Nos grandes momentos do país nas últimas décadas a Central Única dos Trabalhadores estava lá com um protagonismo impossível de ignorar. Na queda da ditadura militar, na constituição de 88 e na política eleitoral da Nova República, o sindicalismo nacional pautou a conjuntura como protagonista e ajudou a escrever a história do país.
A CUT não mudou de nome, de logo ou de cores nesses últimos 40 anos de existência. Mesmo com diversos ataques à sua imagem, a maioria deles injustos, a central se manteve fiel aos seus princípios que basicamente estabeleceram um novo jeito de se pensar e praticar as relações de trabalho no país, fenômeno conhecido como “novo sindicalismo”.
O método de trabalho da central é exemplo político já consolidado no cenário nacional. O novo sindicalismo é um conjunto de ideias e ações que levaram à presidência da República um metalúrgico e a primeira mulher a exercer esse cargo, elegeu centenas de pessoas e deu destaque a milhares de lideranças regionais e nacionais.
Na história recente, pode-se dizer que o sindicalismo cutista foi um dos principais alvos de investidas geopolíticas internacionais como o neofascismo de Bolsonaro ou a Lava Jato capitaneada pelo imperialismo americano.
Não é coincidência, por exemplo, que Lula escolheu o sindicato dos metalúrgicos, historicamente ligado à CUT, como seu porto seguro para se proteger desses ataques que ameaçam sociedades em todo mundo e parecem arrastar a humanidade para um colapso de proporções homéricas.
Não se pode negar, por exemplo, que toda essa instabilidade ameaça também a governança mundial que sofre uma grande crise de representação. Nesse sentido, Lula se destaca como uma grande liderança do globo, capaz de dar voz àqueles países que há séculos vivem à margem do poder geopolítico.
E por mais que Lula seja de fato um quadro de muita capacidade política, ele jamais conseguiria chegar onde chegou sozinho. E se ele próprio demonstra constantemente suas raízes ligado ao movimento sindical podemos imaginar que o impacto que a CUT tem na trajetória histórica do presidente e, consequentemente, nos seus passos atuais.
Dessa maneira, o novo sindicalismo ultrapassa fronteiras nacionais coordenado por sua principal liderança para ensinar a periferia do mundo como se organizar sob a lógica do diálogo e da coragem, assim como os trabalhadores e trabalhadoras do país se organizaram nessas últimas décadas.