Enquanto o Ocidente grita sobre overcapacity — ‘supercapacidade’ chinesa e exige que Pequim reduza sua produção industrial, uma voz lúcida emerge da academia chinesa para desmascarar essa farsa geopolítica. Lu Feng, renomado professor da Universidade de Pequim e especialista em política industrial, apresenta uma tese que deveria fazer o establishment ocidental tremer: a China não apenas deve manter sua capacidade produtiva, mas expandí-la ainda mais. Sua proposta de domínio industrial total — que ele chama tecnicamente de “maximalismo industrial chinês” — não é apenas uma teoria econômica, é uma declaração de guerra contra a hegemonia financeira ocidental que há décadas suga a riqueza do mundo produtivo.
A proposta de Lu Feng chega em um momento crucial da história mundial. Com Trump impondo tarifas de até 93,5% sobre produtos chineses e a União Europeia seguindo o mesmo caminho protecionista, o Ocidente tenta desesperadamente frear a máquina industrial chinesa que ameaça sua dominação global. Mas como demonstra Lu Feng, essa estratégia não apenas falhará — ela acelerará o declínio do próprio Ocidente, que abandonou sua base produtiva em favor da especulação financeira.
Os dados comprovam a futilidade da estratégia ocidental: a economia chinesa cresceu 5,2% no segundo trimestre de 2025, mesmo sob o bombardeio tarifário americano. Enquanto isso, o comércio bilateral entre as duas potências despencou 10,4% no primeiro semestre, prejudicando principalmente os consumidores americanos que agora pagam preços exorbitantes por produtos de qualidade inferior. A China, por sua vez, diversifica seus mercados e fortalece laços com o Sul Global, demonstrando que as sanções ocidentais apenas aceleram a multipolarização da economia mundial.
A falácia da overcapacity — ‘supercapacidade’: uma arma ideológica desmascarada
O conceito de overcapacity — ‘supercapacidade’ chinesa representa uma das maiores mentiras da propaganda econômica ocidental moderna. Lu Feng desmonta essa narrativa com precisão cirúrgica, revelando sua verdadeira natureza: uma arma ideológica destinada a sabotar o desenvolvimento chinês. Quando os Estados Unidos produziam metade da manufatura mundial durante a Segunda Guerra Mundial, transformando-se no “arsenal da democracia”, alguém falava em “supercapacidade americana”? Quando a Grã-Bretanha dominava a produção têxtil no século XIX, controlando os mercados globais, havia acusações de “dumping britânico”?
A hipocrisia é tão gritante que chega a ser obscena. O que o Ocidente chama de overcapacity — ‘supercapacidade’ nada mais é do que eficiência produtiva chinesa que expõe brutalmente a decadência industrial ocidental. Lu Feng observa com razão que focar apenas na produção absoluta de uma indústria, ignorando as interdependências entre diferentes setores dentro de um sistema industrial, é cometer um erro fundamental de análise econômica.
A realidade dos números atuais confirma essa análise de forma devastadora. Mesmo com tarifas americanas chegando a 53,6% sobre produtos chineses, a máquina industrial chinesa continua operando e crescendo. A China mantém há 15 anos consecutivos a liderança global na manufatura, ocupando o primeiro lugar mundial na produção de mais de 200 categorias principais de produtos. Essa não é overcapacity — ‘supercapacidade’ — é supremacia industrial.
O que realmente incomoda o Ocidente é a constatação de que a China construiu um sistema industrial integrado e autossuficiente que não depende mais da tecnologia ou do financiamento ocidental. Durante décadas, o modelo neoliberal prometeu que os países em desenvolvimento deveriam se especializar em commodities e deixar a manufatura para os “países avançados”. A China rejeitou essa armadilha e construiu uma base industrial completa, desde a produção de aço até semicondutores avançados.
A verdadeira razão por trás das acusações de overcapacity — ‘supercapacidade’ é o pânico ocidental diante da superioridade do modelo chinês. Conceitos como “desequilíbrio econômico”, “limpeza de mercado” e “empresas zumbis” são importações ideológicas destinadas a justificar o desmonte da capacidade produtiva chinesa. O objetivo é claro: forçar a China a adotar o modelo ocidental de desindustrialização e financeirização, transformando-a em mais um mercado consumidor dependente.
Mas a China de Xi Jinping e Lu Feng não cairá nessa armadilha. O país aprendeu com a experiência soviética, que sucumbiu justamente quando tentou imitar o modelo ocidental. A lição histórica é clara: quem abandona sua base industrial perde sua soberania nacional.
