Cafezinho na Copa: “Hay que seguir soñando”

Cavani comemora o segundo gol

Por Pedro Breier

O Uruguai segue sonhando, como falou Cavani, com os olhos marejados, ao fim do 2 x 1 contra Portugal, no segundo jogo das oitavas de final da Copa.

O atacante do PSG, com a luxuosa parceria de seu companheiro de ataque, Luís Suárez, foi o autor dos dois belos gols que eliminaram o time de Cristiano Ronaldo.

O primeiro foi no início do jogo, aos 6 minutos. A mortal dupla ofensiva da Celeste fez uma improvável tabela de longa distância, começando com uma linda virada de Cavani para Suárez, da direita para a esquerda. O atacante do Barcelona dominou, balançou na frente do zagueiro e, após cortar para a direita, cruzou em curva, encontrando o próprio Cavani no segundo pau. O camisa 21 acertou a bola com o rosto, estufando a rede do goleiro Rui Patrício.

Depois de abrir o placar o Uruguai recuou, armando o ferrolho e cedendo a bola para a equipe lusitana.

Cristiano Ronaldo, que havia dado um chute para tranquila defesa do goleiro uruguaio Muslera, ainda antes do gol de Cavani, foi muito bem marcado e não teve outra chance de arrematar, exceto em uma falta perigosa mas mal cobrada.

O time de branco até que girava bem a bola mas faltava talento para furar o bloqueio defensivo. O ponta Bernardo Silva, que joga no Manchester City, era quem mais incomodava a defesa sul-americana, concentrando as tentativas de ataque portuguesas.

Portugal conseguiu aumentar o nível de pressão na volta do intervalo, o que surtiu efeito aos 9 minutos, com Pepe dando uma bela cabeçada para o gol após cobrança curta no escanteio e cruzamento subsequente. 1 x 1.

Aos 16, o banho de água-fria na reação portuguesa.

Muslera deu um balão para o outro lado do campo, a zaga desviou e a bola sobrou na meia direita para o bom meio-campista Bentacur. O camisa 6 enxergou Cavani entrando pela esquerda e deu o passe certeiro. Suárez estava no meio do caminho mas deixou, sagazmente, a bola passar direto e chegar até Cavani, que bateu colocado, de primeira, fazendo um lindo gol.

Repetiu-se, então, o script do primeiro tempo, com a seleção portuguesa tocando a bola até com certa qualidade, mas sem conseguir penetrar no qualificado – e povoado – sistema defensivo uruguaio.

A chance mais clara foi com Bernardo Silva, chutando para fora após cometer falta – não marcada – em Muslera, ao chutar a bola que já repousava nas mãos do goleiro uruguaio.

Cristiano Ronaldo não teve muito o que fazer diante do poderio defensivo do time azul celeste. Seu saldo no mundial é, contudo, positivo, especialmente pela atuação magistral e seus 3 gols contra a Espanha, na primeira rodada.

Suárez teve uma boa atuação. Além da assistência no primeiro gol e da participação discreta mas inteligente no segundo, meteu uma bela bola, já nos acréscimos da etapa final, para Cristian Rodríguez que, na cara do gol, não conseguiu dominar. Entretanto, suas constantes tentativas de cavar faltas ou cartões para os adversários acabam prejudicando mais do que ajudando sua equipe. Neymar, perto de Suárez, é amador no quesito tentativas de ludibriar a arbitragem.

Cavani, o melhor em campo, saiu machucado aos 25 do segundo tempo. Uma eventual ausência do artilheiro pode ser fatal para as pretensões uruguaias.

O Uruguai segue sonhando, mas agora o desafio é duro como rocha: a poderosa França, que ganhou de 4 x 3 da Argentina com autoridade, é a adversária das quartas de final.

Todavia, se Cavani e Suárez estiverem inspirados, tudo pode acontecer.

Pedro Breier: Pedro Breier nasceu no Rio Grande do Sul e hoje vive em São Paulo. É formado em direito e escreve sobre política n'O Cafezinho desde 2016.
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