Charge: Ribs
Por Leonardo Miazzo, editor geral do Cafezinho
Os malabarismos que a grande imprensa pratica para esconder os (muitos) podres do governo Temer chegam a ser comoventes. Hoje, a Folha de S.Paulo publica reportagem noticiando que o Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou à conclusão de que o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, atuou em favor da OAS no Congresso, em troca de financiamento para sua campanha ao governo do Rio Grande do Norte, em 2014.
O esquema teria, claro, a participação do fantasma Eduardo Cunha.
O jornal dedicou 15 parágrafos a essa denúncia. E apenas lá no final – sem alarde, quase de modo constrangido – há uma citação a Michel Temer. Diz a Folha que o presidente interino também aparece no pedido de inquérito apresentado por Janot. O PGR fala sobre o pagamento de R$ 5 milhões que Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, teria feito a Temer, que, em contrapartida, teria facilitado à empreiteira a obtenção da concessão do Aeroporto de Guarulhos.
Outros nomes significativos do governo, como Geddel Lima e Moreira Franco, também são citados.
Chega a ser patética a tentativa dos veículos da grande mídia de abafar as denúncias contra Temer. Contra Dilma, qualquer meia delação vira um novo mandamento divino; contra Temer, nada é tão sério que mereça destaque na primeira página. Ou na chamada do Jornal Nacional.
Aliás, depois da tentativa de diminuir o impacto dos áudios em que Jucá provava de modo irrefutável que o impeachment de Dilma é um golpe para salvar os corruptos, nada mais nos surpreende.
Fato é que, mais uma vez, a imprensa chapa-branca entra em cena para proteger Temer e atacar um ou outro bode expiatório.
Tudo para salvar o líder do golpe.
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