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Brazil, a desconstrução de uma nação

Por Ricardo Azambuja, colaborador do Cafezinho Já não ficamos surpresos com os acontecimentos surreais deste outrora país do futuro. Nosso espanto virou rotina. Sequer podíamos imaginar que após conquistar a tão sonhada democracia, depois de mais de 20 anos de ditadura militar, mergulharíamos num poço sem fim de retrocesso e caos institucional. Pois aqui estamos, […]

13 comentários
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Por Ricardo Azambuja, colaborador do Cafezinho

Já não ficamos surpresos com os acontecimentos surreais deste outrora país do futuro. Nosso espanto virou rotina. Sequer podíamos imaginar que após conquistar a tão sonhada democracia, depois de mais de 20 anos de ditadura militar, mergulharíamos num poço sem fim de retrocesso e caos institucional. Pois aqui estamos, em algum ponto, em queda livre. Sem rede de proteção.

Para entender o momento atual não é necessário grandes elucubrações sobre o nosso complexo autofágico de casa grande e senzala. Há uma outra análise que se impõe quando ampliamos a lupa para olhar o que acontece no mundo. Das guerras fabricadas aos impeachments, das manipulações midiáticas à tecnologia digital das redes de espionagem onipresentes, tudo aponta numa direção: o favorecimento de interesses financeiros e geopolíticos de uma elite global cada vez mais elite, num mundo cada vez mais desigual. É assim que o Brazil com Z faz sentido, uma nação desconstruída por interesses poderosos.

Tal quais as nações envolvidas por guerras criadas, como a Síria, Iraque, Líbia e Afeganistão, hoje paralisadas pelo caos e dependência externa, países com presidentes depostos por golpes jurídico midiáticos, como Honduras, Paraguai e Brasil, são fragilizados e expostos à dominação. Filet mignons suculentos servidos de bandeja no cardápio do banquete do new imperialism.

Os interesses e ganhos movem o mundo. Rotule como queira o capitalismo atual, há de se concordar que ele está mais desrespeitoso com a condição humana do que em qualquer época anterior, levando em conta o progresso obtido pela humanidade e as possibilidades de análise crítica atuais. As guerras e a derrubada de governos nacionais inapropriados fazem parte de jogadas sofisticadas, frias e desumanas, planejadas no tabuleiro da geopolítica internacional.

As intromissões da diplomacia estrangeira e dos serviços de inteligência na compra de autoridades nativas e do apoio da mídia e do judiciário dos países visados, com o intuito de destituir governos eleitos democraticamente, tendem a se consolidar como uma fórmula barata e eficaz de obtenção de resultados práticos favoráveis, sem precisar sujar as mãos de sangue.

O Brasil tornou-se alvo potencial do nosso vizinho todo-poderoso do norte não só por suas riquezas, pelo aquífero guarani, nióbio, Pré Sal, pelo avanço no enriquecimento de urânio e pelos mega contratos que não privilegiaram empresas norte-americanas, como a compra dos caças suecos pela aeronáutica (negócio que está sendo questionado e utilizado na perseguição “judicial” ao ex-presidente Lula, tal qual a Petrobrás serviu para detonar o PT. Coincidências?).

Com o PT no poder, o Brasil precisava ser aquietado, pois emergia como potência regional e, principalmente, independente. Pior, formou com outros gigantes players globais, como a China e Rússia, o BRICS, o bloco de países emergentes em desafio direto à supremacia americana. Os EUA não perdoaram. Esperaram o momento oportuno para utilizar todos os recursos de um planejamento confidencial que deu certo. Desconfio, porém, que nem eles e nem ninguém pensou que seria tão fácil. Aqui estamos. No quintal dos fundos do Tio Sam, bagunçado e à venda.

 

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Comentários

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R7

27/09/2023 - 09h03

Anderson Wergutz Flip 7 anos falando m.e.r.d.a

Fernando Gesualdi

03/03/2017 - 09h04

Os políticos são lambões, sujos e desonestos. Dinheiro público não deveria ser Casa de Mãe Joana, mas é. Talvez ainda exista um ou outro político que não se enquadre na marca geral dessa classe. Quem tem um pouco de tempo para se ligar nas noticias políticas do nosso país, sabe que se alguém se mete na política, não está bem intencionado ou com ideais grandes como o tamanho do Brasil (com s). Lula e o PT nos diziam, lá no começo, que seriam honestos. Olha só no que deu a gente acreditar que essa turma seria limpa, cuidadosa com o dinheiro público. O que nós estamos vendo não é nada do que foi tratado. Não diferenciam de nada dos outros políticos. Estamos vendo que, mesmo as pessoas que vem de baixo, quando chegam “lá” se mostram iguais aos outros.

enganado

14/12/2016 - 14h23

Onde foram parar o exercitUS que se dizem PATRIOTAS? Provavelmente, correndo atrás do sr. Stédeli.

