Gravíssimo: Presidente da Pfizer diz na CPI que Governo Bolsonaro ignorou cinco ofertas de vacina em 2020

O presidente da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, fez afirmações gravíssimas durante seu depoimento na CPI da Pandemia nesta quinta-feira, 13. De acordo com o representante da farmacêutica, o governo Bolsonaro ignorou as cinco ofertas para aquisição de 70 milhões de doses do imunizante contra a Covid-19 no ano de 2020.

A primeira oferta oficial, segundo o depoente, foi feita ao Ministério da Saúde em 14 de agosto de 2020, com duas opções na mesa: 30 milhões de doses ou 70 milhões de doses, ambas com a entrega de 500 mil doses ainda no ano passado.

Já a segunda oferta foi em 18 de agosto de 2020 e a terceira em 26 de agosto, também foram oferecidos os volumes de 30 milhões e 70 milhões, mas com uma nova possibilidade: 1,5 milhão de doses para serem entregues em 2020. O valor contratual seria de U$ 10 por dose, valor especial para os países de renda média.

Após expressar essas ofertas ao colegiado, Murillo foi objetivo e disse que o Palácio do Planalto não respondeu nem mesmo as ofertas com as novas condições.

“Nossa oferta de 26 de agosto tinha uma validade de 15 dias. Passados os 15 dias, o governo brasileiro não rejeitou, tampouco aceitou a oferta”, disse.

Carlos Murillo também confirmou que em 12 de setembro de 2020, a Pfizer enviou uma carta a seis autoridades brasileiras sobre as ofertas feitas ao Brasil e sobre o interesse em negociações. Depoimento que confirma a versão dada pelo ex-secretário de Comunicação do Governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten, à CPI nesta quarta-feira, 12.

O representante ressaltou que a carta foi encaminhada ao presidente Jair Bolsonaro, ao vice-presidente, Hamilton Mourão, aos ministros Paulo Guedes (Economia), Eduardo Pazuello (que nessa época era o ministro da Saúde), Walter Braga Netto (então na Casa Civil) e ao embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Forster.

Em 15 de fevereiro de 2021, a Pfizer fez nova oferta ao Palácio do Planalto. Desta vez, só tinha uma proposta para a aquisição de 100 milhões de doses e mais uma vez a farmacêutica foi ignorada pelo governo Bolsonaro.

Já em 8 de março foi feita a última oferta para a compra de 100 milhões de doses, sendo 14 milhões que devem ser entregues no segundo trimestre deste ano e mais 86 milhões no terceiro trimestre. Essa última oferta foi aceita pelo governo brasileiro.

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