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A esquerda precisa amadurecer

É hora de sermos estratégicos. Sempre é, na verdade, mas o início de um governo de extrema-direita e a forte guinada da população na direção do conservadorismo exigem que a prioridade natural que deve(ria) ser dada, pela esquerda, à estratégia seja ressaltada. Por exemplo. Esta semana foi votado, na Câmara dos Deputados, um projeto sobre […]

48 comentários
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É hora de sermos estratégicos.

Sempre é, na verdade, mas o início de um governo de extrema-direita e a forte guinada da população na direção do conservadorismo exigem que a prioridade natural que deve(ria) ser dada, pela esquerda, à estratégia seja ressaltada.

Por exemplo.

Esta semana foi votado, na Câmara dos Deputados, um projeto sobre sanções a pessoas ou entidades consideradas terroristas.

O PT e o PSOL  votaram contra o projeto. O bloco composto por PDT, PCdoB e PSB optou por fazer uma negociação com o relator. Caso fossem retirados os movimentos sociais da lista dos que podem ser considerados terroristas, o bloco votaria a favor do projeto. A negociação foi bem-sucedida.

Não é emblemático?

Pode até parecer cool e revolucionário se recusar a negociar com políticos antipopulares, conservadores, de direita, enfim. Na dura realidade, porém, lugar em que a balança do poder não anda nada favorável para a esquerda, fazê-lo é, muitas vezes, rifar quem está na linha de frente das lutas de rua, na cidade ou no campo. Beira a irresponsabilidade.

A postura de não fazer aliança, negociação ou acordo com quem não está no mesmo espectro ideológico é uma bandeira do PSOL. O partido têm muitas qualidades, especialmente uma militância jovem e lutadora.

Esperar, todavia, que a conjuntura vire drasticamente e a população eleja um(a) psolista para algum cargo executivo de peso – acompanhado, por suposto, de uma generosa bancada para fazer a sustentação no parlamento sem precisar de alianças, enquanto o trator acelera para cima dos marginalizados de sempre, não me parece uma postura nem remotamente consequente. O mesmo vale para a atitude de não negociar com a direita no parlamento em nome de manter-se “puro” e, dessa forma, abrir mão de possibilidades de mitigação de danos como a conquistada na questão do projeto antiterrorismo.

O PT, por sua vez, atuava de forma diametralmente oposta quando era governo federal. Abdicou quase que completamente do diálogo com as bases para focar tão somente nas negociações parlamentares. Enquanto a economia ia bem, tudo certo. Bastou abater-se a crise sobre o país para o governo, sem sustentação popular, ser abatido.

Agora que está praticamente isolado no jogo do poder, o PT de certa forma volta às suas origens e alinha-se ao PSOL na tática “jogar para perder mas ficar bem na fita diante da militância”.

O que fazer, então?

Articular a atuação institucional com o diálogo com as bases, oras. É claro que é mais complexo do que parece em uma simples frase com meia dúzia de palavras, mas se este não for o norte, estamos muito mal arranjados.

Não é possível vender a ilusão de que basta fincar o pé nas nossas posições que tudo, magicamente, uma hora vai dar certo. É cruel demais com quem sente na pele a violência de um governo truculento e antipovo. A gente sofrida das periferias e dos rincões do Brasil não pode e não tem condições de esperar que a conjuntura vire a nosso favor.

Política é a arte do diálogo. De conquistar mentes e corações. Perdemos a eleição para um desqualificado. A sociedade foi para a direita.

Se esta não for a hora de baixarmos a bola e negociarmos o que for negociável no campo institucional – sempre às claras e sem abrir mão das lutas por fora dos governos e parlamentos, não sei quando será.

Precisamos amadurecer.

Chega de empurrar para o outro lado todo mundo que não se encaixa no que eu entendo por esquerda.

Achei ruim o Ciro Gomes repetir a frase do seu irmão Cid sobre o Lula. Daí a usar isso para vaticinar que Ciro, um quadraço que defende com unhas e dentes pautas caríssimas à esquerda e ao desenvolvimento nacional, é “oportunista”, “de direita”, “traidor”, e etc. vai uma distância abissal. Isto é simplesmente estúpido. Isolacionista. E é claro que muitas das análises furibundas do episódio (mal) escondem o medo de que qualquer outra liderança desbanque algumas hegemonias desmoronantes por aí.

