Coronel da PMDF não irá à CPI do 8/1 com laudo de depressão

Ainda que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tenha concedido permissão ao coronel da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Eduardo Naime Barreto, para ficar em silêncio durante seu depoimento na CPI dos Atos Golpistas, o coronel afirmou que não irá comparecer à CPI do 8/1.

O depoimento de Naime estava agendado para ocorrer na tarde desta segunda-feira (26). Porém, neste domingo (25), os advogados do coronel apresentaram um pedido ao STF para que o coronel não seja obrigado a comparecer à CPI dos Atos Golpistas do dia 8 de janeiro. A defesa busca um salvo-conduto para evitar possíveis “constrangimentos” por parte dos membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, realizada no Congresso Nacional.

Segundo o Metrópoles, o coronel não comparecerá à oitiva da CPI dos Atos Golpistas, independentemente da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Em seu lugar, será apresentado um atestado médico psiquiátrico que comprova sua condição de depressão.

Naime foi convocado pela CPI dos Atos Golpistas como testemunha, em uma estratégia dos governistas. Nessas circunstâncias, o convocado é obrigado a comparecer e prestar compromisso de dizer a verdade.

O coronel está sendo investigado no inquérito do STF que apura possíveis omissões de autoridades nos atos ocorridos em Brasília em 8 de janeiro. O militar encontra-se preso desde fevereiro.

Em depoimento à Polícia Federal (PF), Jorge Naime afirmou que o Exército frustrou os planos de desmobilização do acampamento golpista montado em frente ao Quartel-General em Brasília. Além disso, Naime declarou à PF que houve uma falha total de inteligência durante os atos golpistas.

No dia 8 de janeiro, o coronel estava de férias, mas foi visto na Esplanada dos Ministérios, alegando que foi ao local para auxiliar os policiais militares. Durante seu depoimento na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Naime reiterou que o Exército dificultou a prisão dos vândalos que invadiram as sedes dos Três Poderes.

Ele também reforçou que estava de licença no dia dos ataques, mas foi convocado para participar da remoção dos golpistas da Esplanada dos Ministérios.