Quedas fortíssimas no turismo do Rio confirmam o rotundo fracasso comercial do golpe

Lendo reportagem do Globo sobre os números negativos do turismo no Rio de Janeiro (e, consequentemente, no Brasil inteiro), com queda em faturamento, forte redução da mão-de-obra e fuga dos estrangeiros, sentimos uma grande ausência: a admissão do fracasso comercial do golpe.

A reportagem atribui a queda do turismo ao recrudescimento da violência. E entrevista alguns donos de hotel e lideranças do setor.

Ora, ninguém vai admitir, para o Globo, que todos sabem que é o coração do golpe, as verdadeiras razões pelas quais o turismo desabou: a Lava Jato, em primeiro lugar, que destruiu a economia fluminense; o golpe, que provocou uma depressão (e não só econômica, mas psicológica também) profunda no país; o desemprego, provocado pela instabilidade nascida dos golpes sucessivos de que é vítima a sociedade brasileira.

A economia brasileira só voltará a crescer, turismo incluído, se houver estabilidade política. A estabilidade só virá quando o problema da legitimidade for resolvido. Ora, esse é o cerne da crise: a legitimidade.

Nas últimas eleições presidenciais, o povo elegeu Dilma Rousseff com 54 milhões de votos. E hoje o nosso Ministro das Relações Exteriores, o chanceler que representa o Brasil no exterior é Aloysio Nunes, cacique do PSDB, um lacaio do império americano, cuja principal preocupação não é mais o Brasil e sim como melhor agradar seus chefes em Washington: e por isso sua obsessão pela Venezuela.

A grande mídia brasileira agora repete dia e noite, na boca do seletíssimo grupo de brasileiros que a ela tem acesso, que as “instituições estão funcionando”…

O fracasso econômico do golpe, todavia, atrapalha seriamente os esforços da nossa mídia em isolar os brasileiros numa realidade paralela, delirante, segundo a qual as reformas propostas por um governo corrupto e ilegítimo, mais a privatização criminosa e apressada do pouco que nos resta de patrimônio público, “salvarão” o país.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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