No Brasil, cerca de 30% das famílias das classes D e E passaram fome na pandemia, diz Unicef

Jorge Araújo - 24.out.2017/Folhapress

A profunda crise social, econômica e sanitária que assola o Brasil têm deixado um rastro de miséria sem precedentes na história do país.

No último dia 11, foi publicado a pesquisa “Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes” da Unicef em parceria com o Ibope que mostra um dado assustador.

De acordo com o levantamento, no Brasil, cerca de 30% das famílias das classes D e E passaram fome na pandemia durante o segundo semestre deste ano. O índice reflete a vulnerabilidade econômica e a insegurança alimentar desses lares.

“De julho a novembro, o percentual de pessoas que declarou que deixou de comer porque não havia dinheiro para comprar mais comida passou de 6% para 13%. Isso é ainda mais grave entre pessoas de classe D e E, em que 30% deixaram de comer em algum momento porque não havia dinheiro para comprar mais comida”, ressaltou o representante da Unicef no Brasil, Florence Bauer.

Além desse dado alarmante, outro fator que mostra a gravidade do caos social instalado no Brasil é que as famílias com crianças e adolescentes foram as mais atingidas. Cerca de 61% tiveram sua renda dizimada e a fome voltou a assombrar esses brasileiros.

O documento também mostra que 13% dessas famílias afirmaram que as crianças e adolescentes não receberam nenhuma atividade escolar na semana anterior a pesquisa. Em números totais, são 7 milhões.

Já entre as famílias que recebem até um salário mínimo, 42% das crianças deixaram de ter a merenda escolar e voltaram a ter insegurança alimentar.

A pesquisa entrevistou 1516 pessoas de todas as regiões do Brasil.

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