A economia chinesa registrou um crescimento de 4,8% no terceiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados divulgados neste domingo (19). O resultado mostra uma desaceleração em relação aos trimestres anteriores e mantém o país em linha com a meta oficial de expansão de “cerca de 5%” para o ano.
Em termos trimestrais, o PIB chinês avançou 1,1% em comparação com o segundo trimestre. No acumulado dos nove primeiros meses de 2025, o crescimento totalizou 5,2%, somando 101,5 trilhões de yuans (aproximadamente R$ 77,2 trilhões).
Entre os principais setores da economia, a produção industrial apresentou alta de 6,5% em setembro em relação ao mesmo mês de 2024, sustentada por investimentos em tecnologia e exportações. Já o comércio varejista mostrou sinais de fraqueza, com avanço de apenas 3% no mesmo período, refletindo a cautela das famílias diante de um mercado de trabalho menos aquecido e da queda no valor dos imóveis.
O setor imobiliário, tradicional motor da economia chinesa, segue como o ponto de maior vulnerabilidade. Os preços de novas residências caíram 0,41% em setembro — a maior queda mensal em quase um ano — e grandes incorporadoras continuam enfrentando dificuldades financeiras. Essa retração no mercado imobiliário preocupa autoridades e investidores, pois afeta diretamente o consumo e a confiança de parte significativa da população urbana.
O Banco Mundial elevou recentemente sua projeção de crescimento da China em 2025 para 4,8%, mas alertou para uma possível desaceleração no próximo ano, citando desafios estruturais como o envelhecimento da população, o alto endividamento e o enfraquecimento do setor privado. Para economistas, o desempenho do trimestre indica que, embora Pequim esteja conseguindo evitar uma desaceleração mais abrupta, o modelo de crescimento baseado em investimentos pesados e crédito barato já mostra sinais de esgotamento.
Ainda assim, o governo chinês deve interpretar o resultado como positivo. Permanecer próximo da meta de 5% permite ao presidente Xi Jinping sustentar a narrativa de estabilidade econômica em meio às pressões externas e à desaceleração global. O desafio, segundo analistas, é transformar o atual crescimento em um processo mais equilibrado, impulsionado por inovação, consumo interno e sustentabilidade fiscal — elementos que, por enquanto, avançam em ritmo mais lento do que o desejado por Pequim.


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