Temer janta com Aécio, Gilmar e Perrela

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Análise Diária de Conjuntura – 30/06/2016

Por Miguel do Rosário, editor-chefe do Cafezinho

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Esta semana, a jornalista Andrea Sadi divulgou em seu twitter sobre um jantar pra lá de misterioso entre ministros do STF, do STJ e próceres da oposição golpista: Gilmar Mendes e seu criado, Toffoli, pelo STF; João Noronha, pelo STJ; os senadores Aécio Neves e Zeze Perrela; o novo presidente da Petrobrás, Pedro Parente (Sadi o chama equivocadamente de ministro da Justiça), e o ministro de relações exteriores, José Serra.

 

Segundo a repórter, foi um jantar de “confraternização”.

Naturalmente.

Os golpistas se entendem.

Esse jantar é mencionado num artigo devastador de Gleen Greenwald, publicado hoje no Intercept, que cita as denúncias de corrupção envolvendo pessoalmente Michel Temer, e o resultado da perícia do Senado isentando Dilma de responsabilidade no caso das pedaladas fiscais.

No entanto, nada disso parece afetar o curso do golpe. Ninguém se importa com mais sujeira lançada no rio Tietê.

As cartas estão marcadas. Observa-se, na conjuntura, uma certa calma de cemitério, que na verdade corresponde ao desencanto que a mídia conseguiu tratar como o novo “normal” da política brasileira: a corrupção do “bem” voltou.

O governo Temer, como toda administração neoliberal, tem enorme capacidade para falir o Estado, gerando enormes déficits públicos, privatizando, desmantelando todas as estruturas públicas. Desde que haja transferência de recursos dos contribuintes para os setores rentistas da elite brasileira, aí incluindo os barões da mídia, claro, então está tudo muito bem.

A crítica dos neocons globais à gastança de Temer, por outro lado, é pro-forma. Tem de ser feita por uma questão de obrigação, mas não tem a mínima sinceridade.

Evidentemente, Temer está limpando o caminho para a consumação final do impeachment. A imprensa conservadora sabe disso, até menciona a questão de maneira levemente compreensiva, como uma mãe dando um pito carinhoso no filho pequeno, mas não guarda nenhum termo pesado para usar contra o governo interino.

Afinal, não lá está Meirelles na Fazenda?

Pedro Parente não é o novo presidente da Petrobrás?

O congresso não está se movimentando para iniciar uma nova rodada histórica de entrega, a preço de banana, do nosso patrimônio público?

É uma situação terrível, desesperadora, que me faz voltar a toda hora para os textos de Maquiavel. No último capítulo do Príncipe, o florentino procura extrair da própria tragédia um pouco de otimismo:

(…) E se era necessário, como falei, para se conhecer o valor de Moisés, que o povo de Israel fosse escravo no Egito; e para conhecer a grandeza da alma de Ciro, que os persas fossem oprimidos pelos medas; e para se conhecer a excelência de Teseu, que os atenienses fossem dispersos; assim, no presente, querendo conhecer a virtude de um espírito italiano, era necessário que a Itália reduzisse-se às condições em que se encontra. Que fosse mais escravizada do que os hebreus, mais oprimida do que os persas, mais dispersa do que os atenienses; sem líder, sem leis; batida, espoliada, lacerada, invadida e tendo sofrido todo o tipo de calamidade.

O trecho me lembrou de um argumento que usei outro dia numa palestra sobre o golpe, para estudantes da faculdade de dança da UFRJ.

Para conhecermos o valor da democracia e da liberdade, talvez tivéssemos que vivenciar este golpe, que afetou os dois. Através dessa experiência, desenvolveremos novas técnicas de resistência, produziremos novas lideranças e, sobretudo, desmascararemos todos os falsos paladinos da democracia, em especial a nossa mídia corporativa.

Uma nova dinâmica de luta foi instaurada a partir do golpe. O “vai ter luta” cantado junto ao refrão do “não vai ter golpe” ainda vai gerar muitos frutos.

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Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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