O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, em um evento no Rio de Janeiro nesta segunda-feira (1), afirmou que o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) não irá sofrer interferências “de onde elas vierem”. Ele estava se referindo aos Estados Unidos e às recentes declarações de Donald Trump que ameaçaram o Brasil com mais sanções econômicas para “defender” o ex-presidente.
O julgamento irá começar nesta terça-feira (2), no qual Bolsonaro e outros sete réus estão sendo acusados de tentativa de golpe de estado.
Barroso e os outros ministros da Corte já foram alvos de sanções dos Estados Unidos, tendo seus vistos suspensos para o país. Alexandre de Moraes, central no caso de Bolsonaro, também foi punido com base na Lei Magnitsky.
“O papel do Judiciário é julgar os casos que lhe são apresentados, compreendendo o que diz a Constituição e o que diz a legislação. Sem interferências, venha de onde vier”, declarou Barroso. “Estamos lá para cumprir uma missão, que é uma missão difícil, mas é também a missão de servir ao Brasil da melhor forma possível.”
Ele também falou das tensões internas envolvendo o julgamento, que envolve membros do exército que ainda contam com apoio de setores consideráveis da sociedade brasileira. “Anormal seria se não houvesse tensão. Nenhum país julga invasão da sede dos Três Poderes ou a possibilidade de se entender que houve uma tentativa de golpe de Estado por um ex-presidente e o seu grupo sem algum tipo de tensão natural”, declarou.


Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!