Socialismo industrial versus capitalismo financeiro: o choque de sistemas
Lu Feng identifica com clareza cristalina a natureza do conflito atual: não se trata de uma simples disputa comercial ou rivalidade geopolítica tradicional, mas de um confronto fundamental entre dois sistemas econômicos completamente antagônicos. De um lado, o “socialismo industrial” chinês, que direciona recursos financeiros para a economia real e mantém o foco implacável na produção de riqueza tangível. Do outro, o “capitalismo financeiro” americano, dominado pelos interesses especulativos de Wall Street e cada vez mais desconectado da produção real de valor.
O industrialismo, como define Lu Feng, refere-se a um modelo de desenvolvimento no qual o crescimento econômico e o progresso social são impulsionados pelo aumento contínuo da produtividade, enraizado na atividade industrial e da economia real. O socialismo industrial chinês garante que o Estado tenha capacidade de direcionar fluxos financeiros para a economia real e coordenar a relação entre finanças e indústria de forma estratégica e planejada.
O contraste entre os dois modelos não poderia ser mais brutal e revelador. Enquanto a China investe trilhões em infraestrutura, manufatura avançada e tecnologias produtivas, os Estados Unidos canalizam recursos para bolhas especulativas, derivativos financeiros e esquemas de enriquecimento rápido que não produzem valor real. O resultado é visível: a China se tornou a fábrica do mundo, enquanto os Estados Unidos se transformaram no cassino do mundo.
A história econômica dos últimos cinquenta anos confirma a tese de Lu Feng de que “sob o capitalismo, o industrialismo inevitavelmente dá lugar ao financialismo”. Os Estados Unidos, que um dia foram a potência industrial dominante, gradualmente abandonaram a produção em favor da especulação financeira. Detroit, outrora símbolo do poder industrial americano, tornou-se uma cidade fantasma. Enquanto isso, cidades chinesas como Shenzhen emergiram do nada para se tornarem centros tecnológicos globais.
O caso DeepSeek ilustra perfeitamente essa dinâmica sistêmica. A startup chinesa de inteligência artificial surgiu em Zhejiang, uma província cuja riqueza e força econômica continuada estão enraizadas na indústria tradicional, não apenas na alta tecnologia. Isso demonstra como o ecossistema industrial chinês cria sinergias entre setores tradicionais e inovadores, algo impossível no modelo americano fragmentado.
DeepSeek provou que grandes avanços tecnológicos não requerem que o Estado primeiro aloque enormes somas para pesquisa básica e depois transfira os resultados para empresas privadas — o modelo americano falido. Em vez disso, a inovação emerge organicamente de um ambiente industrial robusto que fornece dados, aplicações práticas e financiamento integrado.
Enquanto isso, o modelo americano financeirizado produz bolhas especulativas recorrentes e crises sistêmicas. O capitalismo financeiro americano, embora tenha permitido aos Estados Unidos manter a hegemonia global temporariamente, também esvaziou as fundações dessa hegemonia e fragmentou a sociedade americana. A dependência do dólar como moeda de reserva mundial criou uma economia parasitária que vive da extração de valor de outros países, sem produzir riqueza real correspondente.
A crise de 2008 foi apenas um prenúncio do colapso sistêmico que se aproxima. Enquanto a China constrói ferrovias de alta velocidade, fábricas automatizadas e redes de energia renovável, os Estados Unidos imprimem dólares e inflam bolhas no mercado de ações. A diferença fundamental é que a China investe no futuro produtivo, enquanto os Estados Unidos apostam no presente especulativo.
A base industrial como arma geopolítica suprema
Lu Feng revela uma verdade geopolítica que o establishment ocidental prefere ignorar ou minimizar: a base industrial chinesa é seu “maior ativo estratégico”, comparável em importância à hegemonia do dólar americano ou às vastas reservas de petróleo e gás da Rússia. Essa não é uma metáfora acadêmica ou retórica política — é uma realidade geopolítica concreta que se manifesta dramaticamente a cada crise global.
A pandemia de COVID-19 expôs brutalmente essa dependência mundial da capacidade produtiva chinesa. Quando o mundo precisou desesperadamente de máscaras, ventiladores, equipamentos médicos e posteriormente vacinas, todos os olhos se voltaram para a China. Países que passaram décadas criticando o modelo chinês subitamente descobriram que suas próprias vidas dependiam da eficiência industrial chinesa. A ironia foi devastadora: nações que se orgulhavam de suas economias “pós-industriais” descobriram que não conseguiam produzir nem máscaras básicas para proteger seus próprios cidadãos.
