Desespero na Globo: irmãos Marinho “queimaram caravelas” com “kamikaze TRF-4”

Do Blog de Romulus Maya:

Desespero na Globo: irmãos Marinho “queimam caravelas” com “kamikaze TRF-4”!

Por Romulus Maya & “Dom Cesar”

(com informações de fontes muito bem situadas no BNDES e no próprio Grupo Globo)

Na data de ontem (14/12/2017) o Grupo Globo finalmente tomou a decisão de substituir do comando executivo das empresas o primogênito da família Marinho, Roberto Irineu Marinho, sob o pretexto de ter completado a idade de 70 anos.

Mais uma vez a empresa fez uso do eufemismo para escamotear a verdade dos fatos, usando o recurso das conjunções e adversativas em suas manchetes para esconder o fato de que o primogênito caiu: “Roberto Irineu Marinho se mantém presidente do Conselho do Grupo Globo, e Jorge Nóbrega assume presidência executiva.”

Mais à frente o comunicado ressalta que o novo CEO, ex vice-presidente Executivo do Grupo Globo, Sr. Jorge Nóbrega, assumiria a presidência executiva da empresa em função da aposentadoria do primogênito da família Marinho e que este teria feito a indicação do Sr. Nóbrega para o cargo.

Apesar da saída de Roberto Irineu Marinho do comando executivo ele ainda continuaria na presidência do Conselho de Administração, cargo que antes acumulava com a presidência executiva do Grupo.

É possível notar um claro interesse em criar um pretexto para a troca no comando, o atingimento da idade de 70 anos, bem como a ideia de que o poder de mando continuaria intacto, não só pela indicação e escolha do novo CEO como a permanência à frente da Presidência do Conselho de Administração.

Emblemática foi a declaração de que “A família Marinho não se afastará da Globo nem um milímetro”, dita por Roberto Irineu em um comunicado aos funcionários do grupo. É justamente o contrário, se não tivesse havido um afastamento da frente dos negócios esta fala sequer teria sido mencionada.

Outra declaração emblemática foi a de que “A gestão das nossas empresas também não mudará e nem nosso modo de ser. (…) Buscamos resultados de longo prazo, sem mirar exclusivamente no lucro do trimestre”. Aqui temos uma confirmação da informação antecipada por nós tempos atrás (aqui e aqui), quando afirmamos que o Grupo Globo entraria no vermelho já no 1º trimestre de 2018.

Na prática, o novo CEO será o responsável por todos os negócios do grupo, os novos projetos e as transformações das empresas (TV Globo, Globosat, Infoglobo, Editora Globo, Valor Econômico, Sistema Globo de Rádio, Som Livre, Globo.com e Globo Filmes), bem como as participações em outros negócios e as novas iniciativas.

Por trás deste repentino anúncio da troca de comando nas empresas do Grupo Globo travou-se uma intensa disputa nos bastidores da cúpula do Grupo, cujos herdeiros relutam em reconhecer que a gestão conduzida por eles foi desastrosa. Sob todos os pontos de vista de gestão empresarial.

A opção tomada de derrubar a presidente Dilma teve de ser acompanhada de uma intensa campanha que terminou derrubando o governo, mas também derrubou o PIB. Afetou, diretamente, o faturamento dos principais anunciantes. E, por conseguinte, seus investimentos em publicidade. Ou seja, um tiro no pé nos negócios da empresa.

A gota d’água que agiu como elemento catalisador para a troca de comando foi a “decisão kamikaze” (nas palavras de interlocutores dos Marinho!) da cúpula do jornalismo da emissora, ao orquestrar a antecipação do julgamento do ex-presidente Lula para o dia 24/01/2018. Passaram para toda sociedade e para todo mundo jurídico nacional – e internacional – a certeza de que o país estaria sob a égide de um verdadeiro Estado de Exceção.

Prevaleceu junto aos membros do Conselho de Administração a ideia de que a jogada de mão maquinada pelos irmãos Marinho e sua diretoria de jornalismo ultrapassou todos os limites de responsabilidade e previsibilidade. A ponto de ameaçar, seriamente, os negócios do grupo, tendo em vista que tal decisão foi como queimar caravelas; tornar quase impossível uma futura composição com os governos a serem eleitos. Isso sem contar a efetiva possibilidade de conflagração no sistema social em função desta medida tão absurda e arbitrária.

