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YouTube abre brecha para criadores banidos por desinformação

YouTube anuncia reintegração de criadores banidos por desinformação sobre Covid-19 e eleições O YouTube anunciou nesta terça-feira (23) que permitirá que contas banidas anteriormente solicitem reintegração, revertendo uma política que considerava certas violações como permanentes. A medida se aplica a canais removidos por informações incorretas sobre a Covid-19 ou relacionadas a eleições, segundo uma carta […]

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Canais antes considerados proibidos permanentemente poderão solicitar retorno, ainda que casos de nomes específicos não tenham decisão confirmada.
YouTube anuncia projeto piloto que permitirá reintegração de contas banidas por conteúdos sobre Covid-19 e eleições, sinalizando maior abertura de políticas / Reprodução

YouTube anuncia reintegração de criadores banidos por desinformação sobre Covid-19 e eleições


O YouTube anunciou nesta terça-feira (23) que permitirá que contas banidas anteriormente solicitem reintegração, revertendo uma política que considerava certas violações como permanentes. A medida se aplica a canais removidos por informações incorretas sobre a Covid-19 ou relacionadas a eleições, segundo uma carta da Alphabet, controladora do YouTube, enviada ao presidente do Comitê Judiciário da Câmara, Jim Jordan, republicano de Ohio.

Até então, os canais que violavam essas regras enfrentavam proibições perpétuas, mesmo que a política fosse posteriormente desativada. “Hoje, as Diretrizes da Comunidade do YouTube permitem uma gama mais ampla de conteúdo sobre a Covid e a integridade das eleições”, escreveu o advogado Daniel Donovan, da Alphabet, na carta.

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Projeto piloto de reintegração

Em postagem no X, antigo Twitter, o YouTube explicou que a reintegração será parte de um projeto piloto limitado, aberto a um subconjunto de criadores e também a canais encerrados por políticas que já foram descontinuadas. A plataforma informou que o programa será lançado em breve, mas não confirmou se canais específicos serão restabelecidos.

Entre os canais anteriormente banidos estavam nomes de destaque, incluindo conteúdos associados ao vice-diretor do FBI, Dan Bongino, ao ex-estrategista-chefe de Donald Trump, Steve Bannon, e ao secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr. Ainda não há definição sobre a reintegração desses casos.

Pressão política e mudanças de políticas

A decisão do YouTube ocorre em meio à pressão crescente de republicanos sobre empresas de tecnologia para reverter políticas de moderação de conteúdo adotadas durante o governo Biden, especialmente relacionadas a vacinas e desinformação política. Em março, o deputado Jim Jordan chegou a intimar o CEO da Alphabet, Sundar Pichai, acusando o YouTube de ser “participante direto do regime de censura do governo federal”.

Em 2021, a plataforma havia declarado que removeria conteúdos que espalhassem informações incorretas sobre todas as vacinas aprovadas. Donovan explicou na carta que, durante a pandemia, altos funcionários do governo pressionaram a empresa a remover certos vídeos sobre Covid-19, mesmo quando não violavam tecnicamente as políticas do YouTube. Ele classificou essa pressão como “inaceitável e errada”.

O advogado também confirmou que o YouTube encerrou suas regras autônomas de desinformação sobre Covid em dezembro de 2024 e reforçou que a plataforma não autorizará verificadores de fatos terceirizados a moderar conteúdo, mantendo um compromisso declarado com a liberdade de expressão. Apesar disso, o YouTube ainda oferece painéis informativos abaixo dos vídeos, com links para verificações independentes, com o objetivo de fornecer contexto adicional aos usuários.

Contexto histórico de verificação de fatos

Essa abordagem é parte de uma trajetória mais ampla de políticas de verificação de fatos do Google e do YouTube. Em 2017, o Google lançou uma ferramenta que adicionava rótulos de verificação nos resultados de pesquisas e notícias. Da mesma forma, o Facebook e o Instagram, da Meta, encerraram seu programa de verificação de fatos em janeiro deste ano.

Com essa mudança, o YouTube sinaliza uma abertura maior para criadores que anteriormente haviam sido banidos, em meio a debates sobre moderação, liberdade de expressão e influência política nas plataformas digitais.

Lula defende regulação de big techs e proteção digital na ONU

Durante a abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou o papel das grandes empresas de tecnologia — as chamadas big techs — e alertou para os riscos que o crescimento dessas plataformas representa quando não há regulamentação adequada.

Segundo Lula, a regulação do setor é essencial para evitar que a internet se torne uma “terra sem lei”, colocando em perigo a vida e a saúde das pessoas. “A democracia também se mede pela capacidade de proteger as famílias e a infância”, afirmou o presidente.

O líder brasileiro reconheceu os aspectos positivos das plataformas digitais, destacando que elas permitiram uma aproximação sem precedentes entre pessoas ao redor do mundo. No entanto, ressaltou que essas mesmas tecnologias também têm sido usadas para difundir intolerância, misoginia, xenofobia e desinformação.

“Regular não é restringir a liberdade de expressão. É garantir que o que já é ilegal no mundo real seja tratado assim no ambiente virtual”, explicou Lula. Ele acrescentou que ataques à regulamentação muitas vezes servem para encobrir interesses escusos e dar espaço a crimes graves, como fraudes, tráfico de pessoas, pedofilia e ações contra a democracia.

Avanços legislativos no Brasil

No discurso, Lula destacou a rapidez do parlamento brasileiro em tratar do tema, resultando em uma das legislações mais avançadas do mundo voltadas à proteção de crianças e adolescentes na esfera digital. A lei, chamada de ECA Digital, foi promulgada pelo presidente na última semana e visa criar mecanismos de segurança e proteção no ambiente online.

Além disso, Lula mencionou que o governo enviou ao Congresso Nacional projetos de lei para estimular a concorrência nos mercados digitais e incentivar a instalação de datacenters sustentáveis. Em relação à inteligência artificial, o presidente enfatizou a aposta do Brasil em uma governança multilateral, em consonância com o Pacto Digital Global, aprovado na ONU no ano passado, para mitigar riscos e promover um ambiente tecnológico seguro e responsável.

Com informações de CNBC e Agência Brasil

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Rhyan de Meira

Rhyan de Meira é jornalista, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira

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