Faltando duas semanas para as eleições presidenciais e parlamentares na Turquia, as pesquisas têm apontado dados não muito favoráveis para o atual presidente do país, Recep Tayyip Erdogan.
O político, que se mantém no poder ininterruptamente desde 2003 (ocupando diferentes cargos), tem apenas 0,7% de vantagem das intenções de voto sobre seu adversário, Kemal Kilicdaroglu, líder do Partido Republicano do Povo (CHP).
As eleições acontecem em 14 de maio e Erdogan conta com 43,2% das intenções de votos, contra 42,5% de Kilicdaroglu. Na popularidade, o atual presidente se encontra em desvantagem: 51,7% dos entrevistados desaprovam o político, enquanto 41,5% o consideram uma boa liderança, de acordo com pesquisa AtlasIntel divulgada nesta sexta-feira (5).
No entanto, em meio à inflação crescente, luto e recuperação do país após os terremotos, que deixaram mais de 50.000 mortos, opositores tem buscado reverter a soberania de Erdogan e a reeleição do político parece estar, pelo menos por vias democráticas, ameaçada.
Seis dos principais partidos de oposição combinaram forças a favor do social democrata, Kemal Kilicdaroglu, não colocando nenhum outro candidato na corrida para as eleições.
A campanha de Kilicdaroglu foca em resolver os problemas econômicos do país, restaurar a democracia e retomar as negociações para entrar na União Europeia. Já que Erdogan não demonstra interesse em negociar entrada no bloco e já criticou abertamente a UE e seus líderes em diversas ocasiões.
Apesar da força do social democrata, Erdogan exerce um forte controle sobre o judiciário e, nas últimas semanas, diferentes políticos de oposição foram presos. Além disso, os opositores já esperam do presidente, conhecido pelas tendências ditatoriais, problemas no desenrolar das campanhas em relação à contagem dos votos.