Menos show para os holofotes. Mais estratégia.

Menos picuinha infantil. Mais discussão de projetos.

Eis o caminho.

A propósito: em que pese qualquer errônea relação que se possa fazer entre a imagem que abre o post e o título deste, que sigamos, para desespero do Pondé, festivos.

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Pedro Breier

Pedro Breier nasceu no Rio Grande do Sul e hoje vive em São Paulo. É formado em direito e escreve sobre política n'O Cafezinho desde 2016.

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Comentários

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Leonardo Souto

16/02/2019 - 11h08

É verdade, precisamos amadurecer urgentemente.
Deixar de ser colunista de um veículo que se serve, voluntária ou não, conscientemente ou não, ao jogo de propaganda, diversionismo e desinformação que os interesses estrangeiros estão impondo ao brasileiro deveria ser o primeiro passo.
Esta semana, um militar de alta patente norte americano anuncia nomeação de um GENERAL brasileiro para ser vice-comandante das operações dos EUA na região, manobra que visa subordinar e comprometer as forças armadas brasileiras cooptando generais, subordinando-os à cadeia de comando do Departamento de Estado dos EUA, absurdo impensável em qualquer país soberano.
O que O Cafezinho faz?
Omite!
Nem uma linha, nada.
Até agora, 16/02/ 2018, 10:32 nenhuma notícia à respeito.
Acho que participar e colaborar com estes veículos de desinformação (e suas pretensões nebulosas) demonstra que realmente, a esquerda precisa muito amadurecer. E, para amadurecer, a primeira tarefa necessária é escolher a quem cada componente desta “esquerda” pretende servir, se ao povo ou aos abutres.
Não duvido da boa intenção do autor do texto, pelo contrário, mas, como sabemos, a estrada para o inferno é pavimentada de boas intenções.

Deixo o link para quem se interessar sobre as informações que são realmente relevantes:

https://www.southcom.mil/MEDIA/NEWS-ARTICLES/Article/1758006/southcom-commander-visits-brazil-and-curaao-discusses-regional-security-coopera/

Leonardo Souto

16/02/2019 - 11h01

É verdade, precisamos amadurecer urgentemente.
Deixar de ser colunista de um veículo que se serve, voluntária ou não, conscientemente ou não, ao jogo de propaganda, diversionismo e desinformação que os interesses estrangeiros estão impondo ao brasileiro deveria ser o primeiro passo.
Esta semana, um militar de alta patente norte americano anuncia nomeação de um GENERAL brasileiro para ser vice-comandante das operações dos EUA na região, manobra que visa subordinar e comprometer as forças armadas brasileiras cooptando generais, subordinando-os à cadeia de comando do Departamento de Estado dos EUA, absurdo impensável em qualquer país soberano.
O que O Cafezinho faz?
Omite! Nem uma linha, nada.
Até agora, 16/02/ 2018, 10:32 nenhuma notícia à respeito.
Acho que participar e colaborar com estes veículos de desinformação (e suas pretensões nebulosas) demonstra que realmente, a esquerda precisa muito amadurecer. E, para amadurecer, a primeira tarefa necessária é escolher a quem cada componente desta “esquerda” pretende servir, se ao povo ou aos abutres.

Ivan Lima

16/02/2019 - 09h45

Tá difícil ler O Cafezinho. Desde quando Ciro Gomes é referência para a esquerda? Em qual eleição nacional o PDT teve mais votos que o PT? Qual partido o povo reconhece como oposição aos governos de direita? Vamos consultar a história política desde a redemocratização e concluir que o Ciro e o PDT fazem é tocar o projeto político de Ciro. Mas, quando a atual gestão fracassar, vamos ver quem o povo vai enxergar como oposição. Certamente, não será o cara que, em 2014, afirmou que se Aécio Neves estivesse na disputa, sua candidatura seria desnecessária. Valha-me Deus. Apoiar traidor não é comigo.

Mauricio de Campos Araújo

15/02/2019 - 23h17

Olha a esquerda que vocês apoiam…kkk…(quadraço…kkk)
O cafezinho vai cobrir as 59 audiências na justiça do Ceará na Comarca dos Gomes (quer dizer Sobral!!!)

