A íntegra da pesquisa Datafolha sobre a soltura de Lula

O Datafolha publicou hoje uma pesquisa sobre a soltura do ex-presidente Lula, beneficiado de uma decisão recente do STF que decretou a ilegalidade da prisão em segunda instância; também pesquisou o nível de confiança da população nas declarações do ex-presidente.

No total, uma maioria de 54% afirmou que sua liberdade é justa. O apoio à liberdade do ex-presidente é maior entre mais pobres, nordestinos, estudantes, mulheres e desempregados.

Entre eleitores com renda até 2 salários, 63% consideram “justa” a liberdade do ex-presidente.

Entretanto, o ex-presidente ainda encontra rejeição significativa entre eleitores com renda familiar a partir de dois salários mínimos.

Entre eleitores com renda entre 2 e 5 salários, que é um grupo por si tão numeroso quanto o grupo inferior, até 2 salários, 48% consideram que a liberdade de Lula é “injusta”, percentual que sobe para 57% entre eleitores com renda entre 5 e 10 salários.

No nordeste, 71% dos eleitores consideram “justa” a soltura de Lula. No Sudeste, todavia, 49% acham que a soltura de Lula foi “injusta”.

Na categoria “empresários”, 69% consideram sua soltura como “injusta”.

Nas tabelas referentes à confiança no ex-presidente, as proporções são muito similares às encontradas na pesquisa sobre sua liberdade.

 

No Datafolha

Para 54%, libertação do ex-presidente Lula foi justa

Opinião Pública – 10/12/2019 11h11

Baixa a pesquisa completa

DE SÃO PAULO

Pesquisa Datafolha mostra que a maior parcela dos brasileiros adultos (54%) avalia como justa a libertação do ex-presidente Lula, ocorrida no início de novembro. Uma parcela de 42% avalia como injusta a sua libertação e 5% não opinaram.

Nesse levantamento, entre os dias 05 e 06 de dezembro de 2019, foram realizadas 2.948 entrevistas presenciais em 176 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro máxima no total da amostra é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Na análise das variáveis sociodemográficas, observa-se que o índice dos que avaliam como justa a libertação do petista cresce conforme diminui o grau de instrução (45% entre os mais instruídos ante 61% entre os menos instruídos) e a renda familiar mensal do entrevistado (38% entre os mais ricos ante 63% entre os mais pobres). O índice é mais alto entre as mulheres (56% ante 51% entre os homens), entre os mais jovens (61%), entre os moradores da região Nordeste (71%) e entre os moradores de municípios com até 50 mil habitantes (59%).

Em contrapartida, a taxa que avalia como injusta a libertação do ex-presidente cresce conforme aumenta o grau de instrução (34% entre os menos instruídos ante 52% entre os mais instruídos) e a renda familiar mensal do entrevistado (32% entre os mais pobres ante 59% entre os mais ricos). O índice é mais alto entre os homens (46% ante 39% entre as mulheres), entre os mais velhos (44% ante 35% entre os mais jovens) e entre os moradores de municípios com mais 200 mil a 500 mil habitantes (48%).

Seis em cada dez brasileiros adultos (61%) confiam em alguma medida nas declarações do ex-presidente Lula, desses, 25% confiam sempre e 36% as vezes. Uma parcela de 37% nunca confia nas declarações de Lula e 2% não opinaram. São observadas taxas de confiança mais altas entre os moradores da região Nordeste (78%), entre os que se autodeclararam como pretos (73%), entre os mais jovens (72%) e entre os mais pobres (71%).

Por outro lado, taxas mais de altas de desconfiança são observadas entre os que se autodeclararam como brancos (47%), entre os moradores da região Sul (47%), entre os que estudaram até o ensino superior (48%), entre os que têm renda familiar mensal de mais de 5 a 10 salários mínimos (55%) e entre os que têm renda familiar mensal de mais de 10 salários mínimos (70%).

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