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Notas internacionais (por Ana Prestes) – 03/08/20

– Segundo a Universidade Johns Hopkins, cinco países concentram mais da metade de todos os casos de contaminação por coronavírus no mundo. São eles, EUA, Brasil, Índia, Rússia e África do Sul. Na América Latina, Brasil e México têm 70% das mortes. Aliás, mundialmente, o México agora é o terceiro em número de mortes, com […]

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– Segundo a Universidade Johns Hopkins, cinco países concentram mais da metade de todos os casos de contaminação por coronavírus no mundo. São eles, EUA, Brasil, Índia, Rússia e África do Sul. Na América Latina, Brasil e México têm 70% das mortes. Aliás, mundialmente, o México agora é o terceiro em número de mortes, com mais de 46 mil mortos, atrás apenas dos EUA e Brasil.

– Na Europa, o coronavírus volta a preocupar. No Reino Unido, a reabertura prevista para primeiro de agosto foi adiada e a obrigatoriedade do uso de máscaras foi ampliada para mais locais. Isso ocorreu após um fim de semana com 38 mortes e mais de 900 novos infectados. Na França, também há relatos de um aumento nos casos e hospitalizações, com transmissão comunitária acelerada entre adultos na faixa dos 20 e 30 anos. Na Alemanha, também houve aumento dos casos e retorno de medidas sanitárias restritivas. Setores da ultradireita e neonazista, como o Querdenken 711, realizaram um protesto contra as medidas no final de semana em Berlim. O nome dado à manifestação foi “O Fim da Pandemia – Dia da Liberdade” em referência ao filme “Dia da Liberdade”, instrumento de propaganda nazista sobre o congresso do partido de Hitler, em 1935. Um dos cartazes da manifestação dizia: “a máscara é a Estrela de Davi nazista dos não-vacinados”, outros diziam: “a maior teoria da conspiração é a pandemia da Covid-19”. (NYT e FSP)

– Na África também há expansão da pandemia do novo coronavírus. Na Nigéria, o país mais populoso, com cerca de 200 milhões de habitantes, próximo ao Brasil, há mais de 42 mil casos confirmados. O país, no entanto, ainda possui poucos testes disponíveis e os resultados levam muitos dias para serem concluídos. O caso mais grave é a África do Sul, que possui perto de 500 mil casos, mas há um diferencial da Nigéria com uma testagem massiva da população. Casos de sucesso no controle tem sido Uganda e Ruanda, com testagem em massa e apoio de agentes comunitários de saúde no rastreamento dos casos. Especialistas em saúde na África dizem que um dos fatores preocupantes é o negacionismo da população, por achar que a Covid é “invenção do ocidente” e assim não aderir às medidas preventivas. Algo interessante é que muitas comunidades africanas estão se apoiando em sua medicina tradicional e esta é uma oportunidade para extrair ensinamentos sobre a complementaridade entre a medicina ocidental e a africana. (DW)

– O Vietnam, um dos países que melhor controlou o coronavírus, teve sua terceira vítima fatal por covid no último sábado (1). O país está com pouco mais de 550 casos de infectados.

– O governo local de Hong Kong, através de sua governadora Carrie Lam, anunciou no final de semana que as eleições legislativas previstas para setembro serão adiadas por um ano por causa da pandemia do novo coronavírus.

– Enquanto o mundo se aproxima da descoberta de uma vacina contra o coronavírus, algo esperado começa a ocorrer. Apesar das inúmeras iniciativas de tornar as descobertas um bem comum da humanidade, com falas de chefes de Estado a respeito, como do presidente chinês Xi Jinping, o mercado capitalista está se impondo. Há notícias de que mais de um bilhão de doses de vacinas já estejam bloqueadas por países ricos. Eu já havia comentado aqui nas notas a compra antecipada pelos EUA das vacinas da Pfizer/BioNTech. Agora, sabe-se que EUA e RU estão comprando o fruto das pesquisas da Sanofi/Glaxo, que o Japão fez acordo com a Pfizer e que a União Europeia também está em fase de fechamento de contratos com as farmacêuticas. Segundo reportagem de O Globo, EUA, Reino Unido, União Europeia e Japão já detém 1,3 bilhão de doses dos potenciais imunizantes. Enquanto isso, Rússia e China estão correndo por fora. A ver, como será o final dessa corrida.

