CPI da Pandemia manda prender cúmplice de Bolsonaro no Ministério de Saúde

Foto: Gabriela Biló / Estadão

O ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, teve sua prisão ordenada pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM) após mentir de forma sucessiva no seu depoimento ao colegiado.

“Chame a polícia do Senado. O senhor está detido pela presidência da CPI”, anunciou Aziz. Em choque com a decisão, a defesa de Dias disse que a prisão do depoente era um “absurdo”.

“Ele está preso por mentir em perjúrio”, reforçou o congressista.

A decisão de Aziz foi tomada após a CNN divulgar os áudios que contrariam o depoimento dado por Dias de que o encontro com o vendedor de vacinas e cabo da Polícia Militar de Minas, Luis Paulo Dominghetti, aconteceu de forma acidental, com o militar aparecendo de surpresa e acompanhado pelo tenente-coronel Marcelo Blancoum restaurante em Brasília.

“Muito possivelmente ele sabia que eu estava neste restaurante por alguma mensagem ou telefonema”, disse o ex-diretor da pasta ao relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL).

“No restaurante chegou Blanco com Dominguetti. Blanco foi meu assessor, era indicação do (ex-ministro Eduardo) Pazuello e eventualmente eu conversava com ele. Ao sentar a mesa houve apresentação. Dominguetti se apresentou como alguém que trabalhava com vacina, e fez menção a oferta de 400 milhões de doses de vacina, que já havia sido circulado no ministério da Saúde”, completou.

Porém, Dominghetti enviou um áudio, dois dias antes da reunião, a um interlocutor chamado Rafael, onde fala em um avanço na compra de vacinas e confirma a reunião para a mesma data em que Dias estava no restaurante Vasto de Brasília.

“A compra vai acontecer, tá? Estamos na fase burocrática. Em off, pra você saber, quem vai assinar é o Dias mesmo, tá? Caiu no colo do Dias e a gente já se falou, né? E quinta-feira a gente tem uma reunião para finalizar com o Ministério”, afirmou no áudio.

Cláudia Beatriz:
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