Pesquisa presidencial em Minas: Bolsonaro 35%, Moro 11%, Ciro 9%, Haddad 8%, Huck 7%

Creator: Buda Mendes. Credit: Getty Images

O instituto Paraná Pesquisas divulgou hoje pesquisa no estado de Minas Gerais com 1.638 pessoas (um número relativamente alto para uma pesquisa em apenas um estado), realizada entre os dias 18 e 22 de fevereiro de 2021. 

A pesquisa sonda intenções de voto dos eleitores mineiros para as eleições presidenciais de 2022, e para o senado no estado no mesmo ano, quando haverá uma vaga em disputa. Também há pesquisa de avaliação do governo Bolsonaro.

Para as eleições presidenciais de 2022, o instituto traz dois cenários. O primeiro com Haddad, o segundo com Lula. 

Em ambos os cenários, o presidente Bolsonaro pontua em torno de 35%.

No cenário 1, o segundo lugar é disputado voto a voto entre Moro (11%), Ciro (9,5%), Haddad (8,4%) e Huck (7,6%).

Entre Ciro e Moro, o pedetista leva vantagem entre eleitores mais jovens e com mais escolaridade: Ciro tem 12% entre eleitores com ensino superior, contra 9% de Moro e 7,6% de Haddad. 

A força de Huck é muito concentrada entre eleitores até 24 anos e com pouca instrução.

No cenário 2,  Lula assume o segundo lugar isolado, com 17,1%, seguido de Moro (10%), Ciro (7%) e Huck (6%). 

A força de Lula é muito concentrada entre eleitores menos instruídos, até o ensino fundamental, entre os quais tem 22% das intenções de voto.

Entre eleitores com ensino superior, Lula tem 11%, Moro 8% e Ciro 10%.

João Doria pontua 4% nos dois cenários e não parece muito competitivo para disputar uma vaga no segundo turno.

Bolsonaro tem aprovação de 52% em Minas Gerais. Ela é maior entre eleitores com ensino médio, entre os quais chega a 55%.

Conclusão

Os números sinalizam que dificilmente haverá espaço para outro candidato de centro-direita além de Bolsonaro. Sergio Moro, Huck e Dória encontram grande dificuldade para se afirmarem politicamente, com o agravante que o tempo passa e a situação deles, especialmente no caso de Moro e Huck, permanece totalmente indefinida. 

Há apenas uma vaga realmente em disputa no segundo turno, pois uma já é de Bolsonaro. 

Essa disputa ficará entre PT e PDT. Embora o PT tenha favoritismo, o PDT pode se beneficiar da migração de votos antipetistas ou de centro, insatisfeitos com Bolsonaro, mas sem disposição de votar num candidato petista. Ciro teria, em tese, mais facilidade para receber o voto do eleitor conservador insatisfeito com Bolsonaro. 

A fragilidade de Haddad é bastante evidente pelo fato do candidato, mesmo tendo disputado o segundo turno, e se beneficiar do recall (memória fresca do eleitor), ainda sim fica em quarto lugar na disputa. 

Mas o PT tem o trunfo Lula, especialmente no Nordeste. Se o ex-presidente disputar ou transferir voto do nordeste para seu candidato, provavelmente Haddad, há forte chance de repetirmos o mesmo cenário de 2018. Se o resultado será o mesmo, apenas o tempo irá dizer. Eu arriscaria que o PT teria mais chances de ganhar do que em 2018, em função do desgaste de Bolsonaro, mas o risco do antipetismo falar mais alto também é bastante elevado.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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