Jornalista é alvo de 59 processos de diretoras de escolas em Sobral, no Ceará

ttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/02/jornalista-e-alvo-de-59-processos-de-diretoras-de-escolas-em-sobral-no-ceara.shtml

Lula Livre_em 2044!

15/02/2019 - 21h03

Sabemos bem qual era o mecanismo de negociaçõe$ parlamentare$ empregado pelo PT. Legal é o cinismo dos que apontam o laranjal do PSL, como se TODOS os outros partidos nao se utilizassem do mesmo subterfúgio. O bom disso tudo é que a sociedade acordou e nao mais se deixar enganar por esta conversa fiada.

    Carlos Eduardo

    15/02/2019 - 21h54

    Só não entendi uma coisa do seu raciocínio:
    Pq o PT fez no passado então isso dá direito do PSL cultivar seu pomar de laranjas, é isso??

      Lula Livre_em 2044!

      16/02/2019 - 18h18

      Nao foi o que eu disse, sabemos bem quem tem bandido de estimaçao. Que sejam todos punidos, agora jogar pedra em alguém que ainda está sendo investigado e, ao mesmo tempo, defender um criminoso condenado em 2 instancias não me parece muito coerente.

Francisco

15/02/2019 - 19h35

O Festival do Suco de Laranja fervilhando cá fora e o cafezinho cumprindo agenda da campanha Ciro 22.

Não precisa ser nenhum experimentado barista para saber que o cafezinho caminha para tornar-se requentado e por fim fazer água e tornar-se cháfezinho.

Railton Melo

15/02/2019 - 18h40

O Cafezinho esquisito, o mundo lá fora pegando fogo no escândalo dos laranjas e o cafezinho nem aí, será ação de Ciro?

    jose carlos rodrigues arana

    15/02/2019 - 19h01

    Está mais preocupado com o PT.

fernando

15/02/2019 - 18h40

ciro não é de esquerda, mais u golpistas e quem tem que amadurecer é essa esquerda que gosta de puxar o saco da globo!!!

Ubiratan V.

15/02/2019 - 17h40

Projeto de lei de deputado do PSL quer quer tornar compulsória a doação de órgãos de mortos pela polícia. O sinistro da justiça – moro – quer fazer um banco de dados de DNA amplo e genético.
São muitas as “inovações jurídicas” que rememtem diretamente a certo período sombrio da história.

    Carcará

    15/02/2019 - 17h46

    Nada vai adiantar! Nada mudou! Tudo piorou! O morro vai descer! E não será para o carnaval!!!

    Chauke Stephan Filho

    17/02/2019 - 09h39

    Doação compulsória de órgãos dos corpos de bandidos mortos pela Polícia?! Não aceito.

    Eu preferiria morrer a ter batendo em meu peito o coração de um bandido.

    O melhor seria fazer ração para cachorro com os bandidos mortos.

    Ou com os vivos.

    Por que deixar aos vermes a carne de nossos piores inimigos, se com ela podemos alimentar os nossos melhores amigos?

    Seria mais econômico, mais ecológico.

    E viveríamos mais felizes, em paz e segurança, numa sociedade sem tanta diversidade tão socialmente incômoda.

    Afinal, quem é que gosta de integração social com bandidos?

    Só Maria do Rosário e a caterva vermelha chegada nos “manos”.

    Ainda não existem cadeias juntando homens e mulheres e bissexuais e trans etc., como os modernos sanitários multigêneros. Numa tal situação, entretanto, o que Maria pensa que fariam com ela se estivesse numa cela de penitenciária com as “vítimas da sociedade”?

    Será que ali alguém diria que ela não merece ser estuprada?

    Até a redentora e abençoada eleição de nosso destemido Capitão, nossa carne era dada aos bandidos.

    Basta! Chega! Unidade e segurança, JÁ!!

