O fenômeno Bolsonaro, segundo o Datafolha

Análise Diária de Conjuntura – 18/07/2016

Esse golpe é mesmo uma maravilha.

Não apenas o novo governo Temer, formado a partir do afastamento provisório da presidenta Dilma, encheu-se de indiciados pela Lava Jato e outras investigações de corrupção, como Jair Bolsonaro tornou-se um dos candidatos mais importantes do sudeste e o preferido, de longe, dos mais ricos.

Na íntegra da pesquisa Datafolha, divulgada hoje, descobrimos algumas coisas que a mídia andou escondendo do público, talvez constrangida em relação a um panorama que ela mesmo ajudou a construir.

Por exemplo, Jair Bolsonaro ultrapassou Lula e Aécio Neves na pontuação espontânea de intenção de voto para 2018: ele tem 5 pontos, contra 3 para Lula e Aécio cada um.

 

 

A tabela mais instrutiva do Datafolha, na minha opinião, é a seguinte:

 

Nela, constata-se que o ódio político ao PT é, de fato, um elemento de classe. Entre os brasileiros que ganham entre 5 e 10 salários mensais, ou seja, que ganham de R$ 4 a R$ 8 mil, Jair Bolsonaro tem liderança absoluta, com 19% dos votos. Na faixa de renda mais alta do Datafolha, os que ganham mais de R$ 8 mil ao mês, Bolsonaro também vence isoladamente, com 16% dos votos.

A força de Bolsonaro está, sobretudo, no Sudeste, e entre os mais ricos.

Outros pontos sobre Bolsonaro que merecem análise:

  1. O seu eleitorado é bastante desequilibrado no quesito gênero. 72% dos eleitores de Bolsonaro são homens. O eleitorado de Lula, por exemplo, é equilibrado: 52% homens, 48% mulheres.
  2. É o segundo candidato com eleitor mais jovem: idade média de 33 anos, contra 42 de Lula, 35 de Marina e 37 de Aécio Neves. Luciana Genro, porém, ganha nesse quesito, com um eleitor de idade média de 31 anos.
  3. 58% dos eleitores de Bolsonaro são do Sudeste. Luciana Genro, neste sentido, tem um perfil parecido.

 

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Abaixo, a íntegra da pesquisa Datafolha.

 

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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