A recente descoberta de uma jazida de ouro avaliada em R$ 500 bilhões na província de Hunan consolida a posição da China como maior produtora de ouro do mundo. Localizado no campo de Wangu, no condado de Pingjiang, o depósito foi estimado inicialmente em 300 toneladas, mas estudos mais aprofundados confirmaram a existência de mil toneladas, um dos maiores achados da história recente.
Importância econômica e tecnológica
A extração será realizada com equipamentos de ponta, dado que o minério está imerso a até 3 mil metros de profundidade. Empresas chinesas já manifestaram interesse em participar do projeto, que deve gerar empregos, arrecadação e reforçar a presença do país no mercado global de metais preciosos.
O ouro desempenha papel estratégico na economia:
Reserva de valor para bancos centrais em tempos de instabilidade;
Base industrial e tecnológica, especialmente em eletrônicos, semicondutores e energia limpa;
Ativo financeiro que fortalece a segurança cambial da China diante das tensões geopolíticas com os EUA e o Ocidente.
Riscos sociais e ambientais
Por outro lado, especialistas alertam que a mineração em larga escala traz consequências severas:
Degradação da paisagem: grandes áreas precisam ser desmatadas e o solo fértil removido;
Poluição hídrica: alto consumo de água, rebaixamento de lençóis freáticos e risco de contaminação por rejeitos tóxicos;
Poluição sonora: explosões e operações contínuas impactam a qualidade de vida da população local;
Redução da biodiversidade: perda de habitats, migração de animais e destruição de espécies vegetais;
Impactos sociais: segundo estudos de Loayza e Rigolini, a mineração pode reduzir a pobreza no curto prazo, mas tende a aumentar as desigualdades sociais, criando tensões entre comunidades locais e empresas.
O jornal El Tiempo acrescenta que a intensificação da atividade pode provocar deslocamentos populacionais, dado o comprometimento do solo e da biodiversidade.
O desafio da China
O governo chinês comemora a descoberta como um ativo estratégico, mas terá que equilibrar:
Crescimento econômico e segurança cambial, aproveitando o ouro como reserva estratégica;
Sustentabilidade ambiental, com políticas de mitigação de danos;
Justiça social, evitando que os ganhos fiquem concentrados em empresas e investidores, sem retorno adequado para comunidades locais.
Se bem conduzido, o projeto pode consolidar a liderança global da China não só em produção de ouro, mas também em política de reservas e autonomia financeira. Caso contrário, pode intensificar desigualdades e gerar custos ambientais irreversíveis.
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