Por que Temer comete atrocidades para se safar e não acontece nada?

(O anão moral prestes a voar sobre os escombros da nossa democracia. Foto: Beto Barata/PR)

Por Pedro Breier

Michel Temer escapará, amanhã, da segunda denúncia criminal oferecida pela Procuradoria Geral da República contra ele.

Perdão de multas ambientais (!), liberação de verbas para os parlamentares (!!) e mudanças nas regras do trabalho escravo que dificultarão enormemente a fiscalização (!!!) são algumas das benesses oferecidas aos deputados, as quais garantirão o arquivamento da denúncia.

A causa profunda de isso estar acontecendo tão descaradamente e sem nenhuma consequência para quem usa do poder usurpado para livrar a própria pele tem nome e sobrenome: concentração midiática.

Folha e Estadão simplesmente ignoram este grotesco absurdo em seus portais, neste momento. O Globo dá a manchete de forma cândida, como fosse algo corriqueiro e absolutamente normal: “Negociações para livrar Temer de denúncia envolvem R$ 12 bilhões”.

Entrei até na página do MBL e o silêncio é ensurdecedor: nada sobre o uso descarado do seu, do meu, do nosso dinheiro para salvar um ladrão golpista.

Vocês lembram o que aconteceu quando Dilma nomeou Lula ministro, não é? Escândalo. Indignação. Jogral ridículo no Jornal Nacional. Coxinhas alucinados nas ruas.

Tudo perfeitamente alinhavado para que Gilmar Mendes, sempre ele, pudesse suspender a posse de Lula e enterrar a última possibilidade de que o golpe não fosse consumado.

A indicação do presidente mais popular da história como ministro causou um terremoto, enquanto o uso de dinheiro público e outras aberrações para salvar um presidente corrupto gera no máximo alguns muxoxos dos mesmos jornalistas que ajudaram a colocar este pulha no poder.

A concentração de mídia e o consequente controle da informação por meia dúzia de famílias de direita, antidemocráticas e anti-povo é o câncer maligno do Brasil.

Só a informação livre pode nos curar.

 

Pedro Breier: Pedro Breier nasceu no Rio Grande do Sul e hoje vive em São Paulo. É formado em direito e escreve sobre política n'O Cafezinho desde 2016.
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