A percepção do “mercado” sobre os candidatos

A XP Investimentos divulgou duas pesquisas, recentemente, sobre as eleições presidenciais.

Uma delas, registrada no TSE, é a sua pesquisa semanal, com mil pessoas, atualizada para a primeira semana de julho, e que não traz grandes novidades sobre anteriores, nem destoa de outros levantamentos.

Ela é publicada sempre no Infomoney, um site pró-mercado, com perfil notoriamente conservador, oscilando entre Bolsonaro e Alckmin.

No cenário com Lula, ele lidera com 28%, contra 20% de Bolsonaro, 9% de Marina e 7% de Ciro e Alckmin.

Sem Lula, e com presença de Fernando Haddad, Bolsonaro fica com 23%, três pontos acima do que registra no cenário com o ex-presidente. O capitão sempre herda uns 2 ou 3 pontinhos do petista; por incrível que pareça, tem eleitor do Lula que, na ausência deste, vai de Bolsonaro.

Marina cresce 4 pontos e Ciro 3 pontos, no cenário sem Lula. Fernando Haddad pontua 2 pontos. Num cenário em que Haddad é apresentado ao eleitor como “candidato de Lula”, no entanto, ele cresce para 11 pontos, empatado tecnicamente com Marina e Ciro, que pontuam 11% e 8%, respectivamente.

 

 

O segundo turno, na mesma pesquisa, traz seis cenários:

Alckmin 28% X Haddad 20%. Branos, nulos e indecisos: 45%.
Lula 39% X 33% Bolsonaro 33%. Brancos, nulos e indecisos: 29%.
Bolsonaro 34% X Alckmin 32%. Brancos, nulos e indecisos: 35%.
Marina 36% X 33% Bolsonaro. Brancos, nulos e indecisos: 31%.
Alckmin 33% X 31% Ciro. Brancos, nulos e indecisos: 32%.
Bolsonaro 34% X 31% Ciro. Brancos, nulos e indecisos: 34%.

A outra pesquisa XP, divulgada também pelo Infomoney, entrevistou 146 “investidores institucionais” selecionados pela corretora.

Antes de analisá-la, porém, segue um gráfico de uma pesquisa similar, feita em junho pelo BNB Paribas, grupo financeiro francês (e um dos maiores do mundo), com um perfil dos candidatos segundo dois eixos: nacionalismo e ideologia.

Voltando à pesquisa XP com investidores, ela confirma essa visão do “mercado” de que Ciro Gomes está à esquerda do PT, em função da maior determinação do pedetista em afirmar sua oposição a reformas de Michel Temer, como a Lei do Teto de Gastos.

Há outros gráficos no post, todos na mesma linha. Um deles traz a previsão do comportamento da bolsa de valores segundo cada candidato. O candidato mais temido pelos especuladores de bolsa é Ciro Gomes.

A mesma pesquisa mostra que 48% dos entrevistados (ou seja, os 146 investidores) acham que Bolsonaro deve ganhar as eleições. Alckmin, que liderava a pesquisa em abril, quando 48% dos entrevistados acreditavam que ele seria o vencedor, hoje tem 31% das esperanças.

Ciro, curiosamente, que tinha 1% em abril, disparou para 13%.

 

 

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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