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Do Brasil ao exílio: bolsonaristas buscam refúgio no exterior

Sob decreto de prisão emitido pelo magistrado Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo menos três influenciadores bolsonaristas estão em busca de asilo em países estrangeiros. São acusados de participar em atos contrários à democracia, tais como ataques ao processo eleitoral e incentivo a movimentos golpistas após as eleições do ano passado. Enquanto […]

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Imagem: Reprodução

Sob decreto de prisão emitido pelo magistrado Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo menos três influenciadores bolsonaristas estão em busca de asilo em países estrangeiros. São acusados de participar em atos contrários à democracia, tais como ataques ao processo eleitoral e incentivo a movimentos golpistas após as eleições do ano passado. Enquanto fugitivos da justiça brasileira, esses indivíduos continuam compartilhando suas vivências no exterior através de plataformas digitais.

Oswaldo Eustáquio, um blogueiro alinhado ao bolsonarismo, permanece em fuga desde dezembro. Foi localizado pela Polícia Federal (PF) em março, no Paraguai. Apesar da ordem de prisão de Moraes, a captura não se concretizou porque Eustáquio apresentou um documento que alegava ter buscado asilo político no país vizinho.

https://twitter.com/Eustaquioreal/status/1687156271529541639

O jornalista já havia sido detido em 2020 e 2021 no contexto do Inquérito dos Atos Antidemocráticos em trâmite no STF. No ano anterior, tentou se eleger como deputado federal pelo partido União Brasil, mas não conseguiu.

Em julho, Alexandre de Moraes solicitou a inclusão do nome de Eustáquio na lista vermelha da Interpol. Apesar disso, o blogueiro afirma que retorna ao Brasil com frequência para visitar familiares no interior do Paraná e para apoiar o time Athletico Paranaense no estádio. Ele alega também ter transportado R$ 300 mil em dinheiro vivo em uma capa de laptop durante uma viagem de volta ao Paraguai.

Eustáquio dividia uma residência com Bismark Fugazza, um youtuber bolsonarista do canal ‘Hipócritas’. Fugazza foi detido pela polícia paraguaia e entregue às autoridades brasileiras na Ponte da Amizade, que conecta o Brasil ao Paraguai. Após passar 90 dias detido, o criador de conteúdo foi libertado por ordem de Moraes em junho.

Maxcione Pitangui, um radialista capixaba suspeito de instigar atividades antidemocráticas, está em fuga desde dezembro de 2022, após ter um mandado de prisão emitido por Moraes. Em julho, ele solicitou refúgio no Paraguai e obteve uma autorização temporária para permanecer no país. A Polícia Federal do Espírito Santo confirmou a autenticidade do documento, que foi compartilhado por Pitangui e seu advogado nas redes sociais. Em 2022, ele se candidatou a deputado estadual pelo PTB no Espírito Santo, porém não conseguiu os votos necessários.

Em 15 de dezembro, Pitangui e outros três indivíduos do Espírito Santo foram alvo de uma operação da PF por supostamente organizarem e promoverem atividades antidemocráticas após as eleições. Desde então, ele é considerado foragido pela justiça brasileira.

Nas redes sociais, Pitangui teria feito campanha contra o processo eleitoral e a favor de um levante militar, de acordo com as autoridades. Ele também atacou o Ministério Público do Espírito Santo, responsável por solicitar sua prisão junto ao STF.

O documento concedido a Pitangui tem validade de 90 dias, durante os quais seu pedido de refúgio será avaliado pela Comissão Nacional de Apátridas e Refugiados (Conare) do Paraguai. Nesse período, ele tem permissão para permanecer no país, trabalhar e ter acesso a serviços básicos de saúde e educação.

Allan dos Santos, um blogueiro vivendo nos Estados Unidos, enfrenta um processo de extradição paralisado há mais de seis meses, desde que o governo Lula retomou os esforços para repatriá-lo. Santos é considerado foragido da justiça brasileira desde que Moraes emitiu um mandado de prisão preventiva em outubro de 2021.

Em janeiro, o Ministério da Justiça acionou as autoridades dos EUA através do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI). A Polícia Federal também buscou a Interpol para incluir seu nome na chamada difusão vermelha. Até o momento, nenhum dos pedidos foi atendido.

Dentro da pasta comandada pelo ministro Flávio Dino, o caso é tratado com ceticismo. Os delitos atribuídos a Santos não se enquadram no tratado de extradição entre Brasil e EUA. Além disso, há uma percepção de que, se os EUA desejassem deportá-lo, isso já teria acontecido, considerando que seu passaporte foi cancelado no final do ano passado.

Morando na Flórida, Allan dos Santos afirmou em uma entrevista ao podcast de Monark em 10 de julho que segue uma vida normal nos EUA, sem ter enfrentado interferência das autoridades. No mesmo mês, participou de uma palestra ao lado do ex-chanceler Ernesto Araújo na Florida International University, em Miami. Eles discursaram sobre a “repressão às liberdades civis no Brasil”. Em fevereiro, compareceu a um evento conservador em Orlando, onde também esteve presente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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