, é culpado. Se é da direita, está absolvido.

Nem começou a fase da coleta de provas e quatro ministros do TSE estão decididos a  mudar a jurisprudência do Tribunal e separar as contar do candidato à Presidência e à Vice.

Ou seja, tudo o que não valia para os outros passa a valer para Dilma e Temer.

Comovente a pureza jurídica de Gilmar Mendes, Luís “minha filha, minha  vida” Fux e  o convertido Dias Toffoli (um dia a historia explicará sua epifania gilmarista).

Todos defendendo a pura tese jurídica de que foi Dilma quem obteve a Presidência de forma fraudulenta e que Temer, o inocente, apenas ganhou sem culpa a Presidência.

Funcionaria assim: Dilma teria ganho ilegalmente o governo. E Temer, coitado, só herdou o bem furtado. Logo, é dele, legitimamente.

Por isso é que se deve aplicar o princípio da economia processual.

Dilma ganhou criminosamente a Presidência; Michel Temer, sem um voto e apenas em sua “aba”, ganhou legalmente a Vice-presidência e, por traidora herança, o cargo principal lhe pertence.

É ridículo a tal ponto que nem exige argumentar.

É melhor dispensar-se as formalidades, provas, perícias.

Juízes do jaez de Mendes, Fux e Toffoli não precisam desta papagaiada.

Entram no caso de sentença pronta.

Nossas “instituições judiciais ” são tão operosas e geniais que nem precisam de julgamentos.

É tudo no padrão Moro: este eu condeno, o outro não vem ao caso.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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