    A hora de dar a carne dos bandidos para os cachorros é agora.

ari couto

15/02/2019 - 17h32

Em circunstâncias mais normais, eu concordaria com quase tudo. Só que a realidade é outra. O governo cada vez mais se define como fascista, destruindo todas as instituições de luta do trabalhador, como o ministério do trabalho e a justiça trabalhista. Os sindicatos foram para o ministério da justiça. Uma olhada na história veria a coisa de forma diferente, embora sejam pessoas, instituições e épocas diversas. Hitler tomou posse como Chanceler em 30/1/33. A Social Democracia optou pela luta parlamentar. Em seis meses, o país tinha se tornado uma ditadura, com um supremo de joelhos e um congresso decorativo (alguma semelhança com o Brasil?). O Partido Comunista, muito forte então e cujos dirigentes e quadros tinha sido maciçamente presos, tentou reagir na clandestinidade. Mas era tarde demais. O resto todo mundo conhece

    Nostradamus ( banquinho & bacia )

    15/02/2019 - 17h43

    Concordo plenamente. Mesmo havendo uma certa reação no STF ontem na votação da criminalização da homofobia etc. O ministro Celso de Melo mandou o sarrafo! Certa hora, quem assistiu pode comprovar, o presidente se remexeu todo na cadeira… não deu para esconder o desconforto, pois virou um bolsonazi.

    marco

    15/02/2019 - 21h53

    O Waterloo dos progressistas foi a demissão do integro Delegado Lacerda.
    Depois disso, só “ferro”.

    Chauke Stephan Filho

    17/02/2019 - 09h57

    O Führer ascendeu ao poder pelo voto, colocou o Congresso de joelhos para colocar de pé a Alemanha.

    Mas, meu caro Ari, eu acho que “o resto” todo o mundo desconhece.

José Ricardo Romero

15/02/2019 - 16h55

Como o previsto, pt lança a piedosa campanha “Lula livre”. Com uma bola de aço presa ao tornozelo chamada “caudilho encarcerado”, o pt não tem outra alternativa. Abandonar o “chefe” é que não dá. Só é preciso saber se os seguidores encherão uma kombi. Este pacote não seduz ninguém.
Ótimo artigo, mas é preciso ter em mente que o amadurecimento da esquerda passa pela percepção de que o caudilho é problema do pt e não do Brasil. O pt que se vire com ele. A esquerda precisa se libertar de ídolos com pés de barro.

    Carlos

    15/02/2019 - 20h17

    Bem feito o comentário sobre o ex- presidente Lula ser um caudilho, no qual isto é verdadeiro. Há um belo artigo do jornalista Clóvis Rossi escrito para o jornal Folha de São Paulo em abril de 2018, no qual o título do artigo é: “Memórias de um caudilho chamado Lula” Veja o artigo: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/clovisrossi/2018/04/memorias-de-um-caudilho-chamado-lula.shtml . O ex- presidente Lula segue a regra de ser um caudilho, no qual em 39 anos de existência do PT, além de ser o dono do partido, nunca deixou crescer dentro do PT nenhuma liderança política que lhe fizesse sombra. A melhor prova disto é que desde as eleições presidenciais de 1989, quando o nome do ex- presidente Lula não estava nas urnas, o PT lançou dois candidatos presidenciais que eram postes do ex- presidente Lula (a ex- presidente Dilma Roussef nas eleições de 2010 e 2014 e o ex- prefeito Fernando Haddad nas eleições de 2018). Por fim o próprio Fernando Haddad já se referiu a si mesmo como um poste do ex- presidente Lula, quando havia acabado de ter sido eleito prefeito de São Paulo, nas eleições de 2012. Ao vencer a eleição para prefeito, Fernando deu uma entrevista para os repórteres da imprensa onde deu esta declaração: “Vocês sabem que eu sou o segundo poste do Lula” http://g1.globo.com/sao-paulo/eleicoes/2012/noticia/2012/10/apos-vitoria-em-sp-haddad-diz-ser-segundo-poste-de-lula.html O primeiro poste do ex- presidente Lula, que o então prefeito eleito de São Paulo se referia era a então presidente Dilma Roussef que tinha sido eleita em 2010.

      cleide Nunciacao

      16/02/2019 - 13h33

      Pois é, mas entao porque nao deixaram o caudilho ser derrotado finalmente nas urnas. Matava de vez né. Porem o caudilho ia ganhar, deu errado. Quando falam da derrota do PT nao consigo entender essas contas que fazem, afinal o PT nao fez 52 ou 54 deputados?? Nao é o maior partido ?? Que contas sao essas??

