Em depoimento à Polícia Federal, Carlos Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, relatou tentativas de Jair Bolsonaro para envolver as Forças Armadas em um golpe de estado para impedir a posse de Lula em 2022.
Segundo Baptista Júnior, o apoio do então comandante do Exército, general Freire Gomes, seria crucial para a execução do golpe, mas não foi concedido.
A informação vem à tona por meio de uma investigação conhecida como inquérito das milícias digitais, focada em averiguar se Bolsonaro e associados tentaram concretizar tal plano, conforme reportagem da Folha.
Baptista Júnior e Gomes foram centrais para barrar as intenções golpistas, conforme indicado nos depoimentos obtidos pela própria Folha e prestados após a operação Tempus Veritatis, que investigou e prendeu militares ligados à suposta conspiração.
A Polícia Federal destacou a resistência dos dois comandantes ao golpe, apesar de apontar a necessidade de investigar uma potencial “conduta comissiva por omissão” por terem conhecimento dos planos sem tomar ações preventivas.
O ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta várias investigações e condenações, incluindo inegibilidade até 2030. Se processado e condenado pelos crimes relacionados a tentativas de golpe, pode enfrentar até 23 anos de prisão e uma inelegibilidade estendida.
Os depoimentos revelam que Freire Gomes chegou a afirmar que prenderia Bolsonaro caso tentasse avançar com o golpe, enfatizando a disposição em defender a ordem constitucional.
Além disso, os ex-comandantes da Aeronáutica e do Exército negaram envolvimento na trama, apontando para o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e o ex-chefe da Marinha, Almir Garnier Santos, como possíveis participantes.
A defesa do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, não se manifestou até o momento.