– Por falar em vacina, o final de semana foi cheio de especulações sobre uma vacina russa. A fonte da notícia foi um anúncio do ministro da saúde da Rússia, Mikhail Murashko, de que estão concluídos os testes da vacina produzida pelo Instituto Gamelaia, com eficácia e sem que tenha havido efeitos colaterais ou complicações. Ainda segundo o anúncio, profissionais da saúde e da educação serão os primeiros a serem imunizados. A vacinação em massa virá em outubro. Caso isso se efetive, a Rússia pode se tornar o primeiro país do mundo a imunizar sua população contra o coronavírus. Há muito ceticismo e alfinetada do resto do mundo ocidental quanto às vacinas chinesas e russas. O infectologista da Casa Branca, Anthony Fauci, chegou a dizer: “eu espero que chineses e russos estejam mesmo testando suas vacinas antes de administrá-las em qualquer pessoa”. Os jornais britânicos também acusam a Rússia de falta de transparência na produção da vacina. A luta pelas vacinas é uma verdadeira aula de geopolítica contemporânea.

– O Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, mantém seu nível elevado de ataques à China. Segundo ele, “a corrente está virando”, em referência a um suposto crescente aumento do apoio internacional das posições norte-americanas frente à China. Em audiência da Comissão de Relações Exteriores do Senado, ele disse que o Partido Comunista Chinês é “a principal ameaça dos nossos tempos” e que o mundo está “despertando para isso” sob a liderança dos EUA. Um sinal da virada seria a rejeição da Huawei na implementação do 5G em uma série de países. Na audiência, Pompeo ainda falou do consulado chinês fechado em Houston, no Texas, como um “covil de espiões”. (O Globo)

– Esta semana completam-se 75 anos do lançamento pelos EUA das bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Cerca de 200 mil pessoas foram mortas, milhares dela incineradas imediatamente com a explosão das bombas, somente 10% eram militares. Os EUA nunca pediram desculpas ao Japão e o primeiro presidente norte-americano a visitar Hiroshima foi Obama em 2016.

– Na Bolívia, começa hoje uma jornada de protestos contra a decisão unilateral do Presidente do Supremo Tribunal Eleitoral, Salvador Romero, de adiar as eleições para 18 de outubro. Foi convocado um “Paro Indefinido”, paralisação indefinida nos nove departamentos do país, com protestos nas rodovias. O movimento está sendo organizado pela COB (Central Obrera Boliviana) e outras organizações sociais, sindicatos e movimentos populares.

– No Equador, um juiz do TCE – Tribunal Contencioso Eleitoral, Fernando Muñoz, deixou sem efeito uma resolução do CNE – Conselho Nacional Eleitoral, que suspendia o partido do ex-presidente Rafael Correa, Fuerza Compromiso Social, a sete meses das eleições gerais e semanas antes do início das primárias. Há ainda outros impedimentos à candidatura de Correa, como a exigência de presença física para registro da chapa.

– A capsula Crew Dragon, da Space X, pousou ontem em águas marinhas do Golfo do México. Os astronautas Doug Hurley e Bob Behnken voltaram de uma estada de dois meses na Estação Espacial Internacional, após realizarem o primeiro voo tripulado de uma empresa privada ao espaço.

– A Faixa de Gaza entrou nesta segunda-feira sob forte ataque de bombas por parte de Israel. Os israelenses acusam o Hamas de ter lançado foguetes em sua direção desde a Faixa de Gaza, mas não reportaram danos provenientes dos ataques.

– No Chile, no município de Victoria, supremacistas brancos atacaram um protesto de mapuches. Há três meses, presos políticos mapuches estão em greve de fome diante da negativa de prisão domiciliar em plena pandemia. 

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Ana Prestes

Ana Prestes Socióloga, mestre e doutora em Ciência Política pela UFMG. Autora da tese “Três estrelas do Sul Global: O Fórum Social Mundial em Mumbai, Nairóbi e Belém” e do livro infanto-juvenil “Mirela e o Dia Internacional da Mulher”. É membro do conselho curador da Fundação Maurício Grabois, dirigente nacional do PCdoB e atua profissionalmente como assessora internacional e assessora técnica de comissões na Câmara dos Deputados em Brasília.

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Comentários

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chichano goncalvez

03/08/2020 - 11h31

Continuo com a minha opinião, pós covic 19, os pobres e operarios do mundo tomam as redeas do planeta ou perecerão. Vai haver derramamento de sangre, mas é inevitavel, assim diz a historia ( pode ser muito sangre dos ricos, que seria muito bom .)


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