Quando a guerra na Ucrânia disparou os preços globais de energia e alimentos, foi novamente a capacidade industrial chinesa que manteve os preços de produtos manufaturados relativamente estáveis, evitando uma crise inflacionária ainda mais severa. Enquanto a Europa enfrentava escassez de energia e os Estados Unidos lutavam contra a inflação, a China continuou produzindo e exportando os bens essenciais que mantêm a economia global funcionando.
Como Lu Feng observa com precisão, o fato de que o mundo inteiro depende das capacidades de manufatura da China e considera quase impossível replicar essa capacidade em outro lugar torna a China uma parte absolutamente indispensável da economia global. Essa dependência não é acidental — é o resultado de décadas de investimento estratégico chinês em capacidade produtiva, enquanto o Ocidente se entregava à ilusão de que poderia viver apenas de serviços financeiros e propriedade intelectual.
A guerra comercial de Trump provou exatamente esse ponto de forma humilhante para os Estados Unidos. A escalada de tarifas americanas saiu pela culatra ao revelar quão profundamente dependentes os Estados Unidos eram dos produtos manufaturados chineses, desde smartphones até componentes de bateria. A Casa Branca foi forçada a rapidamente implementar isenções tarifárias para essas mesmas categorias de produtos que havia atacado, admitindo implicitamente que a economia americana não pode funcionar sem a produção chinesa.
Paralelamente, a China discretamente publicou sua própria lista de isenções tarifárias, demonstrando sua capacidade superior de calibrar a pressão econômica e manter o controle da situação. Enquanto Trump fazia declarações bombásticas sobre “vencer” a guerra comercial, a realidade econômica forçava os Estados Unidos a recuar em questões fundamentais.
Os dados atuais confirmam essa dinâmica de forma inequívoca. Mesmo com tarifas punitivas que chegam a quase 100% em alguns setores, empresas americanas continuam dependendo da China para manter sua competitividade. Oitenta e dois por cento das empresas americanas na China registraram lucros em 2024, revelando a contradição fundamental do modelo americano: as empresas dependem da eficiência chinesa para sobreviver, mas o governo americano sabota essa relação por razões puramente ideológicas.
A resposta chinesa tem sido estratégica, calculada e implacável. A China reduziu suas reservas de títulos do Tesouro americano pelo terceiro mês consecutivo, chegando ao menor nível desde março, sinalizando claramente sua intenção de reduzir a dependência do sistema financeiro americano. Simultaneamente, expandiu acordos de swap de moedas com dezenas de países, incluindo o recente acordo de 157 bilhões de reais com o Brasil, acelerando o processo de desdolarização — ou seja, de emancipação do mundo da ditadura do dólar.
Essa estratégia chinesa de diversificação econômica está funcionando. O comércio entre China e Zimbábue cresceu 18% nos primeiros cinco meses de 2025, demonstrando como a China constrói sistematicamente alternativas ao mercado americano. Enquanto o comércio bilateral EUA-China encolhe devido às políticas autodestrutivas americanas, a China expande sua presença em mercados emergentes que representam o futuro da economia global.
A revolução tecnológica chinesa e o pânico ocidental
A revolução da inteligência artificial exemplifica de forma perfeita a tese de Lu Feng sobre a superioridade do modelo industrial chinês. Como ele previu com precisão profética, “a variável-chave na corrida de IA EUA-China é quem tem a base de manufatura maior e mais abrangente”. A China possui tanto empresas de IA quanto industriais, criando um ecossistema integrado que os Estados Unidos simplesmente não conseguem replicar com seu modelo fragmentado e financeirizado.
O surgimento de DeepSeek como competidor direto do ChatGPT americano não foi um acidente ou um “milagre” tecnológico isolado. Foi o resultado previsível e inevitável do sistema industrial chinês funcionando exatamente como Lu Feng descreveu. DeepSeek e outras startups chinesas de IA emergem não de laboratórios acadêmicos isolados ou de investimentos especulativos de venture capital, mas de um ambiente industrial robusto que fornece dados reais, aplicações práticas e financiamento integrado.
