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Haddad propõe delegacia especializada para combater organizações criminosas que atuam na economia formal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (25) a criação de uma delegacia no âmbito da Receita Federal destinada a investigar crimes dentro do sistema financeiro, especialmente aqueles ligados a lavagem de dinheiro, roubo e sonegação praticados por grupos organizados. A iniciativa ocorre em meio à deflagração da Operação Spare, desdobramento da “Operação […]

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Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (25) a criação de uma delegacia no âmbito da Receita Federal destinada a investigar crimes dentro do sistema financeiro, especialmente aqueles ligados a lavagem de dinheiro, roubo e sonegação praticados por grupos organizados. A iniciativa ocorre em meio à deflagração da Operação Spare, desdobramento da “Operação Carbono Oculto”, que revelou a atuação de uma rede criminosa ligada a postos de combustíveis, fintechs e empresas de fachada utilizadas para movimentar bilhões de reais e mascarar a origem ilícita dos recursos.

Segundo informações da Receita Federal, o grupo investigado movimentou mais de R$ 4,5 bilhões entre 2020 e 2024, mas declarou e recolheu apenas 0,1% desse montante em tributos. Haddad afirmou que já existe um núcleo dedicado ao combate a fraudes estruturadas desde 2023, mas a transformação dessa estrutura em delegacia representaria um avanço institucional, garantindo equipe fixa, continuidade de ações e um mandato mais permanente. O Ministério da Gestão e da Inovação deverá analisar a proposta nas próximas semanas, etapa necessária para a formalização da nova unidade.

A Operação Spare, que mobilizou a Receita Federal, o Ministério Público, a Polícia Militar e a Secretaria da Fazenda de São Paulo, cumpriu 25 mandados de busca e apreensão em diferentes municípios paulistas. Foram apreendidos cerca de R$ 1 milhão em espécie, além de aparelhos de comunicação e documentos eletrônicos. Os investigadores apontam que o esquema utilizava postos de gasolina, motéis, franquias e negócios imobiliários para ocultar valores, além de manter vínculos com aproximadamente 200 postos diretamente envolvidos e centenas de outros estabelecimentos relacionados de forma indireta.

Há também suspeitas de ligação com facções criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC), que historicamente utilizam empresas de fachada e setores como o de combustíveis para lavar dinheiro e ampliar fontes de receita. Haddad destacou que a nova delegacia atuará em cooperação com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a Polícia Federal, numa tentativa de integrar investigações que envolvem diferentes esferas do Estado e que, muitas vezes, escapam ao alcance de apenas uma instituição.

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Lucas Allabi

Jornalista em formação pela PUC-SP e apaixonado pelo Sul Global. Escreve principalmente sobre política e economia. Instagram: @lu.allab

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