Nostradamus ( banquinho & bacia )

15/02/2019 - 16h41

A PREMONIÇÃO IRÔNICA DESPERCEBIDA DE MOURÃO
Não vou masturbar-me nestas questões de endireitamentos. Ponto. Mas poderia ressaltar uma fala do general vice sobre o presidente da nossa irmã Venezuela… que levaria três, seis meses para cair repentinamente. Bastando os militares de alta patente venezuelanos decidirem. Essa afirmativa por mais informações que o general possa ter menos parece um dado concreto ( até porque em meses a situação pode mudar muito ) do que uma premonição irônica para o caso brasileiro onde ninguém mais aguenta essa família fazendo estrepolias. Tenho dito que não passa da Páscoa. Sim… talvez o início da queda… mas o final desse governo mesmo será em agosto, ao não entregar a reforma que o mercado quer. E o Ciro poderá vir a ser o ministro da economia dos militares, para tentar realizar a façanha de FHC, seu desejo eterno. Não leva mas… O Mourão fala muito nas entrelinhas. Enquanto isso… LULA LIVRE !!!

Justiceiro

15/02/2019 - 15h52

Putz! Marx, Fidel, Stalin, Lênin, Mao…

Essa turma toda está no inferno, esperando o resto da quadrilha vermelha que ainda está por aqui. Preso, mas ainda entre nós.

    fernando

    15/02/2019 - 18h38

    justiceiro quem vai ir pro inferno é você, pois é evangélico e segue falsos profetas..e gosta de dar pro tio sam!!!

    cleide Nunciacao

    16/02/2019 - 13h35

    E o laranjal nao resistiu a 30 dias de desgoverno. kkkk so rindo mesmo. Cuidado com o Mourao. Eu ja sabia. Pessoas inteligentes ja sabiam

Alan Cepile

15/02/2019 - 14h54

Bom texto!
Essa tática idiota de ficar na bolha cega esquerdista, e assim perder tudo, não é o que o povo precisa. Não podemos esquecer que se juntarmos todos os partidos de esquerda isso mal dá 1/4 da câmara.

Ponto positivo para a tática do PDT/PCdoB/PSB que pediu a retirada de um item e ofereceu em troca o voto a favor, é assim que se faz política.

“Política é a arte de conciliar interesses próprios, fingindo conciliar os dos outros” disse Menotti del Picchia, jornalista do século retrasado, o bloco conciliou o interesse próprio, a retirada dos movimentos sociais da pauta, e fingiu conciliar os dos outros votando a favor, quando na verdade votou favor do que sugeriu, simples assim.

E ao Freixo coube cantar a vitória (dos outros).

nelson

15/02/2019 - 13h51

ciro ANÃO DA PREVIDENCIA LIXO de DIREITA o buraco da história o aguarda com o bebumdiano e o bolsocrime.

Michael

15/02/2019 - 13h36

“Tudo que é sólido desmancha no ar”. O PT se tornou o grande vilão da esquerda nacional devido ao fato de haver justamente negociado, partilhado, tergiversado, concedido e cedido a interesses alheios aos seus -todas atividades que o articulista chama de “maturidade” – alegadamente traindo suas bases ao fazê-lo. Tal conduta do PT hoje é motivo para que ele seja apedrejado pela esquerda (que exige dele a famigerada “autocrítica”) e ao mesmo tempo, cinicamente, pela direita, que o acusava durante as eleições de ser o último bastião da “velha política”. Ora, sejamos coerentes. Ou fazer o jogo da Realpolitik brasileira é válido ou não é. Validade seletiva não conta e não contribui em nada para a discussão.

    João do Amor Divino de Santanna e Jesús

    15/02/2019 - 14h08

    Para tirar os corruptos do poder não precisamos de coerência, nem de gente honesta , precisamos de métodos e meios e de gente que pareça popular, coerente e honesta.

