Miliciano infiltrado no PSOL pode ter usado informações falsas para causar fúria dos Brazão contra Marielle

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Uma revelação impactante veio à tona através da delação de Ronnie Lessa, indicando que milicianos foram infiltrados no Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) com o objetivo de monitorar a vereadora Marielle Franco.

Segundo Lessa, Laerte Silva de Lima, associado à milícia e filiado ao PSOL em 2016, teve como missão acompanhar os passos de Marielle por ordem de Domingos e Chiquinho Brazão.

A Polícia Federal (PF), em seu relatório, sugere que Laerte pode ter exagerado ou fabricado informações para justificar sua atuação como agente infiltrado, conforme reportagem do G1.

Essa suposta distorção das atividades políticas de Marielle por Laerte poderia ter contribuído para a hostilidade dos irmãos Brazão contra a vereadora, especialmente evidente após ela se opor a um projeto de lei de interesse dos Brazão.

O projeto de lei 174 de 2017, focado na regularização fundiária na Zona Oeste do Rio, área de interesse da família Brazão, foi rejeitado por Marielle e toda a bancada do PSOL, além de dois outros vereadores.

A reação exacerbada de Chiquinho Brazão a essa oposição foi notada por um assessor de Marielle, que relatou uma irritação incomum por parte do vereador.

Lessa também detalhou como os Brazão colocaram Laerte Silva de Lima e sua esposa, Erileide Barbosa da Rocha, dentro do PSOL para espionar Marielle, considerando-os como “braços armados” da milícia de Rio das Pedras. Laerte tinha ligações diretas com Chiquinho Brazão e Domingos Brazão, influentes figuras políticas no Rio.

A infiltração de Laerte e Erileide no PSOL coincidiu com pesquisas online de Lessa sobre Marcelo Freixo, outro nome proeminente do partido. Em 2019, Lessa admitiu ter buscado informações sobre Freixo, mas alegou que era apenas por curiosidade.

Laerte Silva de Lima, conhecido por seu papel na milícia de Rio das Pedras, foi preso em 2019 mas conseguiu liberdade condicional em 2020, antes de ser novamente detido. Sua atuação incluía agiotagem e era fundamental para as operações da milícia.

Após o envolvimento de Laerte com a milícia ser revelado, tanto ele quanto sua esposa foram expulsos do PSOL, seguindo os procedimentos do estatuto do partido.

A delação de Lessa também menciona Edimilson da Silva, conhecido como Macalé, e Ronald Paulo Alves Pereira, o Major Ronald, como envolvidos no monitoramento de Marielle no dia de seu assassinato. Provas da PF indicam a presença de Ronald no local do crime, ressaltando a complexidade da rede de vigilância montada contra a vereadora.

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