A aprovação por unanimidade na Câmara dos Deputados do projeto do governo Lula, que põe fim à cobrança de imposto de renda para quem ganha até cinco mil reais, é a verdadeira pacificação do país. Enquanto figuras da oposição, como o governador Tarcísio de Freitas, pregam uma reconciliação retórica após encontros com o ex-presidente Jair Bolsonaro, a verdadeira paz social, aquela que se sente no bolso e na dignidade, foi entregue de forma concreta e esmagadora. Não com discursos vazios, mas com uma caneta que beneficia diretamente 16 milhões de brasileiros.
Esta não foi uma concessão graciosa do parlamento. Foi, antes de tudo, mais uma vitória das ruas. A força que impulsionou a votação unânime de 493 deputados começou a ser forjada no domingo, 21 de setembro, quando uma maré de manifestantes tomou o país. Aquelas manifestações, de caráter progressista e em apoio ao presidente Lula, não apenas barraram retrocessos como a anistia a parlamentares e a chamada “PEC da bandidagem”, mas também demonstraram a vitalidade do eleitorado lulista e ajustaram os ventos em Brasília. O povo, como disse um jornalista, “rugiu”, e a consciência da “casa do povo” – que alguns tentam transformar em mera “amiga do povo” – finalmente doeu.
A medida aprovada tem um efeito “Robin Hood” de justiça fiscal. Ao isentar totalmente quem recebe até R$ 5.000 e parcialmente quem ganha até R$ 7.350, o projeto coloca um “14º salário” de mais de quatro mil reais anuais nas mãos da classe média baixa. A conta, desta vez, não será paga pelos de sempre. A compensação virá da tributação sobre os rendimentos dos super-ricos, aquele pequeno extrato da população que, proporcionalmente, paga menos impostos que professores e garis. É a materialização de uma promessa de campanha de Lula e a grande marca social que faltava ao seu governo.
Essa vitória legislativa não é um fato isolado; ela se insere em um cenário de franca ascensão política do presidente. Lula cresce de forma consistente em todas as pesquisas de aprovação e de intenção de voto para 2026. A mais recente pesquisa IPESP, por exemplo, registrou um avanço de sete pontos em poucos meses. Em diversos levantamentos, sua aprovação já supera a marca de 50%, um indicador que, nos manuais de ciência política, aponta claro favoritismo à reeleição do incumbente. Lula conseguiu, ainda, retomar para si e para o campo progressista bandeiras historicamente sequestradas pela direita, como o nacionalismo, a defesa da soberania e a luta contra a corrupção.
Enquanto Lula se fortalece, a oposição se desarticula. A declaração de Tarcísio de que não disputará a reeleição soa como uma admissão de fraqueza. As tentativas da família Bolsonaro de obstruir a justiça fracassam em série, e o deputado Eduardo Bolsonaro sai politicamente queimado de sua aventura internacional para articular sanções contra o Brasil. O contraste se torna ainda mais nítido no cenário global. O discurso firme e aplaudido de Lula na ONU, que ressaltou a estabilidade e a previsibilidade do Brasil, brilhou ainda mais diante da fala errática e perigosa de Donald Trump. A elite brasileira e o mundo começam a ver com clareza: Lula representa a base sólida e estável, condição sine qua non para qualquer projeto de desenvolvimento e para ousar voos mais altos.
A aprovação do imposto de renda, portanto, é muito mais do que uma simples lei. É um sintoma da retomada do protagonismo popular, um pilar na reconstrução da imagem de um Brasil estável e justo, e uma peça-chave na pavimentação do caminho para 2026. A verdadeira pacificação chegou, e ela veio pelas mãos do povo.


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