CPI do Golpe é desafio da luta de classes para sindicatos

No dia oito de janeiro deste ano a democracia brasileira talvez tenha vivido o ápice de uma crise que já se arrasta há quase uma década.

Uma série de pessoas, trajando o verde e amarelo e aquele nacionalismo exacerbado típico do fascismo, invadiram e destruíram parte do patrimônio público aparentemente por não aceitar o resultado das urnas e a terceira vitória do companheiro Lula, do Partido dos Trabalhadores.

Não é de hoje que a burguesia apela à violência e a mentira para barrar o avanço das conquistas do povo, e tudo indica que esse movimento continuará acontecendo. As tentativas de boicote ostensivo ao governo petista estão desenhadas no horizonte próximo e a CPI que irá investigar os atos do dia 08/01 está na esteira dessa disputa.

Vale lembrar que Lula não é um personagem qualquer. Operário que chegou ao executivo sendo o presidente mais bem avaliado da história, ele representa a possibilidade real de executar um projeto para o povo, principalmente os mais pobres, através da organização da classe trabalhadora. Portanto, pode-se dizer que a força de Lula vem, dentre outros pilares, da força do movimento sindical.

Portanto, não há dúvidas que os sindicatos serão convidados a refletir sobre suas posições nessa conjuntura e atuar na pauta de defesa da democracia e do legado da classe trabalhadora e nesse momento essa defesa precisará estar ligada à disputa sobre a narrativa da CPI do Golpe.

Vale lembrar, nesse sentido, o bom argumento do pesquisador e professor Marcio Pochmann: 

“A grande imprensa somos nós (movimento sindical). Quantos panfletos os sindicatos fazem por semana? Quantos jornalistas a imprensa sindical possui? O problema é que em muitas publicações, das 10 páginas, 12 trazem fotos do presidente”

O número de profissionais de comunicação, boletins impressos e digitais, páginas em redes sociais, carros de som e estrutura financeira capacita a organização dos trabalhadores a entrarem de cabeça na disputa da narrativa sobre a tentativa de Golpe por parte da burguesia que culminou no quebra-quebra de oito de janeiro.

Em outras palavras, a CPI do Golpe será mais uma batalha da sempre atual luta de classes e nossos sindicatos precisam entrar de cabeça nessa disputa para não deixar que as mentiras se propaguem.

Tadeu Porto: Petroleiro e Secretário adjunto de Comunicação da CUT Brasil
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