Na última segunda-feira, 5, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu desculpas ao ministro da Economia, Paulo Guedes, após ter chamado o Posto Ipiranga de desequilibrado nas redes sociais.
“Deixo aqui meu pedido de desculpas, fui indelicado e grosseiro e (isso) não é do meu feitio.”
Em nome do famigerado teto de gastos, o parlamentar disse que é a “primeira de nossa urgências porque com a regulamentação do teto a gente resolve o programa social”.
Por sua vez, Guedes retribuiu o gesto de Maia e foi além, pediu desculpas a “todos os políticos” que se sentiram ofendidos com suas declarações azedas ao Congresso Nacional.
Apesar da retórica aparentemente pacífica de ambos os lados, o fato é que não é a primeira vez que a eventual saída de Guedes é estancada pelo presidente da Câmara.
É sábido a relação de Maia com o mercado financeiro, banqueiros e empresários, e por vezes, demonstra ter mais prestígio nesses três segmentos do que o próprio Guedes, visto como um apostador com diploma de Chicago.
Antes do apurado do 2° turno das eleições de 2018 que carimbou a vitória de Jair Bolsonaro (PSL), o mercado financeiro e uma fração da imprensa nacional classificou Guedes como “o fiador” das reformas e do sucesso do governo na agenda econômica.
Contudo, já se passaram 22 meses e graças ao seu próprio despreparo e declarações desgastantes, Guedes abre caminho para Roberto Campos Neto assumir a pasta. Enquanto isso, o bastão das reformas e da continuidade da agenda em curso foi transferido para Rodrigo Maia, que passa a ser o fiador econômico do Governo Bolsonaro.