Delator admite ser “agente infiltrado do MP” a pedido de Moro

Imagem: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

A delação de 2021 estava engavetada até Eduardo Appio assumir os processos da Lava Jato.

O delator da operação Lava Jato, Tony Garcia, admitiu ter feito gravações ilegais de autoridades da República a pedido do ex-juiz Sérgio Moro e procuradores da força-tarefa. A declaração foi feita em audiência com a juíza da 13ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt.

Tony Garcia é o pivô da prisão do deputado Beto Richa (PSDB), no Paraná, em 2018. Agora, é delator da Lava Jato. 

Noticiada pela revista Veja nesta sexta-feira (2), Garcia afirma que as gravações ilegais eram moeda de troca por benefícios na Justiça. Segundo o delator, ele foi orientado a esconder a parceria ilícita inclusive de seus advogados e que atuava para atingir os alvos escolhidos por Moro. Garcia prestava contas das “missões” ao ex-juiz e a procuradores da Lava Jato.

“Eu fui agente infiltrado do Ministério Público, eu trabalhei por dois anos e meio, diuturnamente, com 24 horas tendo um agente da Polícia Federal ao meu dispor para eu pedir segurança, para pedir interceptação de telefones, de tudo que colaborasse com a Justiça”, contou.

Além do ex-juiz, Garcia cita os então procuradores da operação: Deltan Dallagnol, Carlos Fernando, Januário Paludo e Diogo Castor.

As acusações contra Moro foram feitas em 2021 à juíza Hardt, porém as denúncias estavam engavetadas até o momento em que Eduardo Appio assumiu a 13ª Vara Federal – que, hoje, está afastado do cargo por decisão do TRF-4.

As falas do delator foram enviadas ao ministro relator do caso no STF, Dias Toffoli. Tony Garcia irá prestar novo depoimento à Justiça no próximo dia 9.

Letícia Souza:
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