Antonio Passos

14/12/2016 - 12h32

Neste xadrez, como diria o Nassif, não podemos esquecer a colaboração insólita e ainda a ser explicada pela história, de nossa Dilma Gorbachev, a mais frouxa e pusilânime presidente da história. A que foi deposta sem falar UMA vez sequer em rede nacional ao povo que a elegeu. A que foi ao plenário da ONU e se limitou a uma conversa mole pra boi dormir. A que manteve o nefasto Zé (“a justiça é para todos”) por anos, respaldando a Lava Jato.

    rogeriobezerra

    14/12/2016 - 16h38

    Duas lembranças: Em maio de 2012 Dilma deu um pé na bunda do Paulo Roberto Costa, e em setembro jogou a Selic em 7%. Quem grita demais ninguém ouve!
    Você é dos que queriam a Esquerda nas ruas para o militares terem o motivo de voltarem? Nada disso! Assumam a cagada que fizeram. Não seremos nós da Esquerda que faremos o país se incendiar. 99% do ricos são traidor são ,sim, traidores e ainda escravistas do povo. E é esse povo simples que ainda mantém nossas raízes culturais. Por que, se depender, da bobemom da clçasse remediada tudo já seria dos gringos.

    Nazario Bento

    14/12/2016 - 21h08

    Concordo com você Antonio. E tem muito mais, como a demissão do Mantega por telefone e colocar em seu lugar o monstrengo levy. A recusa em proteger o LULA no momento certo e só o chamar para o governo quando sabia que não haveria tempo nem condições dele fazer algo de útil. Manter, além do traíra cardoso, também o mercadante, wagner e vãrios outros de segundo escalão e indicados pelos que hoje destroem o Brasil. Nada fazer quando o stf inventou o mensalão somente para criminalizar o PT e destruir sua lideranças históricas. Bisonhamente dizer que era contra o controle da mídia fundamentada em artigos da própria Constituição e aconselhar o uso do controle remoto. E alimentar a mídia golpista com bilhões de Reais e sequer olhar para a mídia que a defendia na internet, blogs independentes e corajosos. Nada fazer contra a espionagem usamericana no alto escalão do governo e na Petrobras. Covarde, mil vezes covarde diante do juizeco moro e sua quadrilha que a tudo estava destruindo, e hoje se sabe, a mando da cia e fbi. Aceitar as humilhações vindas do stf sem entender que ao ser humilhada estava aceitando a humilhação infligida a milhões de brasileiro que acreditou nela e ela (Dilma), com suas iniciativas e não iniciativas covardes jogou no lixo tudo que o LULA e o PT fizeram pelo nosso país. Sim, você tem razão, a Dilma foi a nossa “gorbachev” de saia e tamancas.

rogeriobezerra

14/12/2016 - 11h53

Tenho sobrenomes alemão e português nordestino. Qual deles é mais “bem visto” no Brasil?
Ignorantes desfazem dos feitos dos Portugueses. Elogiam holandeses, franceses e ingleses como se as Guianas fossem potências…Para mim, só por sermos esse tamanhão já é extraordinário. Uma elite subdesenvolvida que permite que o lixo americano invada o nosso país é a razão dessa desgraceira toda.

    Carlos Bonan

    14/12/2016 - 13h48

    Vc tem toda razão!

Anderson Wergutz Flip

14/12/2016 - 11h39

Estávamos caminhado a passos largos pra transformarmos numa imensa Venezuela, com um governo populista, mentiroso e demagogo igual ao de Maduro, que hoje atirou seu povo na miséria completa.

    Antonio Passos

    14/12/2016 - 12h37

    Sua estupidez é compreensível, você é mais uma marionete da Globo. Eu sei que os números, que não mentem, não fazem diferença para desempacar sua jumentice inabalável. Mas aí vão eles, para quem tiver inteligência suficiente para enxergar o óbvio que a sua imbecilidade se nega a ver.

    Ranking no PIB mundial
    2002 – 13°
    2016 – 7°

    PIB per capita
    2002 – US$ 2.860
    2016 – US$ 15.900

    Inflação
    2002 – 12,53 %
    2016 – 6,5 % (anual até 05/2016)

    Reservas internacionais
    2002 – US$ 16 bilhões
    2016 – US$ 377 bilhões

    Salário mínimo
    2002 – R$ 200
    2016 – R$ 880

    Dívida pública líquida
    2002 – 60,4% do PIB
    2016 – 38,9% do PIB

      Carlos Bonan

      14/12/2016 - 13h54

      Cara, por gentileza, vc tem a fonte desses dados?

      Terceira Onda ?

      14/12/2016 - 14h10

      Só acho que ficaria melhor a informação do Salário Mínimo em Dólar…

      Celso J. Dias

      14/12/2016 - 15h24

      Antonio, não adianta. A estupidez desse pessoal é siderúrgica. “É mais fácil romper o núcleo de um átomo do que romper a estupidez humana”(Royalties para A. Einstein).


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