Presidente de Portugal diz que país precisa pagar pelos crimes da escravidão e colonialismo

REUTERS/Pedro Nunes

Na terça-feira, o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que Portugal foi responsável por crimes cometidos durante a escravidão transatlântica e a era colonial, sugerindo a necessidade de reparações.

Ao longo de mais de quatro séculos, cerca de 12,5 milhões de africanos foram sequestrados, transportados à força principalmente por navios e comerciantes europeus, e vendidos como escravos.

Portugal traficou quase 6 milhões de africanos, mais do que qualquer outra nação europeia. No entanto, o país ainda não enfrentou completamente seu passado, com pouco ensino sobre seu papel na escravidão transatlântica nas escolas.

Durante um evento com correspondentes estrangeiros na terça-feira à noite, Rebelo de Sousa declarou que Portugal “assume total responsabilidade” pelos erros do passado, reconhecendo os “custos” desses crimes, incluindo massacres coloniais.

“Aqueles que sobreviviam à viagem acabavam trabalhando em plantações nas Américas, principalmente no Brasil e no Caribe, enquanto outros lucravam com seu trabalho”, afirmou ele.

“Temos que pagar os custos. Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso.”

A ideia de reparações pela escravidão transatlântica tem ganhado apoio global, incluindo esforços para estabelecer um tribunal especial sobre o assunto.

Ativistas destacam a necessidade de reparações e políticas públicas para combater as desigualdades causadas pelo passado de Portugal, incluindo o racismo sistêmico.

Embora Rebelo de Sousa tenha expressado anteriormente a opinião de que Portugal deveria se desculpar pela escravidão transatlântica e pelo colonialismo, ele ressaltou que reconhecer o passado e assumir a responsabilidade por ele é mais importante do que pedir desculpas.

“Pedir desculpas é a parte mais fácil”, concluiu o presidente português.

Com informações da Reuters

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