Condenado por trabalho escravo financiou campanha do presidente da CPI do MST

Imagem: Twitter

Antes de assumir a presidência da CPI do MST, o deputado Tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS) era um rosto desconhecido no cenário político nacional. Ele ganhou notoriedade em 2022 ao conquistar uma vaga na Câmara dos Deputados com o apoio do movimento pró-armas ‘Proarmas’ e ao fazer parte da mesma chapa do ex-vice-presidente e atual senador Hamilton Mourão.

Em 2018 – quando era candidato a deputado estadual – um dos principais financiadores da campanha de Zucco, Bruno Pires Xavier, contribuiu com R$ 10 mil, de acordo com os registros do TSE. No entanto, a família Xavier, proprietária do Frigorífico Quatro Marcos, está envolvida em diversas denúncias relacionadas a crimes ambientais e trabalhistas.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) conduziu cinco operações que resultaram no resgate de 324 trabalhadores em condições análogas à escravidão nas propriedades rurais ligadas ao grupo.

Na Câmara dos Deputados, Zucco busca cumprir seus compromissos com seus apoiadores políticos. Em março de 2023, durante o escândalo envolvendo trabalho escravo nas vinícolas do Rio Grande do Sul, Zucco votou a favor de uma PEC que propõe a extinção do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Justiça do Trabalho no Brasil. A autoria do projeto é do deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP), sendo que a proposta recebeu o apoio de 66 parlamentares, incluindo Zucco.

Rhyan de Meira: Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira
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