Salário mínimo terá alta de 7,44% e alcançará R$ 1.631

O piso nacional sobe em 2026 / Agência Brasil

O valor, que ainda depende da inflação de 2025, serve de referência para milhões de benefícios sociais, aposentadorias e pensões


O governo federal encaminhou ao Congresso Nacional, na noite desta sexta-feira (29), a proposta do Orçamento para 2026 trazendo uma atualização importante para milhões de trabalhadores brasileiros: o salário mínimo está projetado em R$ 1.631. O valor supera em R$ 1 a estimativa anterior feita pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que previa R$ 1.630.

A previsão representa um reajuste nominal de 7,44% em relação ao piso nacional de 2025, hoje fixado em R$ 1.518. O aumento segue a nova regra de correção sancionada no fim do ano passado, que estabelece um teto para os reajustes: o salário mínimo pode crescer, no máximo, 2,5 pontos percentuais acima da inflação do período.

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Se fosse aplicada a fórmula completa, que soma a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB), o reajuste seria maior. O cálculo indicaria um aumento de 8,18%, considerando a inflação projetada em 4,78% até novembro de 2025 e o crescimento de 3,4% do PIB em 2024. No entanto, por conta do limite legal, o reajuste foi reduzido para 7,44%, resultando no valor de R$ 1.631.

Apesar da projeção, o valor não é definitivo. O salário mínimo de 2026 ainda pode ser revisto, já que depende do comportamento real da inflação acumulada entre dezembro de 2024 e novembro de 2025. Caso o INPC fique acima do esperado, o governo enviará uma mensagem modificativa ao Congresso no início de dezembro, elevando o valor final.

Essa atualização é aguardada com atenção, pois o salário mínimo serve de referência não apenas para trabalhadores, mas também para aposentadorias, pensões e benefícios sociais pagos pelo governo.

Além do reajuste do salário mínimo, o governo federal aposta em outra medida significativa para impulsionar a economia em 2026: a revisão da tabela do Imposto de Renda (IR). O ministro da Casa Civil, Rui Costa, destacou que a ampliação do número de contribuintes isentos terá efeito direto no consumo e no comércio, movimentando a economia do país como um todo. A expectativa é que mais de 20 milhões de pessoas sejam beneficiadas com a mudança, conforme afirmou durante o programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Segundo Rui Costa, os recursos que deixarão de ser recolhidos pelo IR terão destino direto no cotidiano das famílias, como supermercados, feiras, compra de alimentos, roupas para filhos e medicamentos. “Ele [o cidadão] vai levar um produto a mais para casa, para melhorar a alimentação de sua família e, eventualmente, ir numa praia e fazer um lazer com filho. Estamos falando do limite da vida digna de uma pessoa”, explicou.

A proposta enviada ao Congresso prevê elevar para R$ 5 mil a faixa de isenção total do IR, quase dobrando o limite atual, que é de R$ 2.824. O projeto também estabelece desconto parcial para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7 mil mensais e introduz uma tributação mínima sobre altas rendas, atingindo 141,4 mil contribuintes que atualmente não pagam imposto. A compensação virá de uma taxa de até 10% sobre pessoas com renda anual superior a R$ 600 mil.

Quanto à tramitação, Rui Costa se mostrou confiante de que a matéria será aprovada a tempo de entrar em vigor em 1º de janeiro de 2026, mesmo diante da resistência da oposição. “Isso acontece no mundo todo e, às vezes, ganha até irracionalidade, [a ponto de ao] prejudicar o governo prejudicar as pessoas”, disse, reiterando que o objetivo da revisão é garantir “um país mais justo e menos desigual, onde pessoas que ganham menos tenham um mínimo de dignidade”.

O ministro também rebateu críticas de prefeitos sobre supostos impactos negativos da medida nas finanças municipais. Segundo ele, a lógica não faz sentido, já que a tabela do IR não é reajustada há muito tempo, e a arrecadação segue regras de tributação válidas para União, estados e municípios.

Rui Costa destacou ainda os esforços do governo federal para apoiar estados e municípios de forma ampla. Citou, por exemplo, a transferência de R$ 109 bilhões ao Rio Grande do Sul, considerada o maior investimento da história do país feito por um presidente em um estado. Além disso, mencionou Belém, no Pará, que receberá a COP30 e investimentos em infraestrutura, incluindo um cabo de internet que atravessará os rios da região, abrindo espaço para empresas se instalarem onde houver conexão.

Com essas medidas — o aumento do salário mínimo e a revisão da tabela do Imposto de Renda —, o governo pretende combinar proteção social e estímulo à economia, garantindo mais consumo, geração de renda e dignidade para milhões de brasileiros em 2026.

Com informações de Agência Brasil

Rhyan de Meira: Rhyan de Meira é jornalista, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira
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