Endividamento explode no país: 64% das famílias brasileiras tem dívidas

Os primeiros 180 dias de Bolsonaro estão sendo, até o momento, decepcionantes para os brasileiros. Queda no PIB, alta no desemprego, e agora, aumento explosivo do endividamento das famílias. Pior: o governo oferece nenhuma proposta para solucionar isso.

Separamos  o texto e alguns gráficos divulgados pela CNC em seu site.

Na CNC

Endividamento cresce em junho e alcança maior nível desde julho de 2013

Segundo a Peic, o percentual de famílias endividadas cresceu em junho, nas comparações mensal e anual

Em junho, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que aumentou pelo sexto mês consecutivo o percentual de famílias brasileiras endividadas, alcançando o maior patamar de endividamento desde julho de 2013. O endividamento cresceu 0,6 ponto percentual, em relação a maio, e na comparação anual – com junho de 2018 -, o aumento foi de 5,4 pontos percentuais. Apesar do aumento do endividamento das famílias, que chegou a 64,0%, a Peic identificou uma queda no número de famílias com dívidas ou contas em atraso, tanto na comparação mensal quanto na anual.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, apesar das altas sucessivas do percentual de endividados, o comprometimento médio de renda com o pagamento de dívidas ficou estável, comparado a 2018, assim como o percentual de famílias que se consideram muito endividadas. “O percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso, ou seja, inadimplentes, apresentou a primeira queda do ano, em junho, e um recuo em relação a 2018. Também é possível observar uma melhora no perfil do endividamento, com maior participação de modalidades de crédito que apresentam menor custo, prazos mais longos e garantias atreladas à sua concessão. Observamos o crescimento de dívidas com o financiamento de carro e de casa no perfil do endividamento, tipos de dívidas que possuem menor risco de inadimplência”, afirma Tadros.

O cenário reflete as condições ainda favoráveis de juros e prazos, demonstrando uma melhora no perfil das dívidas. O índice das famílias que declararam que não teriam condições de pagar suas dívidas e permaneceriam inadimplentes ficou estável na comparação mensal, em 9,5%. Na comparação anual, as famílias se mostraram menos otimistas em relação à capacidade de pagamento, com crescimento de 0,1 p.p. em relação a junho de 2018 (9,4%).

Nível de endividamento

A proporção das famílias que se declararam muito endividadas aumentou entre os meses de maio e junho – de 12,9% para 13,0% das famílias. Já na comparação anual, houve estabilidade. Também aumentou a parcela das famílias mais ou menos endividadas, de 22,4% para 23,1%, mas o destaque é para o aumento entre os que se declararam pouco endividados, de 23,2% para 27,6% das famílias.

Tempo e renda comprometidos com dívidas

O tempo médio de comprometimento com dívidas entre as famílias endividadas foi de 7,0 meses, sendo que 24,7% delas estão comprometidas com dívidas até três meses; e 32,1%, por mais de um ano. Ainda entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida com dívidas ficou estável, na comparação anual, em 29,5% em junho de 2019, e 21,1% delas afirmaram ter mais da metade de sua renda mensal comprometida com pagamento de dívidas.

Redação:
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