Campanha de Aécio torrou meio milhão com perfis falsos em 2014

E pensar que Gilmar Mendes e a Lava Jato cozinharam, durante todo o período de preparação ao golpe, factóides negativos contra a campanha de Dilma Rousseff, sempre com o argumento ridículo de que haveria abuso de poder econômico.

Ridículo porque o poder econômico sempre esteve aliado à direita, à campanha de Aécio Neves. A denúncia publicada pela BBC é apenas mais uma prova disso.

Dilma Rousseff ganhou as eleições por causa do apoio de movimentos sociais e da corrente progressista da sociedade. O governo Dilma, com uma cegueira política inacreditável, acreditou na Globo e voltou as costas para essa corrente social. Mas era um governo eleito e, cedo ou tarde, não houvesse golpe, as próprias contradições sociais obrigariam o governo a abrir os olhos e se voltar novamente para as correntes progressistas, que assumiriam novamente o protagonismo do governo.

Mas o golpe foi uma coisa infinitamente mais atroz: foi uma traição odiosa à cidadania, um crime hediondo contra a democracia, e as suas consequências sociais estão sendo trágicas.

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No Jornal GGN

Marqueteiro de Aécio gastou R$ 504 mil com empresa de perfis falsos em 2014

SEX, 08/12/2017 – 15:48
Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – Uma reportagem publicada pela BBC Brasil nesta sexta (8) levanta a suspeita de que Aécio Neves (PSDB) foi beneficiado pela subcontratação de empresa especializada em administrar perfis falsos nas redes sociais, com o objetivo de influenciar as eleições de 2014. O marqueteiro de Aécio, Paulo Vasconcelos, gastou meio milhão de reais com a empresa Facemedia, que também trabalhou para o Comitê Nacional do PSDB e outros políticos ligados ao PMDB.

A matéria foi feita com base em uma investigação jornalística que chegou aos funcionários da empresa Facemedia, contratados para gerenciar os perfis falsos. Em média, cada um cuidava de cerca de 20 “personas” que eram criadas pela equipe do empresário Eduardo Trevisan.

A agência PVR, de Paulo Vasconcelos, o marqueteiro da campanha presidencial de Aécio, pagou R$ 504 mil para a Facemedia entre março e julho de 2014, diz a BCC. A despesa consta em um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeira), de julho deste ano.

Não se sabe exatamente para qual cliente de Vasconcelos a Facemedia trabalhou. Questionada, a PVR disse que contratou os serviços de Trevisan para fazer “monitoramento e análise do ambiente político” nas redes. Além do PSDB, Vasconcelos também fazia assessoria para a J&F. Tanto Aécio quanto a JBS aparece em mensagens postadas pelos perfis falsos, mas os envolvidos negam que o senador tucano tenha sido beneficiado.

Além da agência que fez a campanha de Aécio, o próprio Comitê Nacional do PSDB contratou a Facemedia por R$ 360 mil em 2014, para “serviços de marketing e comunicação digital.”

OUTROS POLÍTICOS

Quem também usou os serviços de Trevisan, naquele ano, foi o senador Renan Filho (PMDB), que desembolsou R$ 200 mil na campanha ao governo de Alagoas. Outro peemedebista, o ministro do Tribunal de Contas da União Vital do Rêgo Filho, teria despedido R$ 30 mil com a agência de perfis fakes, quando concorreu ao governo da Paraíba.

A deputada Laura Carneiro, do PMDB do Rio de Janeiro, pagou um total de R$ 112 mil por mês para divulgar seu mandato nas redes sociais. Segundo a reportagem, os perfis falsos criados pela Facemedia interagiam com as redes sociais da parlamentar.

Os funcionários entrevistados pela BBC ainda disseram que Eunício Oliveira, Renan Calheiros, Eduardo Braga, Paulo Hartung, todos do PMDB, além de Rodney Miranda (DEM), índio da Costa (PSDB), Gim Argelo e Felipe Peixoto (PSB) também usaram os serviços da Facemedia.

O ESQUEMA DE CIBORGUES

A reportagem explica também que especialista consideraram os perfis como “ciborgues”, porque utilizavam mecanismos de robôs associados a um perfil administrado por um humano.

A parte técnica não era muito elaborado. Os funcionários utilizavam plataformas que permitiam o uso de vários perfis ao mesmo tempo, como o Hootsuite.

Parte dos funcionários disseram que não sabiam que a finalidade da vaga de emprego era a de lidar com perfis fakes. Eles também contaram que assinaram um contrato de sigilo e evitavam expor à sociedade o que faziam no trabalho.

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Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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