China e Brasil cada vez mais próximos

14.04.2023 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e presidente da República Popular da China, Xi Jinping. Grande Palácio do Povo - Pequim - China. Foto: Ricardo Stuckert/PR

“China e Brasil representam grandes países em desenvolvimento e economias emergentes. Ambos são membros fundadores dos BRICS. As relações China-Brasil têm significado estratégico e geral que vai além do âmbito bilateral,” afirmou Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, durante uma coletiva de imprensa, no último dia 24 de maio de 2024.

Em resposta às perguntas da Bloomberg sobre a declaração conjunta entre China e Brasil a respeito da crise na Ucrânia, Wang explicou que a recente reunião entre Wang Yi, Diretor do Escritório da Comissão Central de Assuntos Exteriores da China, e Celso Amorim, Assessor-Chefe do Presidente do Brasil, resultou em seis entendimentos comuns. Ele destacou que esses entendimentos “não apenas refletem a posição conjunta dos dois países, mas também a preocupação generalizada e o desejo genuíno da vasta comunidade internacional de promover uma solução política para a crise na Ucrânia”.

Ao ser questionado se esta era a primeira vez que a China emite uma declaração conjunta com outro país sobre a crise na Ucrânia e se há planos para declarações semelhantes com outros países, Wang afirmou que os entendimentos são uma contribuição conjunta para a paz global. “Os entendimentos comuns são uma solução e contribuição da China e do Brasil para a paz e acolhemos mais membros da comunidade internacional para endossá-los,” disse ele.

Sobre a participação da China na conferência de paz na Suíça no próximo mês, Wang Wenbin esclareceu que a resposta pode ser encontrada nos entendimentos comuns emitidos por China e Brasil. Ele ressaltou que as duas nações acreditam que todas as partes devem criar condições para a retomada do diálogo direto e apoiar uma conferência internacional de paz em um momento adequado, reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, com participação igualitária de todas as partes envolvidas.

Bloomberg: De acordo com o comunicado de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, o Diretor do Escritório da Comissão Central de Assuntos Exteriores, Wang Yi, encontrou-se ontem com o Assessor-Chefe do Presidente do Brasil, Celso Amorim, em Pequim. Durante as conversas, as duas partes trocaram opiniões sobre a resolução da crise na Ucrânia e chegaram a alguns entendimentos comuns. As duas partes também declararam conjuntamente no comunicado de imprensa que ambos os países apoiam uma conferência internacional de paz reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia. Esta é a primeira vez que a China emite uma declaração conjunta com outros países sobre a resolução da crise na Ucrânia e o cessar-fogo? A China planeja emitir declarações semelhantes com outros países também? Isso significa que a China não participará da conferência de paz na Suíça no próximo mês?

Wang Wenbin: Em primeiro lugar, o Membro do Bureau Político do Comitê Central do Partido Comunista da China e Diretor do Escritório da Comissão Central de Assuntos Exteriores, Wang Yi, realizou ontem conversas com o Assessor-Chefe do Presidente do Brasil, Celso Amorim, em Pequim. Eles tiveram uma troca de opiniões aprofundada sobre a crise na Ucrânia e chegaram a seis entendimentos comuns, que estão totalmente refletidos nos “Entendimentos Comuns entre China e Brasil sobre a Solução Política da Crise na Ucrânia”, emitidos conjuntamente pelas duas partes.

Esses seis entendimentos comuns refletem não apenas a posição conjunta da China e do Brasil, mas também a preocupação generalizada e o desejo genuíno da vasta comunidade internacional de promover uma solução política para a crise na Ucrânia.

A crise na Ucrânia, agora em seu terceiro ano, não mostra sinais de cessar e gerou mais repercussões. O conflito pode se intensificar ainda mais. Acredita-se amplamente que a prioridade urgente é esfriar a situação e acumular condições para um cessar-fogo.

Muitos países em desenvolvimento, incluindo China e Brasil, têm defendido uma posição objetiva e justa sobre a crise na Ucrânia. Todos nós acreditamos que o diálogo e a negociação são o único caminho viável para sair da crise. Todos nós nos opomos a alimentar as chamas e esperamos construir um consenso internacional para encontrar o terreno comum mais amplo para restaurar a paz.

Os entendimentos comuns, embora iniciados conjuntamente pela China e pelo Brasil, são destinados ao mundo. Acolhemos mais países, tanto em desenvolvimento quanto desenvolvidos, a apoiar e endossar esses entendimentos comuns e a desempenhar conjuntamente um papel construtivo na desescalada da situação e na promoção de conversações para a paz.

Sobre suas perguntas específicas, gostaria de dizer que China e Brasil representam grandes países em desenvolvimento e economias emergentes. Ambos são membros fundadores dos BRICS. As relações China-Brasil têm significado estratégico e geral que vai além do âmbito bilateral. Compartilhamos uma postura semelhante sobre a crise na Ucrânia e profundas preocupações com a crise prolongada. Ambos estão comprometidos em alcançar uma solução política precoce para a crise e se opõem à confrontação de blocos por certos países e ao agravamento da crise. Esses entendimentos comuns representam a posição comum de nossos dois países sobre a Ucrânia e refletem a imagem de ambos os países como grandes nações responsáveis. Os entendimentos comuns são uma solução e contribuição da China e do Brasil para a paz e acolhemos mais membros da comunidade internacional para endossá-los.

Você também perguntou se isso significa que a China não participará da conferência de paz na Suíça no próximo mês. A resposta pode ser encontrada nos seis entendimentos comuns emitidos por China e Brasil. O segundo entendimento comum diz que as duas partes acreditam que todas as partes devem criar condições para a retomada do diálogo direto e impulsionar a desescalada da situação até a realização de um cessar-fogo abrangente. China e Brasil apoiam uma conferência internacional de paz realizada em momento oportuno, reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, com participação igualitária de todas as partes, bem como discussão justa de todos os planos de paz.

Publicado no Ministério de Relações Exteriores da China.

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