Lula comenta sobre possível extradição de Assange para os EUA

Foto de Samuel Regan-Asante na Unsplash

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, comentou, neste sábado (10) sobre a possível extradição de Julian Assange para os Estados Unidos. Atualmente, Assange está preso na prisão de segurança máxima de Belmarsh, em Londres.

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, tentou recorrer, na última semana, à decisão da alta corte de Londres que pretende extraditá-lo para os Estados Unidos, mas teve o pedido negado. Jonathan Swift, juiz responsável pelo caso, disse que o pedido de Assange era apenas uma revisão de todos os argumentos já utilizados por sua defesa, e negados.

Segundo a defesa de Assange o pedido de extradição extrapola as leis do Reino Unido e Estados Unidos, porque “a extradição não pode ser concedida caso o indivíduo alvo da extradição esteja sendo acusado sob argumentos políticos”.

O australiano, responsável por vazar documentos que continham informações sobre crimes de guerra cometidos pelos Estados Unidos, responde a 18 acusações relacionadas ao WikiLeaks.

Em 2021 um juiz britânico argumentou que Assange não deveria ser extraditado para os EUA, porque ele provavelmente se mataria na prisão, dadas as condições do local, seu atual estado de saúde e o tratamento que ele receberia. No entanto, autoridades dos Estados Unidos asseguraram que o jornalista não sofreria nenhum tipo de abuso caso fosse extraditado para uma prisão americana. Esse argumento embasou a decisão de sexta-feira (9), onde Swift negou o pedido de não extradição da defesa de Assange.

Stella Assange, esposa do jornalista, declarou que eles tentarão recorrer da decisão novamente, na próxima terça-feira (13). Segundo Stella, a defesa de Assange já tentou utilizar quase todas as medidas legais para impedir que o jornalista fosse extraditado, mas ainda há a opção de levar o caso à Corte Europeia de Direitos Humanos.

“Nós permanecemos otimistas de que prevaleceremos e que Julian não será extraditado para os Estados Unidos, onde enfrenta acusações que poderiam resultar nele passando o resto da vida em uma prisão de segurança máxima por ter publicado informações verdadeiras que revelaram crimes de guerra cometidos pelo governo dos EUA”, acrescentou Stella em seu Twitter.

Os advogados e apoiadores de Assange argumentam que ele atuava como jornalista e clamam pela observação da primeira emenda de proteção da liberdade de expressão. Segundo eles, o caso possui motivação política e Julian enfrentaria tratamento desumano na prisão, além de ser improvável que consiga um julgamento justo.

Patrick Chaia:
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