Exportações brasileiras de soja perdem US$ 9 bi sobre ano anterior

O restabelecimento do diálogo comercial entre Estados Unidos e China deu prejuízo aos exportadores brasileiros, e ao país.

Segundo o sistema Comexstat, banco público online do governo brasileiro para o comércio exterior, a receita da exportação de soja no acumulado dos primeiros 10 meses do ano caíram 22% em relação ao mesmo período de 2018.

Isso equivaleu a uma perda de US$ 9 bilhões.

O Brasil exportou 22,9 bilhões de dólares em soja nos últimos 10 meses (jan/out), contra 29,58 bilhões no período anterior.

A China comprou, nesse período, 77% de toda soja brasileira exportada.

Quando comparamos o desempenho de exportadores americanos e brasileiros nos últimos 2 meses, não há dúvida que a China simplesmente trocou soja brasileira por soja americana.

No acumulado dos últimos 2 meses (ou primeiras oito semanas do ano-marketing americano, que vai de setembro a agosto), as exportações americanas para China cresceram 1,4 milhão de toneladas. No mesmo período, as exportações brasileiras para a China caíram 1,12 milhão de toneladas.

 

A principal categoria de produtos exportados pelo Brasil ainda é a de “insumos industriais elaborados”, que responderam por 25% das exportações em Jan/Out deste ano, ou US$ 46,7 bilhões, queda de 6% sobre o ano anterior.

Nesta categoria, porém, não há muita coisa sofisticada, como o nome dá a entender. Os principais produtos exportados são: pastas químicas de madeira (US$ 6 bilhões), resíduos do óleo de soja (US$ 4,8 bilhões), ouro (US$ 2,9 bilhões), ferro-ligas (US$ 2,7 bilhões), produtos semifaturados de ferro ou aço (US$ 2,6 bilhões) e corindo artificial (US$ 2,2 bilhões).

Os produtos agrícolas básicos estão na categoria Alimentos e bebidas básicos; o destaque maior vai para soja.

Na categoria de insumos industriais básicos, o destaque vai para minérios, sobretudo ferro.

A queda de 17% na exportação de bens de capital, que totalizou apenas US$ 8,9 bilhões em Jan/Out 2019, é mais um sinal alarmante do processo de desindustrialização da economia brasileira.

Outras categorias que incluem produtos de alto valor agregado também registraram forte queda.

As exportações de peças para equipamentos de transporte, equipamentos de transporte industrial, bens de consumo duráveis (carros, etc), e combustíveis elaborados, sofreram quedas expressivas.

 

 

 

 

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