Política e alimentação: MST retoma Feira da Reforma Agrária em São Paulo

Foto: MST - Matheus Alves

Entre os dias 11 a 14 de maio, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) realiza a quarta edição da Feira da Reforma Agrária no parque da Água Branca, na Barra Funda, zona oeste da capital. 

Há quatro anos a feira do MST foi impedida de ser realizada e volta a acontecer esse mês, em sua quarta edição. Em 2019, o governador da época, João Doria (PSDB), não autorizou a realização no parque da Água Branca e, em seguida, o empecilho foi o isolamento social em função da pandemia de Covid-19. Esse ano, de acordo com os organizadores, a Prefeitura de São Paulo e o governo do estado estão sendo importantes colaboradores na consolidação do evento.

Segundo a matéria da Folha de S. Paulo, o evento deve contar com a presença de importantes figuras políticas locais. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o secretário de Governo e Relações Institucionais, Gilberto Kassab, e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, foram convidados e expressaram intenção de comparecimento. O presidente Lula também foi convidado pela organização.

Com a intenção de conciliação política, o evento do MST pode traçar novos rumos entre as lideranças. Em 29 de abril deste ano, a Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) teve que cancelar a cerimônia de abertura em detrimento de uma polêmica entre o governo Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, considerou um “desconvite” após receber a sugestão de participar da Agrishow um dia após a abertura oficial, na terça-feira (02), pois, no primeiro dia, Bolsonaro já havia sido convidado. O Governo Federal ainda ameaçou cortar o patrocínio do Banco do Brasil à feira mais importante do setor agrícola no país e na América Latina.

Além das pretensões políticas, a Feira da Reforma Agrária também desenvolve um significativo papel social. Como publicado pela Carta Capital, o maior evento do Brasil de comercialização de produtos reúne mais de 1,2 mil feirantes de 23 estados que oferecem alimentos saudáveis colhidos e produzidos nos assentamentos e acampamentos do MST.

A ação vai difundir a cultura alimentar de várias regiões do país com comidas típicas de, pelo menos, 24 localidades e 90 pratos típicos. Conta, também, com atividades culturais e a presença de 300 artistas representantes da cultura popular, incluindo Zeca Baleiro e Jorge Aragão. 

O objetivo da organização, conforme o site oficial do MST, é denunciar o aumento da fome no país, do modelo do agronegócio e a concentração de terra

No dia 14 de maio, último dia da feira, o movimento irá contribuir com pessoas em situação de vulnerabilidade e serão doadas 25 toneladas de alimentos.

Letícia Souza:
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