Doleiros do Rio delatam corrupção na… Lava jato

A história, sempre irônica, começa a aprontar das suas. A toda poderosa Lava Jato, que usou e abusou de delações forjadas em seus porões, com uso de informações igualmente forjados de bancos de dados manipulados pelos delatores ao sabor dos interesses das investigações, começa a ser vítima de seu próprio veneno.

Os doleiros presos na operação Lava Jato do Rio delataram esquemas de corrupção dentro da Lava Jato, com intermediação de um conhecido advogado lavajateiro, Antonio Figueiredo Bastos, sobre o qual o Cafezinho já escreveu muitas histórias.

Sempre é bom lembrar que as denúncias oferecidas pelo advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Durán, todas embasadas em provas certificadas por órgãos oficiais espanhois, de que o amigo de Sergio Moro, o advogado Carlos Zucolotto, teria cobrado US$ 5 milhões para que a Lava Jato fizesse um “abatimento” de US$ 10 milhões na multa cobrada a Tacla, essas denúncias ainda não foram esclarecidas!

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No Jornal GGN

Delação premiada: doleiros denunciam venda de proteção no Paraná

A INDÚSTRIA DA DELAÇÃO PREMIADA
SAB, 19/05/2018 – 10:00
ATUALIZADO EM 19/05/2018 – 10:05

A descoberta foi da Operação Lava Jato do Rio de Janeiro, não a de Curitiba. O repórter, Ricardo Galhardo, que não faz parte dos grupos de policiais-repórteres que cobrem a Lava Jato.

Segundo matéria do Estadão, Advogado de delatores é acusado de cobrar propina. O advogado em questão é Antônio Figueiredo Bastos, o campeão das delações premiadas, que acabou se tornando celebridade após sair na capa da revista Veja fumando charutos caros.

Os doleiros Vinícius Claret, o “Juca Bala”, e Cláudio de Souza, acusados de integrar o esquema comandado pelo “doleiro dos doleiros” Dario Messer, disseram ao MPF do Rio de Janeiro que Bastos cobrava US$ 50 mil mensais a título de taxa de proteção, para garanti-los perante “o Ministério Público Federal e a Polícia Federal” de Curitiba.

Diz a matéria: “Enrico passou a dizer que o escritório deveria pagar US$ 50 mil por mês para fornecer uma proteção a Dario e às pessoas ligadas ao câmbio. Que essa proteção seria dada pelo advogado Figueiredo Basto e outro advogado que trabalhava com ele”, diz trecho da delação feita por Souza aos procuradores Eduardo Ribeiro Gomes El Hage e Rodrigo Timoteo da Costa e Silva, da Procuradoria da República no Rio”.

Outros doleiros também pagavam a referida taxa.

“Segundo as delações, Enrico não dava detalhes da “proteção” e integrantes do esquema chegaram a se desligar da operação por desconfiar da cobrança. “Os pagamentos foram feitos de 2005/2006 até 2013. O colaborador não recebia qualquer tipo de informação verossímil de Enrico. A exigência de tais pagamentos fez com que Najun Turner (doleiro) se desentendesse com Dario e Enrico, pois o mesmo se recusava a pagar”, diz outro trecho da delação de Claret.

A nova delação poderá explicar muitos desdobramentos da Operação Banestado, inclusive o fato de doleiros apanhados continuarem a delinquir sem serem incomodados até a Lava Jato.

Voltaremos com mais informações.

Leia aqui a série A Indústria da Delação Premiada.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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