A partir da posse de Nóbrega no comando executivo das empresas haverá um processo mais acelerado de reestruturação interna. O foco imediato será o corte nos custos fixos (salários nos departamentos de jornalismo e novelas) e a venda de bens do ativo imobilizado (nesta semana o prédio da Rádio Globo foi desocupado e a operação foi transferida para Jacarepaguá).

Em paralelo a isso, ainda existe um assunto não definitivamente resolvido: o dos futuros pretendentes Murdoch e Daniel Dantas. Os Marinho e Murdoch em passado recente cogitaram da atuação da News Corp no solo brasileiro. O empresário australiano poderia adquirir uma parte da TV Globo em troca de assunção das dívidas de US$ 2,6 bilhões do Grupo Globo. Além do bilionário australiano que mira as empresas da Globo temos também o banqueiro Daniel Dantas do Opportunity.

Daniel Dantas poderia fazer o negócio da aquisição via banco Opportunity. Teria a vantagem de poder captar recursos no BNDES.

Concluindo, o Grupo Globo tem pressa para buscar uma saída financeira para suas dívidas financeiras que vencem nos próximos anos e não podem mais ser roladas por falta de ativos do patrimônio imobilizado para dar como garantia ao BNDES – como exige a lei.

Chegamos, inclusive, a especular possíveis razões pelas quais os Marinho não podem dar as próprias ações que têm na Globo – ou os recebíveis da empresa – como garantia da rolagem da dívida:

(i) ou já deram os recebíveis – de uma concessão pública!(1) – como garantia para a especulação que fazem no mercado financeiro; e/ou

(ii) já empenharam de forma secreta as ações – de uma concessão pública!(2) – para se financiarem; e/ou

(iii) repetindo prática reiterada da empresa (como com o grupo Time Life nos anos 60, na compra da emissora do grupo em SP, com a venda da NET ao mexicano Carlos Slim, etc.) já venderam as ações que têm na Globo – uma concessão pública!(3) – em um contrato de gaveta a um bilionário estrangeiro – algo ilegal e vedado expressamente pela Constituição. Nesse caso, permaneceriam apenas como testas de ferro no negócio, até o lobby pela mudança legislativa que permitisse a “regularização” dessa situação prosperasse. Partindo dessa premissa, seria o afastamento de João Roberto Marinho da presidência do grupo uma ordem direta do “gringo”? Teria perdido a paciência com as lambanças dos Marinho?

O grande desafio do Grupo Globo é gerenciar o endividamento de curto e médio prazo. A prioridade zero é o corte nos custos fixos e a venda de ativos, como participação em empresas (Sky) e a venda de emissoras de tevê. A estratégia do novo CEO Nóbrega será no sentido de seguir este plano e se ater apenas aos ativos geradores de caixa como os jornais e a emissora de TV.

Dentro deste cenário os novos gestores não podem se arriscar a participar de jogadas políticas temerárias ao estilo Kamikaze, que criem futuras retaliações contra os negócios ou interesses do grupo. E foi exatamente isto que ocorreu recentemente com a operação no TRF-4, que incendiou o ambiente político e também induziu a substituição do primogênito dos Marinho no comando do grupo.

*

Atualização: 

Fonte (1) – Romulus, adiciona isto aqui na atualização do seu post:

(que caiu como uma bomba onde tinha que cair!!)

– O imbróglio do FIFAGate vai impactar a renovação dos empréstimos bancários e obtenção linha para capital de giro.

– Os bancos irão pôr obstáculos à concessão de crédito para eles.

– O risco de default na Globo é muito alto.

– OUTRA: o banco Goldman Sachs, que no passado recente ajudou na restruturação da dívida da Globo, terá como nova presidente a Maria Silvia, no lugar de Paulo Leme.

– A mesma Maria Silvia que, antes de presidir o BNDES (onde não pode rolar o empréstimo SEM GARANTIA) já havia dado consultoria para reestruturar a dívida da Globo em sua consultoria independente em 2002/2003, agora terá que descascar novamente o abacaxi “Grupo Globo”, que em 2018 entra no vermelho, em especial no tópico CASH FLOW (fluxo de caixa).

– Meu amigo, o que fecha uma empresa não são os números do Profit&Loss (lucros e prejuízos), mas os do cash flow! Sem cash flow a empresa simplesmente colapsa! O cash flow é o oxigênio do coração da empresa. É esta a preocupação do Grupo Globo em 2018.