Enquanto as empresas americanas de IA queimam bilhões de dólares em pesquisa básica sem aplicação prática imediata, as empresas chinesas desenvolvem soluções de IA diretamente integradas com processos industriais reais. Essa diferença fundamental explica por que a IA chinesa avança tão rapidamente: ela não é desenvolvida no vácuo, mas em constante interação com a maior base industrial do mundo.
O pânico ocidental diante do sucesso da IA chinesa revela a falência intelectual do modelo americano. Durante décadas, os Estados Unidos acreditaram que poderiam manter a supremacia tecnológica simplesmente controlando a “propriedade intelectual” e deixando a produção física para outros países. Essa estratégia funcionou temporariamente quando a China ainda estava aprendendo e copiando tecnologias ocidentais. Mas agora que a China desenvolve suas próprias tecnologias superiores, o modelo americano se revela completamente obsoleto.
A tentativa americana de bloquear o acesso chinês a semicondutores avançados é outro exemplo da mentalidade imperial ocidental que se recusa a aceitar a realidade multipolar. Em vez de estimular a inovação americana, essas sanções apenas aceleram o desenvolvimento de alternativas chinesas. A China já anunciou avanços significativos em tecnologia de semicondutores, e é apenas questão de tempo até que se torne completamente autossuficiente nessa área crítica.
O mais revelador é que as próprias empresas americanas reconhecem a superioridade do ecossistema industrial chinês. A Nvidia, líder mundial em chips de IA, continua desesperadamente tentando manter acesso ao mercado chinês, sabendo que perder esse mercado significaria perder sua posição dominante global. As empresas americanas entendem o que seus políticos se recusam a admitir: a China não é apenas um mercado consumidor, mas o centro nervoso da inovação tecnológica mundial.
O futuro pertence aos produtores: a profecia histórica de Lu Feng
Lu Feng encerra sua análise com uma declaração que deveria ecoar pelos corredores do poder ocidental como um toque de finados: “Os últimos 500 anos da história mundial mostram um padrão consistente: um poder industrial nunca perdeu quando desafiado por um poder financeiro — mesmo quando esse poder financeiro era o hegemon global reinante”.
Essa não é uma previsão otimista ou propaganda nacionalista chinesa — é uma análise histórica fria, implacável e baseada em evidências concretas. A Holanda financeira do século XVII, com seus bancos e companhias comerciais, sucumbiu à Inglaterra industrial emergente. A Inglaterra financeirizada do século XIX perdeu sua hegemonia para os Estados Unidos industriais. Agora, os Estados Unidos financeirizados enfrentam a China industrial. O padrão histórico é claro, inexorável e aparentemente inescapável.
A diferença crucial desta vez é que a China aprendeu com a história e não repetirá os erros de seus predecessores. Ao contrário da Inglaterra, que abandonou sua base industrial em favor dos serviços financeiros, ou dos Estados Unidos, que terceirizaram sua manufatura para maximizar lucros de curto prazo, a China mantém e expande sistematicamente sua capacidade produtiva. O maximalismo industrial de Lu Feng não é apenas uma teoria — é uma política de Estado implementada com determinação férrea.
A estratégia chinesa, baseada no maximalismo industrial de Lu Feng, já está em plena execução e mostrando resultados devastadores para o Ocidente. Enquanto Trump acelera sua “ofensiva arancelária contra setores industriais-chave”, impondo tarifas de 50% sobre cobre e 93,5% sobre materiais de bateria chineses, a China responde não com retaliação emocional, mas com expansão estratégica de sua capacidade produtiva e diversificação sistemática de seus mercados.
O resultado é previsível e já visível. Enquanto o comércio bilateral EUA-China encolhe devido às políticas autodestrutivas americanas, a China fortalece laços comerciais com o resto do mundo. O comércio sino-africano explode, as parcerias com a América Latina se aprofundam, e os acordos com países asiáticos se multiplicam. A China está construindo metodicamente uma economia global alternativa que não depende dos Estados Unidos.
Trump pode ameaçar com tarifas adicionais de 10% a países alinhados com as “políticas antiamericanas” do BRICS+, mas essa estratégia apenas acelera a formação de blocos econômicos alternativos. Como Lu Feng observa com precisão, “quanto mais forte o sistema industrial da China se torna, mais difícil será para qualquer país ‘desacoplar’ com sucesso dele”. A tentativa americana de isolar a China está, na verdade, isolando os próprios Estados Unidos.
