Parece que caiu aquele papo de que imposto é roubo, não é mesmo?
De um lado, empresários pressionam o governo para não baixar o imposto do arroz importado fora do Mercosul, por outro lado, o mesmo empresariado articula no congresso taxar as tais blusinhas da Shoppe ou Schein.
Para esse empresariado, nem a alta polarização que o país vive conseguiu escapar da realidade da importância do imposto nessas duas ocasiões. Aqui é mais imposto ou mais imposto, não tem outra opção.
Uma façanha dessas não dá para passar despercebida da política. No congresso, onde os empresários têm mais força, o grau de articulação para conseguir executar o aumento de impostos sobre as blusinhas foi de deixar Tancredo Neves com inveja. Um acordo de líderes para sequer ter votação nas duas casas para um assunto tão polêmico é coisa rara de se ver.
Já com o governo a briga foi mais pesada Tentou barrar na justiça e tudo mas o empresariado acabou perdendo. Entendendo o estado de calamidade que vive o Rio Grande do Sul, e consequentemente o Brasil, o executivo acabou bancando a baixa temporária de impostos para importar mais e estabilizar os preços no país.
Pode-se argumentar a vontade que a política brasileira de impostos no arroz importado levou a uma imensa capacidade de abastecimento interno e isso nos confere soberania alimentar, além de fortalecer o mercado interno.
Da mesma forma, uma taxação semelhante pode ser implementada para que os produtos manufaturados mantenham-se dentro da fronteira nacional, garantindo trabalho para confecção e circulação da mercadoria e assim agregando mais valor à economia e gerando mais emprego e renda.
Mas esses dois argumentos só são válidos se o imposto existir. Nessa lógica, imposto não é roubo e isso escancara a hipocrisia de mega empresários que produziram uma horda de zumbis para alimentar essa narrativa mentirosa para se beneficiar quando convém.
E a realidade desmascarando mais uma vez uma farsa neoliberal.
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