– Fora o fato de que, se houver decretação judicial internacional da nulidade dos contratos da FIFA de 2026 e 2030, haverá uma debandada de grandes anunciantes. E a empresa JÁ RECEBEU os chamados (jargão contábil) “RECEBIMENTOS ANTECIPADOS”. Estes recebimentos antecipados são classificados como passivo circulante. É uma dívida que a empresa tem com os anunciantes.

– Caso os contratos da Copa caiam, os Marinho terão de devolvê-los aos anunciantes ou descontá-los em futuros anúncios. Ou seja, um dinheiro absurdo que não mais irá entrar no caixa! Viu o tamanho do problema?

– Fora o fato de diversas decisões criminosas – e.g., corrupção no futebol, uso de offshores, sumiço de processo da receita, conspiração para derrubar governos – terem sido deliberações pessoais dos 3 irmãos Marinho. Ao arrepio de tudo aquilo que uma gestão corporativa profissional recomendaria.

– Obs.: a expressão “ataque kamikaze” (TRF4 em 24/01) foi citada – textualmente! – no quebra pau do Conselho de Administração do Grupo Globo! Na cara do – recém-demitido – irmão Marinho!

– A investigação #FIFAGate trará impactos enormes no caixa de empresa. Bancos deixarão de ser uma opção para o grupo se financiar. E aí a Globo será presa fácil para os predadores: Murdoch, Daniel Dantas, Carlos Slim…

– Posso confirmar o que o Paulo Henrique Amorim antecipou, sobre o prejuízo certo no primeiro trimestre de 2018. Só que é pior: já estão falando que no 4o trimestre deste ano – 2017 – já haverá prejuízo! Coisa que será difícil de esconder com “mágica contábil”. Pois quem sabe – agora – a Miriam Leitão não vire uma ardorosa defensora de “contabilidade
criativa”??

*

Mais sobre a corda no pescoço dos Marinho em:

Bomba: os Marinho colocaram a Globo na roleta do Cassino!

Por “Dom Cesar” & Romulus

No popular:

– Os Marinho estão saindo fora!

E, por isso, querem a grana toda…

– … in cash!

Com a moeda nacional desvalorizada, o país fica “barato” e o poder da “alavanca” de quem tem dólares torna-se muito maior.

Some a isso, ainda:

(i) a depressão econômica, barateando os ativos brasileiros no geral;

e, no particular…

(ii) a implosão de setores inteiros da economia nacional, via Lava a Jato.

Resultado: xepa!

E aí…

Quem tem dinheiro na mão – a tal da “liquidez”… – é rei!

“Aposta na aposta, na aposta, na aposta, na…”

– Os Marinho apostam no seu poder de viciar a “roleta do Cassino”, via Rede Globo para, ao final, ganharem também na sua aposta principal: a especulação financeira.

Haja alavancagem: um verdadeiro castelo de cartas!

“Castelo de cartas”… a espera de um sopro??

LEIA MAIS >>

*

Globo precisa da grana do BNDES

Por Romulus

– Conversão da Globo ao “Fora, Temer”: tudo menos civismo.

– O projeto de longo prazo: a tutela da classe política pela dobradinha mídia/ juristocratas – juízes/ procuradores/ policiais federais.

– No médio prazo, o medo: o FBI investiga o esquema FIFA. Sem ter feito o PGR, a Globo passa a contar apenas com mecanismos extremos: “perdão presidencial”, “anistia do Congresso” e dissuasão, com a ameaça de ataques midiáticos ou de impeachment da nova PGR pelo Senado.

– No curto prazo, a corda no pescoço: o endividamento das Organizações Globo junto ao BNDES. Segundo fonte do Blog, os Marinho não estariam conseguindo rolar a dívida desta vez. O problema seria não terem bens para dar em garantia. Nem mesmo as ações na Globo!

– Uai… qual o problema, irmãos Marinho? As ações da Globo não são mais de vocês?!

LEIA MAIS >>

*   *   *

 
– Siga no Facebook:
 

– E no Twitter:



Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como “uma esquerdista que sabe fazer conta”. Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.
Romulus Maya: Advogado internacionalista. 9 anos exilado do Brasil... conta na Suíça, sim, mas não numerada e (mais importante) sem numerário! Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como "uma esquerdista que sabe fazer conta". Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.