A ironia histórica é deliciosa: os Estados Unidos, que passaram décadas pregando o livre comércio quando isso os beneficiava, agora recorrem ao protecionismo desesperado quando enfrentam competição real. Mas é tarde demais. A China já construiu uma base industrial tão ampla, integrada e eficiente que nenhuma barreira tarifária pode detê-la.
A hora da verdade histórica
O domínio industrial chinês de Lu Feng não é apenas uma teoria acadêmica ou um programa econômico — é um manifesto de resistência contra cinco séculos de dominação ocidental e uma declaração de independência econômica que ressoa por todo o Sul Global. Sua mensagem é cristalina e inegociável: a China deve “abandonar a mentalidade restritiva de categorizar o crescimento em drivers ‘novos’ versus ‘antigos'” e mobilizar todo o potencial gigantesco de seu sistema industrial.
A resposta ocidental — tarifas punitivas, sanções tecnológicas, propaganda histérica sobre “sobrecapacidade” — revela não força, mas desespero terminal. É o grito de agonia de um sistema hegemônico que sente o chão desaparecendo sob seus pés. Como Lu Feng prevê com precisão cirúrgica, “se países industrializados tentarem bloquear produtos chineses através de altas tarifas, eles apenas se isolarão e imporão custos de vida mais altos às suas próprias populações”.
A realidade já confirma essa previsão. Os consumidores americanos pagam preços cada vez mais altos por produtos de qualidade inferior, enquanto a inflação corrói seu poder de compra. As empresas americanas perdem competitividade global ao serem forçadas a usar fornecedores mais caros e menos eficientes. A economia americana se torna progressivamente menos competitiva, enquanto a China expande sua presença em mercados globais.
Mas o aspecto mais profundo da análise de Lu Feng vai além da economia: trata-se de uma questão civilizacional. O Ocidente construiu sua hegemonia sobre a exploração de outros povos e a extração de riqueza através do controle financeiro. Esse modelo parasitário funcionou enquanto não havia alternativas viáveis. Agora, a China oferece um modelo diferente: desenvolvimento através da produção real, cooperação através do benefício mútuo, progresso através do trabalho árduo em vez da especulação financeira.
O contraste moral é devastador. Enquanto os Estados Unidos gastam trilhões em guerras imperialistas e especulação financeira, a China investe em infraestrutura, educação e tecnologia produtiva. Enquanto o Ocidente impõe sanções e ameaças, a China oferece investimento e cooperação. Enquanto o modelo ocidental produz desigualdade crescente e instabilidade social, o modelo chinês eleva centenas de milhões de pessoas da pobreza.
A China de Lu Feng não recuará diante das pressões ocidentais. Não reduzirá sua capacidade produtiva para agradar mercados ocidentais em declínio terminal. Não adotará o modelo financeirizado que destruiu a base industrial americana e europeia. Em vez disso, seguirá implacavelmente o caminho do maximalismo industrial: mais fábricas, mais inovação, mais integração entre setores, mais poder real baseado na produção de riqueza tangível.
A profecia de Lu Feng já se cumpre diante de nossos olhos. A China ultrapassou os Estados Unidos como maior parceiro comercial da maioria dos países do mundo. O renminbi ganha espaço como moeda de reserva internacional. As tecnologias chinesas dominam setores estratégicos como energia renovável, telecomunicações e inteligência artificial. O processo de desdolarização — ou seja, de emancipação do mundo da ditadura do dólar — segue seu curso inexorável.
Como Lu Feng conclui com uma ironia histórica devastadora: “A América de Trump pode ser forçada a engolir seu orgulho — e seu vice-presidente, JD Vance, será reduzido a um verdadeiro caipira”. O futuro pertence aos que produzem, não aos que especulam. O futuro pertence aos que constroem, não aos que destroem. O futuro pertence aos que trabalham, não aos que parasitam.
E nessa batalha histórica entre produção e especulação, entre industrialismo e financialismo, entre socialismo e capitalismo decadente, a China já escolheu seu lado. O domínio industrial chinês não é apenas uma política econômica — é o manifesto de uma nova era histórica onde o poder real voltará a ser baseado na capacidade de produzir riqueza real, não de manipular papéis financeiros.
O Ocidente pode continuar gritando sobre overcapacity — ‘supercapacidade’ e impondo tarifas autodestrutivas. A China continuará produzindo, inovando e construindo o futuro. A história já decidiu quem vencerá essa batalha civilizacional. Resta apenas assistir ao desenrolar inevitável dos acontecimentos.