    AcesarRocha

    15/02/2019 - 14h59

    A expressão de Marx, popularizada pelo título do livro do Marshall Berman – que “Tudo que é sólido desmancha no ar”, à luz dos descaminhos da esquerda no exercício do PODER do Estado burguês, talvez possa ser atualizada, com fulcro na análise de Marx n´ O 18 Brumário de Luís Bonaparte, mediante a premissa: “A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”. Nos seguintes termos: tudo que é SÓRDIDO desmancha no ar da “radiodifusão” (ou rádio confusão?) na era TIC – tecnologia da informação e comunicação. Entretanto, essa lorota de “autocrítica” é patifaria… Certamente aqueles que exercitaram o poder (ilusório) do Estado burguês, com o “avental do discurso de esquerda” se moveram pela “razão cínica”. Bem à moda reversa, de Maquiavel. Com efeito, deixaram-se seduzir pelo brilho do “vil metal”. A estes restou/arrestou o recurso à delação – comportamento abjeto de traidores, bem maior que a sanha de juízes que interpretam e não “aplicam” a Lei; em tempos de lawfare, estes não tem êxito sem aqueles. Concluo o breve comentário me contrapondo à necessidade “do amadurecimento da esquerda” no jogo parlamentar, lembrando ao escrevinhador que a “esquerda” ao abandonar a compreensão da construção social da realidade a partir das categorias analíticas do materialismo histórico “cai” na ilusão do Estado de Direito. Ora, desde as análises de Hegel, tem-se fundados motivos políticos, cognitivos e éticos para saber as classes dominantes (ou como queiram: “elites”, burguesia nacional entreguista, rentistas, executivos de multinacionais e quejandos…) não tem no Estado de Direito apreço algum, além daquele de dar “aparência” à democracia representativa a vaga percepção da “vontade popular” – que não cabe os desejos.. (cf. Michel de Foucault). As evidências históricas e políticas estão aí aos borbotões para nos fazer ver que numa “sociedade civil” movida e dominada pela “lógica do Capital”, aos “donos do poder” só interessam efetivamente é a operosidade (defesa e proteção dos poderosos) do Estado burguês – com suas discricionárias e punitivas… Tem compreensão e comportamento mais estúpido para esquerdistas e liberais “morder a isca” que o Estado Laico – numa “sociedade civil” cujo “universo simbólico” transitam pelo inconsciente coletivo fomentado por superstições, crenças e concepções religiosas! A aversão de esquerdistas e liberais à religião, deixou o caminho livre para a direita manipular as massas à partir do sentimento religioso. Ao “povão” só cabe como horizonte histórico a revolução como “força libertadora dos pobres” (cf. Gustavo Gutierrez). Diante disso… cabe a permanente e recorrente pergunta “Que Fazer?” do camarada dos comunista, Lênin.

Batista

15/02/2019 - 13h16

“(…) O PT, por sua vez, atuava de forma diametralmente oposta quando era governo federal. Abdicou quase que completamente do diálogo com as bases para focar tão somente nas negociações parlamentares. Enquanto a economia ia bem, tudo certo. Bastou abater-se a crise sobre o país para o governo, sem sustentação popular, ser abatido.”

Fico cá pensando o que viria a ser o “Bastou abater-se a crise sobre o país”?
Teriam sido, espontâneas descargas de energias negativas acumuladas nas nuvens e precipitada nas chuvas de verão?
Teria sido, um gás paralisante que entrou pela tríplice fronteira, trazido por terroristas muçulmanos e solto sobre o Brasil pelo PCC, através de balões juninos?
Teria sido efeito do desfeito casamento de Bonner Simpson e Fátima Bernardes, a gerar nas redes sociais pororoca de frustrações, que transformada em energéticos sentimentos negativos, armazenou nas nuvens e espalhou-se por aí, do Oiapoque ao Chuí, via ‘uatizápi’ nos celulares?
Ou, na ausência do Queiroz, teria sido o Benedito, responsável por anabolizar a crise econômica com pautas bombas e ‘otras cositas más’, e criar a crise política, para viabilizar o golpeachment, sob patrocínio e proteção do monopólio da mídia, da justiça do “vem ou não, ao caso” e das forças de ocupação? Mas…

“(…) O que fazer, então?”

Pois é, aí que reside o ‘buzilis quando recomenda’: atuar exatamente daquela maneira antes utilizada e diametralmente oposta a maneira hoje utilizada, ou seja, a criticada por não radicalizar e ter permitido o golpe, porém…

“É claro que é mais complexo do que parece em uma simples frase com meia dúzia de palavras, mas se este não for o norte, estamos muito mal arranjados.”

