Pesquisa Quaest confirma queda livre de Bolsonaro

Uma nova pesquisa eleitoral para 2022, divulgada hoje pela Veja, confirma o que várias outras já vem sinalizando: uma desidratação acelerada do bolsonarismo.

É uma queda livre e radical!

A pesquisa, realizada pelo instituto Quaest, foi encomendada pelo banco Genial Investimento. Não me parece provável que uma instituição financeira tenha interesse em favorecer candidaturas de esquerda, então podemos colocar de lado, desde já, teorias de conspiração.

Outra observação importante: pesquisas devem ser consumidas com muita moderação, sem que os apoiadores de um ou outro candidato se empolguem demais ou se deprimam com seus resultados. Porque elas erram, e muito. Mas elas são fundamentais para entendermos a dinâmica do momento.

Na espontânea, Lula e Bolsonaro detêm juntos cerca de 40% dos votos. Ciro Gomes tem 1%. Outros 57% afirmaram estar indecisos.

Não seria correto confundir esses indecisos como potencial para terceira via, pois a um ano da eleição, é normal que a maioria dos eleitores ainda não saiba dizer um nome.

A tendência é que eles sigam algum dos candidatos já escolhidos, no caso Lula ou Bolsonaro. Essa tendência se expressa na pesquisa estimulada, quando o número de indecisos cai para 8% a 10%.

Os votos nulos ou brancos tem percentual igual na espontânea e na estimulada, de 3%.

Na pesquisa estimulada, temos 4 cenários. As variações se dão em torno do nome da “quarta via”, que seria um candidato de centro-direita: Doria, Eduardo Leite, Jereissati ou Rodrigo Pacheco.

Optamos por fazer uma tabela e um gráfico próprios, com votos válidos do cenário 3, com Eduardo Leite, que nos parece, no momento, o nome mais provável a ser lançado pelo PSDB.

Lula lidera em todos os quatro cenários, com 43% a 45%.

No cenário 3, Lula teria 51% dos votos válidos, o que significaria uma vitória no primeiro turno.

Bolsonaro, por sua vez, mantém lugar garantido no segundo turno, com votos totais oscilando de 28% a 29%, e válidos em torno de 32%.

A terceira via, até o momento, é lugar garantido de Ciro Gomes, que pontua de 10% a 11%, ou 13% dos votos válidos.

Os números indicam a cristalização – até o momento – de um ambiente extremamente polarizado entre Lula e Bolsonaro, e uma terceira via ainda muito distante de mudar isso.

Mais importante: a pesquisa indica a derrota de Bolsonaro. O fato do terceiro lugar ser ocupado por Ciro Gomes, com seus 13% de votos válidos, é mais um sinal da debilidade de Bolsonaro, porque mostra que Bolsonaro parece não ter mais para onde crescer.

Se houver segundo turno, e se for um embate entre Lula e Bolsonaro, os votos de Ciro Gomes tendem a migrar, em sua maioria, para Lula, o que é outro indicativo da expectativa de derrota do atual presidente da república.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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