A arregada de Bolsonaro

(Quem sabe se permitissem armas e dinossauros na sabatina…)

E Bolsonaro arregou.

Sua assessoria anunciou ontem (6) que ele não participará da série de sabatinas que UOL, Folha e SBT estão realizando com os presidenciáveis.

A desculpa é risível: “problemas na agenda”.

Segundo matéria do UOL, “Ao pré-candidato, foram oferecidas pela organização das sabatinas diversas opções de data ao longo do mês de maio até a próxima semana. Na tentativa de facilitar o deslocamento do deputado federal (RJ), também foi dada a ele a opção de realizar a entrevista em Brasília.”

Bolsonaro deve estar priorizando plateias que gritam alucinadamente “mito, mito”, em detrimento das que fazem perguntas sobre o seu projeto para o país.

Quase (só quase) chego a me compadecer dos coordenadores da campanha de Bolsonaro.

Eles estão entre a cruz e a espada.

Se o candidato participar das sabatinas, entrevistas e debates fatalmente demonstrará seu absoluto despreparo – inclusive intelectual – para administrar qualquer coisa – quanto mais um país! -, além da já bem conhecida boçalidade.

Se não participar, que é a estratégia aparentemente escolhida, ficará evidente que é por conta dos motivos listados no parágrafo acima. Ou seja, pura e simples covardia.

Qualquer que seja a opção da sua campanha, Bolsonaro perde votos.

Afinal, boa parte dos seus potenciais eleitores certamente não engolirá a história mequetrefe de “problemas de agenda” e ficará com a pulga atrás da orelha.

Os índices de Bolsonaro nas pesquisas são, de fato, preocupantes, assim como suas chances de ir para o segundo turno (quando ele não poderá fugir de todos os debates, é bom lembrar).

A sua tacanhice – segundo o Michaelis, “que tem estreiteza de ideias ou de visão; estúpido” – é, contudo, um alento para quem tem bom senso e não quer ver um lambe botas de torturador na presidência.

Por trás da fachada de machão temos um candidato assustado, tremendo de medo de responder algumas simples perguntinhas.

Pedro Breier: Pedro Breier nasceu no Rio Grande do Sul e hoje vive em São Paulo. É formado em direito e escreve sobre política n'O Cafezinho desde 2016.
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