Isso mesmo que entendeu, “estamos muito mal arranjados”, se não repetirmos pela enésima vez a estratégia de tentar dar o drible da vaca na inimiga turma da Casa Grande, sem que percebam, fazendo-se de amigos e achando que uma hora irão compreender que são anacrônicos e deixarão de serem ‘patrimonialistas entreguistas’, sem o que não resolve-se o problema da desigualdade e, sem resolve-lo, o Brasil não desatola do atraso em que essa aspirante gente de bem e a hereditária classe dominante, o atolam há séculos, mas saiba de novo e novamente, que…

“Não é possível vender a ilusão de que basta fincar o pé nas nossas posições que tudo, magicamente, uma hora vai dar certo. É cruel demais com quem sente na pele a violência de um governo truculento e antipovo. A gente sofrida das periferias e dos rincões do Brasil não pode e não tem condições de esperar que a conjuntura vire a nosso favor.”

Ficou com a sensação de já ter assistido esse filme antes, pois é, esforce-se que ainda não acabou, tem mais…

“(…) Se esta não for a hora de baixarmos a bola e negociarmos o que for negociável no campo institucional – sempre às claras e sem abrir mão das lutas por fora dos governos e parlamentos, não sei quando será.
Precisamos amadurecer.”

Cruel, muito cruel o nonsense imaturo, né, não?

PS: Dicotomia – é a divisão de um elemento em duas partes, em geral contrárias, como no mundo a noite e o dia, no Brasil o patrimonialismo e a desigualdade…

Justiceiro

15/02/2019 - 12h52

Ontem Jandira foi ao twitter dizer toda contente que tinha sido eleita líder da minoria e, por extensão, líder de toda a oposição.

Logo depois, ficou sabendo que o lider da oposição será Alessandro Molon, do PSB.
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Eu me divirto e, como já disse antes, matem-se vermelhada que o Brasil vira uma Dinamarca.

    João do Amor Divino de Santanna e Jesús

    15/02/2019 - 13h14

    Deus te ouça.
    Não vejo a hora de ver este povo praticando tênis ou water polo como esporte popular em lugar do futebol e ouvindo música clássica em lugar de sambas e marchinhas de carnaval.
    Tomara Justi, tomara.

    marco

    15/02/2019 - 16h20

    Líder da oposição e líder da minoria são cargos diferente.
    Tanbém acho uma redundância, porém o fato é que assim é.

Zé Maconha

15/02/2019 - 11h53

O Cafezinho , como representante da direita cirista que é , vem sempre enrrolando com assuntos secundários ou críticas ao PT , ao PSOL , a esquerda em geral ; tudo isso pra fugir dos assuntos prejudiciais ao governo Bolsonaro.
A Globo e a Folha , seja lá quais forem suas intenções , estão sendo muito mais críticas ao governo de extrema-direita do que o Cafezinho.
E sobre o texto , a culpa não é da esquerda se as pessoas são racistas e xenófobas e votam na extrema-direita.
Essa conversa centrista é que matou os partidos social-democratas na Europa.
Para mim o pensamento de Bakunin é muito mais maduro do que o pensamento neo-liberal , social-democrata , ou socialista , justamente por enxergar a verdade óbvia de que o poder corrompe totalmente o ser humano.
Essa conversa de que amadurecer , é ir em direção ao centro , é que me soa ridiculamente simplória.

    João do Amor Divino de Santanna e Jesús

    15/02/2019 - 12h15

    Irmão, se vc é um anarco , aleluia, você tem salvação. Vc não é petista roxo.
    Nos no fundo odiamos os anarcos, os comunistas, mas em nome da unidade te damos espaço.Depois a gente vê.
    Venha antes que as mentes possuídas do petismo 247 te levem para o inferno. Lá onde o capeta Lula é Deus.

      Zé Maconha

      15/02/2019 - 13h07

      Meu pai nunca fez sexo com mãe de bolsonarista então não sou seu irmão.
      E você tem certeza que prefere os anarquistas ao PT?
      Eu mataria cada homem que votou no Bolsonaro se tivesse meios pra isso.
      A única coisa que respeito em você é seu ódio ,pena que você canaliza ele pra onde a elite branca mandar.
      Amanhã você estará odiando outra coisa , se eles mandarem , nem para odiar você é livre.

