Bolsonaro está em pânico no 1° dia de julgamento no STF

O primeiro dia do julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) foi acompanhado por forte apreensão no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo relatos de aliados e familiares, o ex-mandatário estaria em situação emocional delicada, descrito como “péssimo”, acompanhando a sessão pela televisão em sua residência no Jardim Botânico, em Brasília.

Defesa avalia condenação como “inevitável”

De acordo com a colunista Bela Megale (O Globo), a defesa de Bolsonaro enxerga como praticamente inevitável uma condenação, diante da dureza da sustentação do procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet. Nos bastidores, advogados já discutem estratégias jurídicas alternativas, incluindo a possibilidade de recorrer a tribunais internacionais em caso de derrota no STF.

A fala de Gonet, que destacou contradições nas versões de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e reforçou a validade da delação premiada, foi apontada como um dos momentos mais críticos da abertura do julgamento.

Família se divide no acompanhamento

Enquanto Bolsonaro permaneceu em casa com os filhos Carlos (PL-RJ) e Jair Renan (PL-SC), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro acompanhou o dia na sede do PL, partido ao qual é filiada.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) esteve no Congresso Nacional, enquanto Eduardo Bolsonaro (PL-SP) optou por permanecer nos Estados Unidos, mantendo-se distante da cena política nacional no início do processo.

Essa divisão entre diferentes frentes da família ilustra tanto a tensão interna quanto a busca por estratégias individuais de atuação política em meio ao julgamento.

Isolamento político e pessimismo

Relatos de bastidores apontam que o tom firme adotado pela PGR aumentou a sensação de isolamento político e jurídico de Bolsonaro.
Aliados descrevem um ambiente de pessimismo generalizado, com baixa expectativa de reversão no STF e incertezas sobre o futuro imediato do ex-presidente no cenário político.

O julgamento é visto como decisivo não apenas pelo risco de condenação, mas também por seu impacto simbólico na trajetória de Bolsonaro, já declarado inelegível até 2030 e atualmente em prisão domiciliar.