O jogo tucano é combinado com o próprio Temer.
A Globo faz a mesma coisa. Para não se queimar, ela faz um editorial intitulado “”Aprovar processo contra Temer é melhor alternativa”.
O texto, porém, traz uma defesa quase furiosa do ex-presidente. Lula é citado quatro vezes. O PT, mais quatro. O “petrolão”, duas vezes. Temer é elogiado seguidamente no editorial:
“O vice-presidente recebeu de fato uma herança maldita, devido à decisão de Dilma (…)”
“Temer assumiu com uma competente equipe econômica e estruturou uma correta agenda de reformas (…)”
“Em função disso, defende-se a permanência dele no Planalto (…)”
O editorial, em suma, revela o que pensa o grupo midiático que articulou o golpe e hoje governa o país, mediante associação com o judiciário.
Entretanto, como não ocupa, concretamente, o Palácio, a Globo governa mediante esse tipo de jogo sórdido, entre chantagens, insinuações e indiretas.
O judiciário, por sua vez, deu as caras na votação do Temer através de Sergio Moro, que aceitou outra denúncia inepta contra Lula, acusado de ter se beneficiado das reformas do sítio em Atibaia.
No dia em que será votada a denúncia contra Temer, quem aparece na capa do Globo, tanto no site quanto em seu jornal impresso, em posição desfavorável, é Lula.
Já o jogo de cena do PSDB é solarmente óbvio: o partido continua no governo e seu presidente, Aécio Neves, defende que assim continue.