        João do Amor Divino de Santanna e Jesús

        15/02/2019 - 13h19

        Calma irmão, Deus escreve certo por linhas tortas.

          José Ricardo Romero

          15/02/2019 - 16h48

          É por isso que deus tem Alzheimer. Velho e caduco como está, demorou muito para aparecerem os efeitos.

    Marcus Vinicius Machado Padilha

    15/02/2019 - 12h55

    O inferno acontecendo dentro desse “governo” e eles tão preocupados em negociar com a direita. A única negociação “política” com a direita é na forca, na bala e na porrada.

AcesarRocha

15/02/2019 - 11h48

Que bobagem! Esquerda amadurecer… se amadurecer, cai de podre. A esquerda no Brasil é “vã guarda” sem povo. Muito blá-blá em redes sociais e nada de ativismo politico-social nas periferias, onde submerge o “povão”.

    Paulo

    15/02/2019 - 12h11

    E esquerda sempre foi “vã guarda”. “Vã guarda” de livros. O intelectual se acha um representante do povo e dos interesses populares, mas é só mais um sujeito ressentido…ninguém vai a periferia, não. Só em campanha política – o próprio candidato – ou para algum evento “progressista”…

      João do Amor Divino de Santanna e Jesús

      15/02/2019 - 12h20

      É verdade, todos os últimos candidatos que enfrentaram a seita petista moram no subúrbio até hoje. Aécio mora no subúrbio de Ipanema por exemplo.
      E nosso mito além de se atender em hospital público de periferia , usa chinelos e camisa falsificada. Quer coisa mais popular?

        Paulo

        15/02/2019 - 21h49

        Que os chinelos e a camisa, não…

João do Amor Divino de Santanna e Jesús

15/02/2019 - 11h30

Sim, como o PSOL e o PT votaram contra só se conseguiu tirar essas partes do projeto,se tivessem votado a favor teríamos barrado o projeto inteiro.
Tem que ser inteligente e enganar a direita, se vamos para a direita eles vão para esquerda, tá me entendendo?

Carlos

15/02/2019 - 11h16

Sinceramente creio que não seja tão simples classificar a oposição ao governo entre “oposição absoluta” ou “oposição propositiva”. Ao fazer o jogo de alianças políticas para evitar que uma ou outra coisa seja inserida ou retira de um projeto pode-se achar que estamos fazendo grande coisas, o problema é como explicar para as pessoas que não acompanham a política com regularidade esse tipo de coisa. Não é fácil chegar em uma eleição e discursar que somos oposição ao governo, mas apoiamos a eleição de Rodrigo Maia, até então um aliado do governo. Como se explica para o povo que foi necessário esse tipo de aliança para evitar que certas coisas fossem pautadas? “Nós apoiamos, mas somos contra ele”. O governo ainda está muito no começo, Maia não vai trabalhar de graça para a oposição, ele vai cobrar o seu preço. Adiante um apoio a um projeto ou outro será cobrado e provavelmente esse projeto será mais prejudicial do que incluir ou retirar pontos de um projeto pautado no início de um governo. E mais uma vez eu pergunto, como será possível explicar à população que fomos a favor de Maia para retirar alguns pontos de um projeto, mas em outro fomos cobrados de fechar causa com ele e, para piorar, nos declaramos contra ele? Essa confusão não é fácil de se explicar e, consequentemente, leva a desconfiança da população em quem acreditar. Mais a frente sempre terminamos por nos questionar o porque da esquerda ter falhado no diálogo com o povo, que se traduz em uma decepção, as vezes até surpresa, no resultado das urnas. Não creio que seja possível conquistar mentes e corações dessa forma. A militância, que vai às ruas fazer campanha é a base social, se você perde ela, perdeu força política. Não é possível entrar e sair de governos com a mesma estratégia de “oposição propositiva”, não vislumbrar resultados concistentes e ainda perder a base.

Miki Breier

15/02/2019 - 11h14

Belo artigo! Baita reflexão! É preciso que todos tenham clareza do momento difícil que estamos atravessando e, de alguma forma, procurar salvar o que for possível.

Marcos Videira

15/02/2019 - 10h31

O sectarismo temperado com pitadas de arrogância impede de ver o óbvio.


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