Canais bolsonaristas declaram falência

Foto: Pedro França/Agência Senado

Sites e plataformas que apoiaram o discurso bolsonarista nos últimos quatro anos e se posicionaram como veículos de notícias estão adotando medidas para se adaptar à nova realidade, diante da eleição de Lula como presidente e da queda de audiência e recursos financeiros.

De acordo com o GLOBO, essas medidas incluem demissões, lançamento de campanhas de financiamento coletivo e, em alguns casos, como o do Foco do Brasil, a tentativa de venda do canal.

O canal Foco do Brasil, que conta com 2,9 milhões de inscritos no YouTube, desfrutava de acesso privilegiado à área interna do Palácio da Alvorada durante o mandato de Bolsonaro na Presidência. No entanto, o canal não tem lançado novos conteúdos desde outubro do ano passado, antes mesmo do segundo turno das eleições.

O TSE decidiu, em 20 de outubro, que o Foco do Brasil deve ser desmonetizado devido à divulgação de notícias falsas durante as eleições. Segundo o processo, os proprietários do canal recebiam até US$ 67 mil mensais com os anúncios da plataforma.

Fora do Youtube, o ‘Jornal da Cidade Online’ é o veículo com maior audiência, registrando uma média de 9,7 milhões de usuários mensais nos últimos 12 meses. No entanto, o jornal teve a maior queda de audiência com a mudança de governo federal, registrando cerca de sete milhões de visualizações no mês passado – o pior desempenho em toda a série analisada. Além disso, o engajamento em seus perfis no Facebook, Twitter e Instagram caiu pela metade.

Em agosto de 2021, o site foi desmonetizado pelo TSE devido a ataques ao sistema eleitoral. Para continuar suas atividades, o site vende camisetas que pedem o impeachment de Lula e apela por contribuições dos leitores ao final de cada texto, afirmando que estão sobrevivendo com dificuldade.

O canal Terça livre, liderado pelo blogueiro Allan dos Santos, também sofreu sanções da Justiça por divulgar informações falsas e teve a prisão preventiva ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes. Allan, que hoje vive nos Estados Unidos, está proibido de usar as redes sociais e é considerado foragido.

Rhyan de Meira: Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira
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